A Capitã Fantasma e o Passado Incontrolável

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— Arquive. Atenderemos o chamado assim que possível.
— Mas, senhora, o remetente é Hanlo Pike!
— O que!?

Já no deque principal, a capitã vaga por entre os monitores, enquanto resmunga.

— Não acredito nisso... Faltando três ciclos para me aposentar...

Estranheza brota no semblante do contramestre.

— Mas senhora, achei que ficaria feliz... Afinal, não é sempre que alguém que foi dado como morto, reaparece!
— De onde veio a chamada? — Indaga, ignorando o sujeito.
— Planeta Belgor.
— Está bem.
— Vou encaminhar pilotos até o local! — Ele bate continência, na esperança de mostrar serviço.
— Não. Eu irei.
— Mas, senhora...
— É uma ordem! — Se exalta.

Aulokk fica estático, perdido.

— Prepare minha nave. Sairei em quinze minutos.
— Sim... Senhora...

Já fora de orbita, ela traça as coordenadas rumo ao planeta desértico e verde. Com uma viagem curta graças à tecnologia que dobra o espaço, a estrela já é possível de se ver a olho nu. Lá, ela pousa e decide seguir a jornada a pé, rastreando o ponto de origem do chamado. Munida de sua cimitarra e sua pistola, ela segue para as áreas montanhosas do planeta.

No cume, é possível ver todo o vale. Na depressão, percebe uma estrutura abandonada, resquícios de uma antiga base. É o ponto de origem da chamada.

— Não pode ser... É Inus Dei... — Comenta ao vento, com os olhos arregalados.

Lá dentro, ela veda as portas da estação com um código, e retira o capacete. Uma boa suspirada se faz necessária, cansada pela alta gravidade do planeta.

— Hanlo! — Grita, levando as mãos até a boca.

Nada.


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