Bônus

50 3 0
                                    

* Narração do Patrick *

Depois que a Mady saiu correndo do meu apê, eu me senti muito culpado por ter gritado com ela daquele jeito.

Porra, não tinha como eu saber que os pais dela tinha morrido. E além disso, a culpa não é minha.

- Você é idiota? - minha Mãe grita.
- Calma lá, não tinha como eu saber que os pais dela morreram. - me defendi.
- Ela é sua melhor amiga Patrick! Por que você não estava com ela nesse momento? Por que não abraçou ela e disse que ia ficar tudo bem, mesmo sabendo que não ia ficar? - ela diz.

Bom, por um lado, ela tinha razão. A gente sempre foi melhores amigos, um tapa na cara não ia mudar nada.

Saí de casa, e toquei a campainha do bloco dela. Mas ninguém atendia. O jeito era gritar.

- Madyson! Abre á porta! Eu sei que você está aí! Precisamos conversar. - nada.

Forcei a fechadura para abrir, mas estava trancado.

Voltei para o meu apê, e gritei minha mãe que logo apareceu.

- Tentei falar com ela, mas nada. Tentei entrar, mas a porta estava trancada. - falei.
- Deixa eu ir lá!

Acompanhei ela, que gritou várias vezes e o resultado foi o mesmo que o meu. Ligamos para o telefone dela e o fixo também, só que ninguém atendia.

Será que a Mady morreu, e a culpa é minha?

- A síndica tem cópia das chaves de todos os blocos, vou falar com ela, não sai daí. - minha Mãe fala e some pelo corredor.

Continuo ligando no telefone dela, e dessa vez ela atendeu.

Telefone:

Eu: Madyson! Abre a porta agora!
Mady: Oi Patrick, tudo bom?

Ela estava com uma voz esquisita, parecia que tinha...ah não, não acredito que ela fez isso.

Eu: Madyson, me diz que você não bebeu.
Mady: Eu? Mas é claro que não haha.
Eu: Desce aqui agora!

Do nada escuto tosses do outro lado da linha, e um tombo muito forte.

Eu: Mady? Madyson!

Minha mãe chega com a chave, e a síndica junto. Quando elas abriram a porta, corri pro quarto da Madyson, e encontrei ela caída no chão. Ao lado dela uma garrafa de Whisky vazia, e uma caixa de remédio, que eu não conhecia.

Rapidamente peguei ela no colo, e coloquei em cima da cama.

- Ela tentou se matar! - falei pegando o frasco vazio no chão.

Ambas me olharam assustadas, e a dona Silvana foi logo checar a pulsação dela.

- A pulsação dela está fraca, melhor levar para o hospital logo. - ela diz olhando pra minha mãe.

Peguei a Mady novamente no colo e saí apartamento rápido, sendo seguido pela minha mãe, e a Silvana ia ficar pra trancar a casa.

- Vou pegar minha bolsa, e já te encontro lá embaixo. - ela diz entrando.

Desço para o subsolo rapidamente, e assim que chego no carro, deito a Mady no banco de trás.

- Vamos! - minha Mãe chega correndo.

Dirigi apressado até o hospital mais próximo, ultrapassando carros e sinais vermelhos.

Afinal, pra quê respeitar leis de trânsito, se a vida da sua melhor amiga está em jogo.

Eu não conseguia ficar um minuto, sem olhar para o rosto dela pelo espelho.

Queria que me desse um sinal de que está bem, um sinal de que ainda está viva.

Se a Madyson morrer, eu não sei o que vai ser de mim. Vou me sentir super culpado, porque, porra, eu podia ter simplesmente conversado com ela de boa hoje de manhã, mas eu fiz besteira. Magoei ela, e não sei se vou ter a oportunidade de lhe pedir desculpas.

...

Depois De VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora