Escola nova

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A cidade de Nova York nunca foi tão movimentada quanto no primeiro dia de aula de uma garota do Ensino Médio.  Pessoas passavam, de um lado para o outro, e eu ficava imaginando onde era o trabalho de cada uma das pessoas no ônibus. E eu brincava comigo mesma, dava profissão a elas. Uma é atriz, o outro é frentista e este outro... Escritor. Fazia isso até chegar a escola. Eu nunca me senti bem aqui 100%. Parece as vezes que estou sendo observada constantemente, e pior disso tudo eu não posso falar nada pra ninguem.
Me lembro que antes de eu me matricular nesta escola, tive um pressentimento de algo muito estranho para acontecer. Talvez um amor.... Ou até mesmo amizades novas. Mas foi o amor. E foi um amor que eu nunca senti antes... E ainda sinto! Mas esse amor não tem conto de fadas algum, muito pelo contrário. Esse amor machuca. Mas por quê? Porque ela não sabe do que eu sinto. E eu sei que se ela soubesse, tudo em minha volta reagiria contra mim. As vezes devemos manter segredos. Segredos que nem nós devriamos saber. Segredo que Deus poderia duvidar. Eu me lembro perfeitamente de como a conheci, mas se eu contar, precisarei voltar no dia 9 de março de 1998.
Era o meu primeiro dia de aula e eu não conhecida ninguém. Era uma segunda feira de sol, muito quente. Cheguei na escola às 7 horas em ponto e quando entrei na sala, a professora Wendy estava na lá. Nesta segunda, só foi eu e mais 3 meninas: Carly,Aliston e Denise. Carly sentou do meu lado, Denise no fundo da sala e Aliston à frente da mesa da professora. Foi o meu primeiro dia na escola, eu nunca imaginei numa escola tão grande... Que hoje pra mim é tão pequena. Me assustei com tudo, tudo era grande, quadras,mesas,pátio e etc... Eu fiquei sozinha pelo recreio. Fiquei assim até sexta feira.
Na outra segunda, as pessoas começam a ir a escola normalmente. Olhava para os meninos e nenhum me interessava. Simplesmente estava bloqueando todos os garotos. Até eu ouvi a voz de uma garota. No começo eu não liguei tanto, não olhava pra ela nem sequer uma vez. Até chegar sexta feira. Haveria um debate sobre a formação do basquete, e eu não quis ir, estava muito cansada e eu ia sair cedo. Na última aula, pessoas do 3 ano fizeram um trote. Quem não quisesse participar do debate, tinha q ficar na sala com eles. Eu fiquei. Me arrependo de ter ficado. Porque foi lá que tudo começou. A garota que eu falei que me chamou atenção pela voz estava lá. Reconheci pela voz. Comecei a encara-la, fui vendo o quão ela era divertida e engraçada, tentava não rir, tinha jeito de ser lésbica. Eu tinha um pouco de "preconceito" porque na escola antiga, todos achavam que eu fosse. Mas eu nao me conhecia bem. Até ela sorrir. Esse sorriso tirou a graça de todos os outros e eu fiquei pensando: "Quem é essa garota?". Relutei com toda minha força, mas foi só ela dar uma risada que tive frio no estômago, pensei ate que era fome mas meu coração bateu tão forte como nunca bateu e eu fiquei observando... Até me ver pensando: "Preciso falar com ela". Não sabia ainda o nome dela, eu mal prestava atenção nela. Tive que me virar em procura-la nas redes sociais e não achei.
Do nada, me vi pensando no sorriso dela sorrindo também. Toda boba e com o coraçao batendo muito forte. Poderia ser ilusão,achei isso também, mas foi mt mais que isso.

No dia seguinte ela faltou. Fiquei desesperada, porque tinha muito que saber o nome dela e eu só iria ter uma chance, quando a professora abrisse o diário.
Nas chamadas, quando chegou no nome dela, a professora perguntou quem era ela. Responderam:
-É aquela de cabelo azul e branquela que é bissexual.
Sorte minha eu gravar o nome dela: Maria Vitória . Pronto, primeira etapa finalizada.

Ela e ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora