– Vou voltar pra casa da minha mãe. Vou morar lá novamente.
– Mas e o banco?
– Vou pedir demissão. – Respondo.
– Dulce... – Annie respira fundo – Você está sendo precipitada.
– Não, não estou. – Respondo secamente.
– Tudo bem. – Annie faz uma pausa, respira fundo e diz – Até mais então. – Ela diz virando-se e hesitando um pouco antes de sair pela porta e ir embora.
Não me aguento e dano a chorar. Eu disse que não choraria, mas Annie é minha amiga. Não quero que as coisas fiquem assim entre nós. Sei que estou sendo dura com ela e até comigo mesma, mas é como ela disse, não consigo aceitar que a pessoa que eu mais amo tenha matado outra pessoa que eu amava demais. É muito difícil.
– Você vai embora mesmo Dulce? – Pergunta Vini.
– Sim, Vini. – Respondo, em meio as lágrimas.
– Vou sentir sua falta – Ele diz me abraçando.
– Também vou sentir a sua. – Correspondo seu abraço.
Após toda essa confusão, olho no relógio e vejo que já está praticamente na hora de encontrar Maite. Então corro para o banheiro, retoco a maquiagem e saio de casa ao encontro dela.
Christopher Uckermann
Quando estou dentro de minha cela pensando nos meus quatro anos presos um guarda me chama e diz que tenho uma visita. Meu sorriso logo se abre. "Só pode ser a Dulce ou a Annie. Mas prefiro imaginar que seja a Dulce." Saio da cela totalmente sorridente, crendo que seja Dulce, mas quando chego a sala de visitas me surpreendo com que vejo...
– Mãe? – Pergunto.
– Sim, meu filho. – Alexandra, minha mãe responde.
Fico perplexo. A anos que não vejo minha mãe e de um dia pro outro ela está ali, parada na minha frente e com o olhar dos mais carinhosos que existem.
– Mãe eu...
Nem tenho tempo de respirar e ela me abraça com muita força. Posso confessar? Que saudade do colo da minha mãe.
Um policial logo vem e avisa:
– Sem abraços ou contato físico.Nos afastamos e minha mãe diz:
– Eu sabia que esse dia ia chegar, mas esperava que com o seu pai. Esperava que ele fosse preso e ai você tomasse juízo.
– Ai, mãe que saudade. Me desculpa por tudo.
– Tudo bem, filho. – Ela sorri – E ai? Dez anos né?
– Na verdade quatro, porque vou me comportar. – Respondo.
– Que isso? Não vai fugir? – Pergunta minha mãe.
– Não. Porque? A senhor acha que eu devo?
– Não! É porque esperava que você quisesse fugir. Do jeito que você era, igualzinho ao seu pai.
– Eu mudei mãe. Pena que tarde demais. – Respondo.
– Nunca é tarde filho.
– Ah é sim. Mas eu espero os quatro anos. Não tenho outra escolha mesmo.
– Ai filhinho. Vou tentar ver o que faço.
– Christian também está aqui.
– Sério? Não o vi na TV. Você é o chefão da gangue.
– Eu nem era mais, mãe.
– Tá. Depois venho visita-lo. Vou trazer algumas coisas para você e Christian na segunda-feira.
– Mas mãe, hoje é quinta, Porque não vem amanhã?
– Tenho que resolver seus problemas, ver se arranjo um advogado que possa conseguir diminuir ainda mais esses quatro anos.
– Mãe, eu não mereço...
– Você é meu filho... Você merece pagar por tudo o que fez, mas aqui você não vai ficar por muito tempo.
– Obrigado mãe.
– Te amo meu filho.
– Eu também te amo, mãe. – Digo.
Minha mãe fica surpresa. Ela sabe que sempre fui muito difícil de dizer "eu te amo". Eu sempre fui muito mal. Muito ruim. Não amava ninguém. Só a mim mesmo. Mas depois de conhecer Dulce. Eu descobri o que é amar.
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Aquele Olhar - VONDY
FanfictionVocê acredita em amor a primeira vista? Acredita que um simples olhar possa mudar todo o rumo de uma vida? Acredita que exista um tempo e um lugar certo para se apaixonar? Nessa história, Dulce Maria, uma jovem muito bem sucedida em sua vida tanto...