Uma pequena esperança| Niall Horan

Cinco.

××não revisado

Cheguei no campus faz meia hora mas do que me adianta usar óculos desse tamanho se não enxerguei as placas antes de ficar completamente perdida? Eu odeio isso. Parece que tudo para mim sempre tem que dar errado. Não passa nenhuma pessoa aqui, e quando tento me aproximar de alguma ela simplesmente rir ou me ignora, estou ao ponto de chorar. Enfim uma menina para ao meu chamar e me dá orientações tortas de como chegar a minha sala enquanto fala no celular. Estou realmente atrasada, então corro até o lugar. Seguro minha mochila enquanto tento correr, por muito desespero acabo me enrolando no vestido e caindo de cara literalmente na lama. Umas pessoas me olham e riem, dois seguranças me ajudam a levantar enquanto eu bato no vestido até toda lama sair. Não pude evitar as lágrimas e já choro, vou até o estacionamento e bato minha cabeça contra o volante do carro. Ao contrário do que muitos pensam eu nunca me acostumarei com isso, eu sempre ficarei abalada. Estou horrível, fedendo a lama e com a reputação já abalada no primeiro dia de aula, e olha só? Eu nem mesmo precisei entrar na sala de aula para isso. A chuva caí e fico ali, decido passar um tempo aqui, chegar em casa assim e ouvir o discurso de "eu te avisei" da minha mãe será bem pior. Abro um pacote de bolachas e ponho uma música para tocar, bato meus dedos contra o volante e canto o mais alto que chuva caindo lá fora. Um carro para ao lado do meu e um garoto me mostra um papel "Bela queda, porquinha" e depois vai embora. Já aguentei idiotas como esse no colegial, posso os superar também na universidade. Hora de sair daqui, não vou aturar outro engraçadinho. Logo estaciono no meu prédio e reviro minha bolsa procurando minhas chaves. Com a loucura da manhã acabei por sair de casa sem meu café mas também sem minha chave. Ligo para minha mãe enquanto desço do carro indo até a portaria, como de costume ela não atende. Nem ouso em ligar para o meu pai, sei quanto ele odeia.

"É... meus pais deixaram alguma chave aqui?" Pergunto ao porteiro.

"Não senhora" ele me olha de cima a baixo. Estou horrível.

"Muito obrigada" falo frustrada

"Wouuu o que aconteceu com você?" Niall me olha entrando pela porta.

"Nada não" tento passar por ele.

"Elisa o que aconteceu?" O sinto segurar meu braço.

"Aconteceu que eu nunca faço nada direito. Eu tinha que ter posto as chaves da casa minha bolsa eu deveria ter salvo o mapa da universidade no meu celular e não ficar que nem uma boba procurando, deveria ter olhado por onde ando e agora eu sou a chacota da universidade por cair em uma poça de lama que até um cego veria. Sabe o que aconteceu Niall? Que as vezes é tão ruim ser eu...Eu..." sinto as lágrimas cair e ele me puxar para um abraço.

"Tá tudo bem. Calma" o sinto fazer carinho nos meus cabelos.

"Não Niall" me afasto e enxugo minhas lágrimas.

"Eu prometo que vai ficar" ele enxuga uma lágrima minha por de baixo dos óculos.

"Olha só, sujei você todo" abro um sorriso sem jeito.

"Não é nada, estou suado mesmo vim da academia" ele abre um sorriso acolhedor.

"Desculpa mesmo" seco meu rosto.

"Esqueceu a chave de casa?" Ele me encara.

"Sim, eu só faço burrada" me analiso.

"Você pode ficar no meu apartamento até seus pais chegarem" o vejo caminhar até o elevador.

"Não precisa, eu espero aqui" olho pro porteiro que me olha com cara feia pois sujei o chão inteiro de lama.

"Não acho uma boa idéia" ele também olha para o porteiro.

"Você está certo" chamo o elevador.

"Você caiu mesmo na lama?" Ele me olha nervoso.

"Sim, de cara" abro um sorriso de lado.

"Eu também levo umas quedas assim" ele rir.

"Eu sei" acho graça e entramos no elevador.

"Ah claro que sabe" ele põe as mãos no bolso e abre um sorriso.

"Vem" ele me puxa elevador a fora.

Chegamos no corredor e ele abre sua porta. Seu apartamento é mesmo lindo, parece um pouco maior que o meu ou é só impressão já que ele tem poucos móveis mas bem sofisticados. A decoração é linda, bem a sua cara. Tudo muito bem feito e cuidado.

"Vou pegar uma roupa pra você" o ouço falar e antes que eu exite já lhe perco de vista.

"Não precisava mesmo" o vejo descer com uma pequena pilha de roupa.

"Tem um banheiro aqui no corredor, creio que você queira tomar um banho" ele me entrega.

"Sim, obrigada" pego.

Caminho até o corredor e logo encontro um banheiro. Tem tantas coisas, cremes, essências. Toalhas e mais toalhas. Tiro as minhas roupas sujas e dobro as colocando no chão pra não sujar nada nesse branco todo. Tiro meus óculos, acho que já deveria ter parado de usá-los mas já me acostumei. Acabo por vê que durante a queda as astes quebraram e quando vou arrumar elas quebram de vez. Parabéns Elisa seu dia só melhora! Tiro o resto das minhas roupas e entro de vez no banho.