1. Capítulo.

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Lauren Jauregui pov.

Ano de 2002.

Acordei sem saber aonde estava e quando olhei para o lado vi que minha mãe estava dormindo no sofá. Eu me lembrava de luzes, caminhão e o grito de minha filha e de minha esposa, depois disso só escuridão.

— Lauren?

— Onde elas estão? 

Perguntei com medo da resposta que minha mãe iria me oferecer. Várias suposições e eu esperava uma notícia positiva.

— Infelizmente elas morreram... Morreram na hora.

Minha mãe soluçava e então mesmo com machucados por todo o corpo e com o braço enfaixado, coloquei as mãos na cabeça e gritei sentindo aquela dor insuportável em meu braço mas onde doía mais era em meu coração. Como eu iria viver sem elas?  Minha filha tinha apenas cinco anos... Ela não podia morrer daquela forma.

— Vai ficar tudo bem...

Minha mãe me abraçou, ela acariciava minha cabeça com cuidado até porque eu estava muito machucada mas eu pouco estava me importando comigo, chorei muito, chorei por quatro horas seguidas no colo de minha mãe até que os médicos decidiram que era melhor eu dormir e me aplicaram um sedativo.
No dia da despedida foi muito mais doloroso do que eu imaginava que era quando me falavam que fulano de tal tinha morrido.  Eu pensava que era só jogar um pouco de terra e pronto... Mas ali na hora de jogar aquela terra foi como se eu jogasse minha vida,minha felicidade e minha autoestima junto com elas, como se eu estivesse morrido também. Uma parte de mim morreu ali e a outra parte estava eternamente de luto.
Os dias foram se passando e minha tristeza cama vez aumentava mais,  eu estava fazendo fisioterapia para voltar andar normalmente sem precisar de muletas ou cadeira de rodas, o quarto de Julie ainda estava do mesmo jeito. Julie era uma criança encantadora, inteligente e muito tagarela, quando ela estava em casa todo minuto escutavamos sua voz e suas brincadeiras com suas bonecas.

- E o primeiro pedaço do bolo vai para.... Minha mamãe Lauren!!!

— Obrigada,meu amor.

— Não por isso. 

Ela subiu em meu colo e beijou minha bochecha. Estávamos comemorando seu aniversário de 4 anos e toda a família estava reunida para comemorar aquela data que era tão especial.

- Mamãe Katy, vem tirar foto.

— Estou indo.

Minha mulher sorriu e me abraçou. Tiraram a foto justamente quando dei um beijo em minha mulher e Julie saiu batendo palmas na foto e sorrindo.  Ela realmente gostava quando nos baijavamos.

Eu comecei a andar sem a ajuda das muletas ou cadeira de rodas e então voltei a assumir o comando da empresa. Minha vida se resumia em Casa,trabalho,trabalho,casa, choro e as idas ao cemitério todos os domingos de todos os anos que se passavam. Eu passava horas e horas trancada no quarto de Julie olhando as fotos e chorando a perda.

— Hey... Vamos se levantar.

— Me deixe sozinha, Dj.

— Essa casa é muito gigante e você não pode ficar sozinha dentro desse lugar.  Você tem noção de quantos anos se passaram, Laur?

— 14 anos! Minha filha era pra ter quatorze anos! — Me levantei chorando e com a respiração descompassada.

— Você não pode mais viver em 2002, Lauren... Você precisa olhar e ver que tudo mudou e você não tem mais vinte anos e sim trinta e quatro. Nós precisamos nos livra destas coisas-

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⏰ Last updated: Dec 25, 2016 ⏰

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