Prólogo e uma apresentação.

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Há vários mitos sobre nós. muitos com vários erros, alguns com acertos.

Um dos mitos verdadeiros é que nós estamos sempre prontos para disparar. Estamos sempre com nossos arcos e flechas. Não importa a hora, o tempo, a circunstância. Mas o que os humanos não sabem é que a nossa mira nunca perde um alvo. Em uma olimpíada a gente acertaria dez de dez, ganharia a medalha de ouro e quebraríamos todos os recordes possíveis e impossíveis. Acertaríamos até os alvos à cem metros de distância, quinhentos, à quilômetros. A quinhentos quilômetros em um dia de chuva, continuaríamos acertando. E vocês que não sabem de nada, ainda tem a audácia de dizer que erramos o alvo.

Mas vocês inventaram até que nós tínhamos cabelo encaracolado e loiro. Eu tenho cabelo encaracolado e loiro. Outro mito é que nós usamos corações nas flechas, eu uso, mas é uma questão de estilo. Ou pode ter sido o fato de eu ser um pouco mais amigáveis com os humanos que todos os outros cupidos, não sei. Isso não vem ao caso não é mesmo?

Outra coisa que eu não sei se vocês sabem é que realmente não importa onde, sempre estaremos lá como fieis escudeiros. Vocês humanos sempre morrem de medo de perderem as suas metades da laranja, sua alma gêmea, a pessoa que completa você, mas pra cada casal há apenas um de nós. Nós cuidamos dos dois, e mexemos nossos pauzinhos aqui e ali pra vocês se juntarem. Aquele famoso que quando um casal tem que ficar juntos, em algum momento isso irá acontecer.

Os japoneses falam que os casais são ligados por uma corda vermelha. Isso porque a Niko adora tecer e junta os casais desse jeito, como eu disse uma questão de estilo.

Não garantíamos que fiquem juntos pra sempre. Venhamos e convenhamos hoje em dia você não há garantia alguma para um celular durar mais de um ano, quanto mais nós darmos garantia de algo, e ainda mais estando em um plano alternativo. É querer demais. Mas a gente faz acontecer, já você tem que aproveitar a oportunidade derradeira.

E mesmo se vocês não aproveitarem a oportunidade estaremos sempre com vocês, as vezes até pra colocar aquela dúvida atrás da orelha. Aquele pensamento de: 'e se?', aquela coisa do: 'será?', e todos os pensamentos que geralmente chega em um domingo a noite de tédio, ou em um sábado após várias cervejas, drinks, o que você preferir.

Por que?

Porque nós nunca desistimos da nossa missão.

E a minha missão se encontrava em um danado de um deserto. Em um maldito e quente deserto. Pra ser mais especifico no Egito, no Saara. Na mão de um dos humanos mais cabeça dura que eu tinha visto na vida e de outra que não aceitava muito bem essa teimosia.

Mas venhamos e convenhamos quem levaria? Eu mesmo não iria. Tanto que mesmo no plano alternativo nós sempre brigamos na minha mente, e as vezes na dele.

Já o meu problema com ela era aquela indecisão infernal. Deixava-me louco aquele vou-não-vou, sei-não-sei, e todo aquele debate interno que vocês não sabem, mas participamos avidamente. As vezes até sentamos no ombro como desenhos animados. Eu sento as vezes, no dela, quando fico cansado de todo aquele papo e as minhas asas cansam.

No dele não, capaz dele me sacudir de lá sem nem ter noção que estou lá.

Eu poderia te pego uma missão mais fácil. Meu último casal tinha ficado junto até o último dia de suas vidas, juntos desde os vinte, school sweethearts. E alguém lá no Olimpo achou que seria uma boa ideia me mandar pra quase o fim do mundo, junto de várias tumbas, arcas e aquelas pirâmides que só serviam pra alimentar o ego daqueles faraós loucos. Onde eu sempre esbarrava com a Isis, que paga de bacana, mas odeia os gregos desde sempre. Estava feito mesmo.

As próximas décadas iam ser difíceis para mim.

Ah, e por falar nisso eu sou Eros, grego, sou mais conhecido por ser o Deus do amor.

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⏰ Última atualização: Nov 15, 2019 ⏰

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