Capítulo 2

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DRAKE

Como foi que eu vim parar aqui? Pensei tentando lembrar dos eventos acontecidos. Estava voando baixo, sei que era imprudente, mas nem me importei, não tinha ânimo para voar mais alto. E quando dei por mim, estava no chão, coberto por um tipo de rede, talvez tenham atirado com alguma catapulta ou algo assim. Humanos estúpidos, vivem criando armas diferentes para caçar dragões. E meu irmão ainda ficava admirado com a "criatividade humana".

Criatividade, até parece! Tudo o que esses repugnantes bípedes sabem fazer é matar dragões de qualquer espécie. Tentei me mover, sem sucesso. Senti uma dor lancinante na minha asa direita, talvez eu tenha batido em alguma árvore na queda. Fiquei quieto. Se quisesse fugir de verdade, poderia simplesmente queimar as redes e me esgueirar para dentro da floresta até que minha asa se recuperasse o suficiente para voar. Entretanto, desisti disso, não via mais motivo para me salvar desesperadamente.

Ouvi claramente um grupo de três pessoas vindo em minha direção, provavelmente eram os caçadores que me derrubaram procurando pela presa caída. Pelo som que faziam, andavam com cuidado, mas ao mesmo tempo, com passos apressados e precisos.

Humanos idiotas, eu conseguia ouvi-los a quilômetros de distância. Então, surgiu um som mais próximo de alguém correndo também na minha direção. Enquanto o grupo de três estava vindo a minha esquerda, a pessoa sozinha correndo parecia vir bem a minha frente. Se aproximando rapidamente, saindo da mata, uma garota humana apareceu. Surpresa, ela andou mais alguns passos, me observando com seus olhos castanhos e curiosos. Uma estranha preocupação ou compaixão apareceu em sua face quando o olhar caiu sobre o sangue aparente em minha asa.

Ela olhou para a direção do som do grupo de três pessoas, talvez ela também os ouvia daqui. Ela pegou um livro e o abriu procurando alguma coisa.

Eu não podia acreditar nisso! Seria morto por uma novata que nem sabia o que precisava fazer? Ela era burra ou o quê? Estava imobilizado por essas redes idiotas, ela só precisava cravar uma espada no meu coração. Não é tão difícil. Complicado mesmo é conseguir me livrar dessa rede, o que colocaram nela, afinal? Essa garota não podia acabar logo com isso?

Mulheres caçadoras costumam usar espadas finas e leves ou arco e flecha em sua maioria, pois são mais fáceis de serem manejados, dando-lhes a agilidade necessária. Não dá para subestimar uma caçadora, elas são bem mais rápidas do que parecem. Contudo, essa garota não tinha nenhum tipo de arma. Constatei logo que ela não era burra, era louca, apenas. Ou talvez suicida por se meter no meio de uma caçada sem ter como se proteger, pois se eu quisesse lutar, poderia matá-la.

De repente, senti o corpo todo estranho, como se estivesse com câimbra. Uma névoa clara cobriu minha visão por um momento e quando se dissipou, fiquei me sentindo pequeno e enclausurado, como se estivesse comprimido em algo que não me pertencia. A garota parecia maior e mais alta, e me cobriu com um tipo de pano logo depois de tirar a rede de cima de mim. Passei de confuso para aterrorizado quando a vi agarrar minha asa e me puxar, correndo. Ou melhor, era para ser a minha asa, mas parecia um braço humano.

Meu corpo coberto com escamas escuras e densas havia sumido, eu era apenas um humano agora. Um simples, frágil e inútil humano de pele pálida, esquisita e sem graça. Desorientado, perplexo e muito desesperado, deixei que ela me puxasse até o mais longe que conseguimos ir. A garota arfava muito ao se abaixar para lavar o rosto com a água do rio, mas eu mal percebi, eu só precisava saber que diabos havia acontecido!

— O quê você fez?!

— Salvei sua vida. – Ela respondeu simplesmente.

Como assim, me salvou? Desde quando humanos fazem isso?

Selene e o Dragão {Degustação}Onde histórias criam vida. Descubra agora