Eu acordei com a pior ressaca de todos os tempos. Dio mio, o que havia acontecido mesmo?
Me sentei na cama vendo a luz do sol vinda da janela sem cortinas bater no meu rosto. Gemi passando as mãos por meu rosto. Minha cabeça latejava, minhas pernas doíam, meu corpo parecia estar no modo "sono" porque eu estava toda dormente. Me levantei e caminhei até o banheiro, vendo que as outras garotas ainda dormiam.
- Bando de preguiçosas. - Resmunguei.
Enquanto eu me sentei na privada e olhei em volta para as cabines ao meu lado, passei a pensar sobre o meu sono, o meu sonho, o meu dia anterior - que era o que eu fazia normalmente.
- Porra! - Arregalei os olhos me segurando na porta enquanto saía da minha cabine e ia lavar o rosto na pia.
Eu havia sonhado com ele, Matteo Bianucci. Nós estávamos nos beijando. Por que nós estávamos beijando? Que tipo de sonho escroto era aquele? Fiz uma careta, mas a expressão não refletia em nada o que se passava em meu interior: meu coração disparado, meu estômago parecendo que habitava um milhão de borboletas, minhas pernas trêmulas. Não, era tudo efeito do álcool, um efeito diferente da ressaca, apenas uma coisa nova. Nada, absolutamente nada, relacionado ao fato de que Matteo Bianucci me beijava no altar de uma igreja em trajes formais, eu em um vestido branco e ele em um smoking preto.
Respirei fundo para tentar espantar aqueles pensamentos e aquele sonho. Logo eu esqueceria, como sempre acontecia com os outros sonhos de todos os dias.
- Bom dia.
Gritei, tapando a boca em seguida.
- Que susto!
- Ficou doida, Bella? - Perla riu e lavou o rosto com a água fria da pia do banheiro ao meu lado.
- Você me deu um susto.
- Estava perdida em pensamentos? - Ela me olhou pelo reflexo do espelho com uma expressão lasciva.
- Não. - Murmurei, indo tomar banho nas cabines de frente para as pias.
- Hmmmm... - Houve um silêncio entre o momento em que eu ligava a água fria e sentia ela bater na minha pele como lâminas afiadas. Estremeci e entrei, mas não sem antes ouvir a voz da minha prima atrás de mim. - Então...
- Você ainda não foi pro quarto? - Revirei os olhos.
- Por que está tão na defensiva? - O chuveiro ao meu lado ligou e eu notei que sua voz estava mais próxima agora. Só podia ser ela.
- Você não se sente em uma prisão nesses banheiros comunitários? Pelo menos tem um em cada dormitório e assim me sinto menos exposta. - Falei com ironia.
- Por que está fugindo do assunto? É por causa do Bianucci?
Engoli em seco e ignorei a sensação esquisita no estômago mais uma vez. Será que eu queria vomitar? Com certeza era isso.
- O que tem o Bianucci? - Franzi o cenho como se não entendesse sobre o que ela falava.
Passei a me secar depois de desligar o chuveiro.
- Ué, você sabe... Todo mundo notou que vocês sumiram duas vezes ontem à noite.
- Sumimos? - As lembranças da noite anterior voltavam aos poucos.
Eu o levando para a floresta e deixando perdido para trás.
Eu ficando presa no depósito e pouco depois Matteo me encontrando.
Nós dois presos.
Nós dois bêbados fazendo perguntas idiotas um ao outro.
Nós dois sendo libertos por Francesco Bianucci.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Entre Segredos e Pizzas
Teen FictionUma rivalidade antiga entre famílias pode deixar um gosto extremamente gostoso em se apaixonar pelo inimigo. Mesmo indo contra a razão e tudo o que ela acredita, Arabella tem a dura vontade de jogar tudo para o alto e apenas deixar acontecer. Não es...