Sem você

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KARINA
Ele o quê?!
Karina: Você o quê? -  eu disse, dando um pulo para trás.
Pedro: Eu te amo. Nunca percebeu?
Ele falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás das minhas orelhas.
Karina: Não... Eu acho.
Pedro: Você ficou magoada com o que a Victoria disse?
Karina: Não.
Sei que estou mentindo. É claro que magoou...
Karina: Na verdade, fiquei...
Falei olhando para baixo, então ele colocou a mão em meu rosto e a levantou.
Pedro: Não fica. Você é mil vezes melhor que ela.
Karina: Você acha?
Pedro: Acho.
Seu sorriso é tão lindo.
Karina: Preciso ir agora, Pê...Pedro, quer dizer.
Pedro: Tchau, lindinha. - ele falou dando um beijo na minha testa.
Pedro: Pode me chamar de Pê, se quiser.
Karina: Tá bom... Pê.
Ele não foi comigo hoje pois precisava ir resolver algumas coisas.
Quando cheguei em casa a Jade estava na sala.
Jade: Demorou hoje, o que aconteceu?
Karina: Nada. Só andei mais devagar.
Jade: Sei, sei. Com esse sorrisinho aí aposto que tava aprontando.
Karina: Não tava nada. Quem faz isso é você. - falei enquanto colocava comida no meu prato.
Ela riu.
Jade: É verdade. Mas você também faz isso que eu sei, pirralha.
Revirei os olhos e terminei de comer.
Eu ainda não consigo acreditar no que o Pedro disse. Ele me ama... Alguém me ama!
Será que é verdade? Ele falou com tanto sentimento... Não sei, estou confusa. Eu o amo, mas não sei direito como funciona esse tipo de coisa. Eu nunca amei ninguém antes do tipo estar apaixonada. Vai ser diferente.
Pensei nisso durante todo o resto do dia. Preciso tanto falar com alguém sobre isso. Até pensei em falar com a Bianca, mas não seria uma boa ideia já que ela também odeia os Ramos.
Droga!!! Eu não posso de jeito nenhum me envolver com o Pedro, além de ser da família rival uma hora ou outra eu seria magoada. Pelo que já ouvi falar dele, não consegue passar uma semana com uma garota só. Então por que comigo seria diferente?
Antes de dormir recebi uma mensagem dele.
"Boa noite, te amo ❤️"
É, eu preciso mesmo me afastar dele. Antes que um de nós saia machucado.
Pedro
Ela recebeu a mensagem mas não respondeu. Acho que está cansada. É bom saber que agora ela sabe que eu a amo...
Será que ela também me ama? Essa pergunta ecoa na minha mente.
Acordo no outro dia num pulo, tenho que me arrumar para poder vê-la.
Tiro meu pijama azul e visto a blusa do uniforme, uma calça jeans e o All Star de sempre.
Como uma fruta e desço.
Ela costuma sair de casa ás 7h, agora já são 7h09.
Quando chego na escola não a vejo no pátio. Será que ela faltou? Só pode ter sido. Então a vejo parada do outro lado do pátio olhando para mim.
Ela some na multidão quando grito seu nome. O que será que aconteceu?
Deve estar envergonhada.
As três primeiras aulas passam devagar, até que o sinal pro intervalo toca. Corro até o refeitório e a encontro conversando com algumas meninas. Ela me olha, mas ignora. O que deu nela?
Vou até a mesa, e as meninas se calam.
Pedro: Oi, Ka... Posso falar com você?
Karina: Não tá vendo que eu tô conversando não, garoto?
Pedro: Depois falo com você, então.
Ela volta a conversar, ignorando a minha presença.
Não acredito que depois de ontem ela ainda esteja assim comigo. Merda.
Perco totalmente a fome e sento num banco.
Victoria: Parece que tem alguém chateado. Foi a sua amada, não é?
Ela diz, com ironia.
Pedro: Vai embora. - digo, sem olhar para a mesma.
Victoria: Eu sabia que isso acontecer. Ela não é pra você. Eu sou.
Garota insistente. Levanto do banco e vou para a minha sala após o sinal tocar.
As três últimas aulas foram ainda piores que as primeiras. Só consegui pensar na Karina.
Por isso que odeio me apaixonar, embora isso nunca tenha acontecido antes. Eu deveria sair daqui e pegar a primeira menina que aparecesse na minha frente, mas simplesmente não consigo. A Karina é a única coisa que eu quero nesse momento. Por que ela está agindo dessa forma?
Após o sinal tocar, pego meu caminho de volta pra casa na esperança de encontra-la, e isso acontece.
A Karina está do outro lado da rua com seu fone, como sempre. Decido ir até ela.
Pedro: Karina, espera!!!
Ela não ouve, então grito. Dessa vez ela ouviu.
Atravesso a rua correndo pois ela não parou, simplesmente me ignorou.
Pedro: Por quê você tá assim comigo?
Ela dá de ombros. Então entro em sua frente.
Pedro: Ontem estava tudo bem, aí hoje cedo você fugiu de mim, depois me humilhou e agora tá me ignorando. O que eu fiz de errado?
Karina: Tudo.
Pedro: Tudo o quê, Karina? Eu me declaro e é assim que você me trata? Eu te amo!
Karina: Não ama nada. Você tá falando da boca pra fora. E agora, se me permite, quero ir pra casa.
A impeço que passe por mim segurando em seus braços.
Karina: O que você pensa que tá fazendo? Me larga, moleque!
Pedro: Então me escuta. Eu quero que explique o que aconteceu.
Karina: Eu só não quero fazer parte desse seu joguinho. Não sou as suas peguetes.
Pedro: Que joguinho? E você não é nenhuma peguete, sabe disso.
Karina: Já ouvi coisas horríveis a seu respeito. Eu sei que não consegue passar três dias com uma garota só.
Pedro: Você é diferente...
Seus olhos se iluminam, mas logo ela me dá um chute na canela e vai embora.
Karina: Eu quero que me deixe em paz. Não me procura mais, ouviu? Moleque chato.
Essas palavras doem. Não sabia que o amor era tão dolorido assim. Ele me invade de tal forma que nem consigo explicar.
Gostaria que a Karina soubesse o quanto a amo, o quanto a quero aqui. Desde aquele dia em que a derrubei ela não sai dos meus pensamentos. Quando ela me olhou pela primeira vez com aqueles olhos azuis foi a primeira vez também que senti meu coração disparar. Ela deveria saber que não quero mais ninguém. Eu não sou nada sem ela.
Será que a Karina gosta de outro? Será que a Victoria disse mais alguma coisa pra ela? O que será que ela ouviu sobre mim? São tantas perguntas...
Talvez seja melhor eu dar um tempo, quem sabe não consigo tirar ela da cabeça.
E eu vou conseguir. Sei que vou.

Amor ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora