Capítulo 38

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Ester narrando

Mal o sol havia nascido, e já tinha uma enfermeira no meu quarto me preparando para os exames,  e na minha opinião foi muito exame para um só ser humano.

- Vejo aqui que você realmente está bem.-  Doutor entrou no quarto analisando meu prontuário.-  Seu coma não deixou nenhuma sequela .
- Eu disse!- Falei abrindo os braços. - Já posso sair daqui?- Eu já não aguentava ficar naquele quarto.
- Bom, eu iria te liberar só amanhã, mas não vejo motivos para você ficar aqui. Então sim você já pode ir embora.- Dei graças a Deus. -  Seu caso realmente foi um milagre.
- Eu sirvo a um Deus de milagres doutor.- Ele me olhou e sorriu em resposta.

Minha alta seria assinada cinco da tarde, mas ainda era meio dia e cinquenta e sete, o que significava que eu iria ficar mais algumas horas.
Meus pais e o Miguel foram me visitar junto com a Lais e a família dela.

- Temos ótimas notícias filha.- Minha mãe comentou enquanto eu impedia o Miguel de mexer nos equipamentos médicos.
- O que?- Indaguei.
- Vamos nos mudar para cá na semana que vem.- Meu pai falou com um sorriso no rosto.
- Sério! - Falei não acreditando, mas eles afirmaram com a cabeça. - Meu Deus! Fico muito feliz com isso. Toda a minha família reunida novamente!

Meus pais saíram antes de eu receber alta, alegando que tinham algumas coisas para resolver, e eles levaram o Miguel junto.
Bruno foi logo em seguida com seus filhos, restando apenas a Lais e eu.
Eu estava sentada na cama e a Lais sentada ao meu lado, eu tinha que perguntar, a dúvida sobre onde o Arthur estaria, e porque ele não havia aparecido estava acabando comigo.

- Lais, por quê o Arthur não veio aqui desde que eu acordei?- Fui direta em minha pergunta.

Ela me olhou em silêncio como se procurasse as palavras, o que me fez ficar receosa, será que ele havia ido embora?.

- Eu não sei Ester, quando eu liguei pra ele, ele simplesmente disse que não poderia vim. - Ela foi vaga em sua resposta.- Ester eu não ia te perguntar mas... o que houve na cabana naquele dia? Por que o Marcos fez aquilo? - Notei que ela queria mudar o assunto, mas não me importei.

- Segundo ele.... Por que era apaixonado por mim. E não foi só isso, ele já me conhecia antes mesmo de eu conhecer o Rafael. - Contei para a Lais toda a história que o Marcos havia me contado.
- Meu Deus! Não sei nem o que dizer. Não esperava que o Rafa fosse ser infiel.
- Bom, o que o Marcos não sabia, era que eu soube da infidelidade do Rafael. - Lais me olhou assustada
- Como assim? - Ela me pareceu confusa, então eu decidi explicar.
- Lembra quando eu fui deixar o Miguel na sua casa, uns dias antes do aniversário de um ano dele?- Ela balançou a cabeça em afirmação.
Recordei-me do dia, o dia que eu tomei uma das decisões mais altruísta da minha vida.

...

Naquele dia eu teria que passar na empresa para me atualizar dos ocorridos, já que eu estava trabalhando em casa para poder ficar com o Miguel. 
Então eu decidi que passaria no escritório do Rafa antes. Então me arrumei, em seguida arrumei o Miguel e sai.
Levei meia hora para chegar ao escritório do meu marido. Eu já conhecia a assistente dele, então ela permitiu a minha entrada sem precisar anunciar.
Quando eu entrei eu o vi beijando uma mulher dentro da sala dele. Eles se separaram bruscamente quando notaram minha presença. Eu não tinha visto o rosto da mulher, no caso a tal de Susan
Eu sai da empresa sem olhar para trás. Meu primeiro pensamento foi ir embora e nunca mais voltar, mas eu percebi que o Rafa e eu não éramos os únicos nessa história, tinha o Miguel, que era muito novo para ficar no meio daquele fogo cruzado. 
Foi quando eu decidi deixa-lo com a Lais e retornar para casa, onde o encontrei.
Ele tentou tocar meu rosto, mas eu me afastei e esperei que ele falasse. E ele falou, falou quando tudo havia começado, e como ele havia se arrependido de tudo aquilo.
Cada palavra dele era como se meu coração fosse pisoteado pela pessoa que eu amava. E a vontade de virar as costas para ele era imensa. Mas eu não só lembrei do Miguel, mas lembrei como eu havia feito uma promessa de fidelidade até a morte. 
O Rafael havia quebrado a promessa dele, mas eu não quebraria a minha, então fiquei, quando a minha vontade era ir.

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