Após duas semanas abordo do Cortador do Vento, Chaol Westefall continuava não totalmente certo de como Dorian e Aelin haviam conseguido que ele ficasse na luxuosa cabine do capitão. Ele não teria se incomodado com a intimidação, mas pela educação, a distância legal com a qual o capitão tratou a ele e Nesryn, Chaol suspeitava de que a rainha de Terrasen fez seu ponto ao visitar o navio antes de partir para seu reino.
A suspeita que apenas se solidificou pelas impressões de mãos queimadas no convés próximo ao quarto.
Honestamente, teria preferido que apenas tivessem dado a ele uma pequena cabine para dormir. Principalmente por duas razões: a primeira, e provavelmente a pior, era que isso chamava atenção para si. Para sua condição. Ele continuou não sabendo como, exatamente, chamar a dormência e a falta de movimentos abaixo de sua cintura.
Mas poderia suportar o desejo de um quarto menor por outra razão: Nesryn.
Com a grande cabine, não haviam desculpas para que ela ficasse em outro lugar. Ele sabia como o inferno que ela podia tomar conta de si própria: mas o pensamento de Nesryn pelo convés, em um navio cheio de homens com o desejo endurecido pelo tempo nos oceanos, o fazia ranger os dentes.
Então ela ficava com ele. Aqui. Nesse quarto. Na mesma cama ao qual ele estava deitado, assistindo a luz solar refletindo como uma cascata de água sobre o teto branco.
Ele não a havia tocado – não durante as noites em que dividiram a cama. Não durante as horas do dia. Embora tenha acordado a maioria das manhãs com a prova de que algo continuava trabalhando abaixo de sua cintura.
Nesryn não havia mostrado nenhum interesse também em tocá-lo.
Ele não estava certo se era uma benção. Se poderia tolerar a humilhação em tentar sem o uso de suas pernas. Se teria coragem para fazê-lo, apenas para que ela recuasse.
Ele sabia que Nesryn não pensava menos a seu respeito. Que ela acreditava que a lesão fosse temporária, ele sabia que mesmo se ela tivesse que bater nas portas da Torre Cesme, ela arrumaria ajuda para ele de seus curandeiros famosos.
Mas percebia o olhar que as vezes ela o lançava – com dor e pena.
Ele queria gritar cada vez em que ela fazia isso. Toda vez que os marinheiros deste navio o olhavam da mesma forma, como se tivessem que carregá-lo nessa maldita cadeira até o convés para tomar um pouco de ar fresco. Outra razão pela qual a suíte do capitão havia sido concedida a ele: não eram necessários degraus para acessar o convés
Ele tentava. Todo dia tentava fazer com que apenas um de seus pés se movessem. O silencioso vazio que o cumprimentava o apavorava mais que o momento em que enfrentou o rei. Até mesmo a morte, ele acreditava, vinha sido menos angustiante e insuportável do que o completo silêncio de seu corpo.
Chaol soltou uma longa respiração, seu olhar deslizou sobre a mulher dormindo ao seu lado.
Os cabelos escuros de Nesryn estavam espalhados pelo travesseiro, seu rosto bronzeado suavizado pelo sono.
Haviam sido amantes apenas a um ano atrás, atualmente não haviam dividido a cama até agora. Não haviam passado mais tempo juntos do que levava para desfrutar um ao outro.
Tudo com ela havia sido fora de ordem desde o começo. Não haviam se tornado apropriadamente amigos antes dessa primavera. E certamente não eram amantes agora.
Ela nunca falava a respeito disso.
Suas sobrancelhas se franziram levemente em seu sono, e ela se aninhou ainda mais no travesseiro. O amanhecer havia caído apenas a alguns minutos atrás. Normalmente acordavam ao nascer do sol para treinar de qualquer maneira que ele conseguia no convés, mas ... ela deveria estar exausta por acordar todos os dias esse horário . Ele poderia deixa-la dormir.
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Traduções Tog/Acotar
Short Story"A obra contém traduções de extras desenvolvidos por fãs , baseados nos universos dos livros de Sarah J Maas e extras escritos por ela própria"