Caíque vem atrás de mim, me segura pelo braço, com a outra mão segura o meu rosto e gruda os nossos lábios sem pensar. Sua língua explorava a minha boca com toda vontade, era como se ele desejasse isso.
Quando nossos lábios se separaram eu falei :
- Nada sério. - abaixei a cabeça. - Ok ?
- Ok pequena. - sorriu.
Sorrio de volta. Acariciou o meu rosto, colocou seu braço em volta do meu pescoço e fomos andando até onde estava estacionado o carro. Eu devo estar fazendo a pior burrada da minha vida.
Entrei no carro, ele entrou em seguida e partimos.
Fomos conversando até o caminho da minha casa, Caíque sabia me deixar bem e bem mal também, era incrível, mas eu não o amava, outro erro meu, ou, do meu coração.
Ao chegarmos em casa, ele sai do carro e vai abrir a porta para eu sair.
- Eu te amo. - sorriu.
Sorrio, lhe dou um selinho como despedida e entro em casa.
Fecho a porta e desço correndo atrás dela até eu sentar no chão. Me dói não poder dizer um "Eu também te amo" para Caíque, eu devo ser a pessoa mais troxa desse mundo.
Meu celular começa a tocar me tirando dos devaneios, meu Deus, meu celular só toca hoje...
Vejo no visor que era uma ligação da Gabi.
|| LIGAÇÃO (ON)
- NICOLE PRESTON, porque você faltou hoje ?
- É complicado.
- Que voz é essa ? Você estava chorando ? Eu to indo aí.
- Está bem.
- Tchau, beijos.
- Tchau, beijos.
|| LIGAÇÃO (OFF)
Não demorou para Gabi chegar, quando ela chegou, sai de trás da porta, peguei o meu celular e subimos até o meu quarto.
Contei tudo o que tinha que contar pra ela, chorei também, contei do Caíque, do Victor...
- Sabe o que eu acho ? - disse.
- O que você acha ?
- Que você tem que esquecer o Victor. Ele só te faz sofrer Ni.
- Mas eu não consigo, eu já tentei, milhares de vezes, mas não dá.
- Mas e agora você vai ficar com o Caíque para esquecê-lo ? - levantou a sobrancelha.
- Não, eu não estou com Caíque, não temos nada sério.
- Certeza ? Pra ele você é tudo Ni.
- O que eu faço Gabi ? - começou a escorrer lágrimas dos meus olhos.
- Não faço a mínima ideia. Siga seu coração amiga.
- Você sabe quem o meu coração escolhe no final...
- Então vá atrás dele, você está esperando o que ? Ele ir embora ?
- Você sabe que eu não consigo, eu não faço o tipinho dele, ele não gosta de mim, ele não quer nada comigo.
- Como você pode ter tanta certeza assim ? Ele te disse ?
- Não, mas dá para perceber.
- Da para perceber outra coisa...
Abaixo a cabeça e fico pensativa.
- Ei, vamos sair dessa bad ? Pelo amor de Deus. - disse rindo. - Vamos assistir série ?
- Ah, eu não quero assistir série.
- Quer sim, vamos.
Desci para fazer a pipoca enquanto Gabi escolhia a série na Netflix.
Ficamos a tarde toda assim, assistindo série, conversando e comendo. Ela me contou que está ficando com Arthur, e que está gostando realmente dele e blá blá blá.
18:30 Gabi foi embora de casa e depois de alguns minutos minha mãe chegou.
- Como foi o trabalho mãe ? - perguntei.
- Exaustivo. - riu. - Me conta, como foi na casa do Victor ? - se sentou no sofá, do meu lado.
- Ah foi bom. - dou uma risadinha forçada.
- Foi mesmo ? - mãe é foda né, entende tudo. - Pode me contar filha.
Deitei em seu colo e contei tudo de novo, já cansei de contar essa história hoje, contei sobre Caíque também, que eu sai com ele hoje e etc.
- Filha, você sabe o que faz, mas eu não concordo com isso. - disse.
- Ah mãe... Eu não sei o que eu faço, estou perdida.
- Quando eu tinha a sua idade, eu tinha conhecido um menino, lindo de olhos castanhos claros, lembro até hoje. Ele era vizinho de uma amiga minha, ela nos apresentou, pois ela sabia que eu gostava dele, conversamos por um bom tempo e acabamos que namoramos, ele foi meu primeiro namoradinho. - riu. - Ele me apresentou a família dele, eu acabei me encantando por seu primo. - escutava sua história com atenção. - Ele estava passando uma temporada na casa do Gustavo, eu lembro até hoje, do dia em que eu iria contar para ele que estava apaixonado por ele, mas acabei vendo ele com outra menina, aquilo me destruiu tanto filha, mas tanto. Eu nunca amei alguém como o amei, nem seu pai, o amor que eu sentia por Anthony, não passava nem perto do amor que eu senti por seu pai. - algumas lágrimas escorriam pelo seu rosto. - Eu briguei feio com ele, e como eu ainda estava com Gustavo, ele morria de ciúmes de Anthony, tanto que teve um dia que eles brigaram, e não se falaram mais desde então. Mas meu amor por Anthony não tinha morrido, e por um acaso, eu descobri que o amava, nesse mesmo dia, passamos o dia inteiro junto, foi mágico, era além de felicidade aquilo, eu daria tudo por passar aquele dia de novo. Eu vi ele com outra de novo, e eu fiquei com tanta raiva que continuei namorando Gustavo, mesmo que eu tenha traído-o, ele nem desconfiava disso. Acabei me afastando de Anthony, aquilo me doeu tanto, meu amor por ele só aumentava cada vez que eu tentava esquecê-lo com Gustavo. Até que um dia eu terminei com Gustavo e contei a ele sobre Anthony, eu estava disposta a ir atrás de Anthony, a ir atrás da minha felicidade. Fui me encontrar com ele, estava chovendo, ele foi atravessar a rua e acabou sendo atropelado, nem precisou ficar mais de uma semana no hospital para os médicos darem a notícia de que ele tinha falecido. Eu tinha perdido o amor da minha vida por orgulho, por orgulho meu, tentando esquecê-lo com outra pessoa, deu certo ? Não deu. Você não tem noção filha do quanto eu queria ele aqui comigo agora, eu levei-o para a vida inteira, não existiu um momento na minha vida que eu não lembrei dele.
Eu já estava chorando, a história que minha mãe me contou me comoveu tanto, eu não sabia disso, não sabia dessa história, ela nunca tinha me contado.
- Eu só quero te dizer filha. - limpava suas lágrimas. - Que você nunca desista de quem você ama, porque um dia, ele vai embora, não importa se demore ou não, ele vai embora. Vai atrás do Victor antes que seja tarde demais filha, não deixe ele ir. - continuou.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Menino De Rolê
Teen FictionNicole Preston é uma jovem que acabou de completar 16 anos de idade. Sempre foi baladeira e nunca faltava em um rolê, não é atoa que mora em Las Vegas. Suas amigas era umas das suas melhores companhias, Fernanda Houst era aquela amiga sem graça, que...