Parece tudo tão ridículo, fútil e até acrescento ser uma perca de tempo, mas eu sempre jurei a justiça e quero provar que esta loiraça belíssima, está prestes a arrebentar com a porta de muitos e apagar históricos nunca mais lembrados.
-Jenny, pode deixar de ser uma garota fútil? - A voz masculina de Richard (meu "pseudo"-namorado) soava de uma forma triste e irritada por estar fazendo minhas malas e me pôr a andar daqui para fora, estava prestes a enfiar-lhe uma faca no seu estômago e vender seus órgãos para pelo menos pagar o dinheiro ao taxista que me viria buscar o mais rápido possível.
-E você pode deixar de me irritar? - Abafei de imediato sua voz com a histeria que lançava sem piedade para seus ouvidos e elevava meu pescoço, denotando-se as minhas veias sobressaindo de puro nervosismo e stress, não adiantava de todo!
-Jenny, você está sendo patética, porque tenciona arruinar de pessoas que já andaram com você? - Ele indignado, se aproxima de mim e retira a mala enorme que segurava de minha mão.
-Você pouco sabe do que elas me fizeram, aliás você não sabe absolutamente nada. Não pense voltar a contactar-me, não gostaria de ver sangue por aí. - Respondi-lhe num tom sarcástico.
Realmente, eu era bastante infantil e talvez essa forma de ser imatura, era mais um passo para minha malvadez e ataques de pura histeria me traziam mais doçura por vingança, ser enganada por todos durante o que seriam os seus melhores anos da adolescência não dariam de nada. Eu queria era ser famosa, mas não por razões óbvias de ser heroína e sim por razões que deixariam até os mais inteligentes se questionando pela genialidade de MIM!
-Jenny, não faça isso. - Repetia Richard diversas vezes, despedaço estaria seu coração que não me queria entender.
-Adeus parvalhão! - Gargalhei para ele e direccionei meu rosto para o garoto, mordendo o meu lábio inferior que estava coberto por um batom rosa-claro, contracenado com minhas bochechas coradas já de natureza, até parecia um anjo deste jeito.
Levar agora tudo para o exterior do prédio seria complicado, não que tivesse muitas roupas, mas eram quantidades exageradas de caixas feitas de cartão, aliás eu própria necessitava de vender alguns farrapos que apenas serviriam para limpar mesas ou retirar o pó dos móveis.
Não foi tarefa fácil colocar tudo cá fora, mas ao fim de uns quinze minutos, já me encontrava no meio do passadiço de asfalto e sendo já de madrugada, eram poucos os carros que passavam por lá e apenas aqueles homens que vendiam droga me encaravam como se fosse alguma droga para eles, nada contra, aliás eu causava um certo vício. Estando eu apenas trajando uns calções de ganga mínimos, uma jaqueta de couro e umas sapatilhas, o frio era intenso e meus lábios já estariam roxos de sentir aquela corrente passar.
-Ei garota, precisa de ajuda? - Uma voz feminina grossa e um tanto rouca, gritava em minha direcção e de imediato virei meu rosto para o lado esquerdo e vi uma garota andando até mim e esboçando um sorriso doce, como eu odiava aqueles sorrisos falsos por mera obrigação.
-Estou ótima, não se incomode. - Fingi um sorriso falso e virei meu rosto para o lado oposto, não estava com disposição de contracenar como se fosse a "boazinha" e suspirasse desejada por ajuda e tudo isso (estava mesmo, mas a minha intenção não era bajular isso!).
-Como não me incomodar, são 03:45 da manhã, e você está tremendo de frio e com bagagem até ao fim do mundo. Mau dia, é? - Ela me falou calmamente, estando perto de mim o suficiente e bem vestida, me refiro ao facto de estar coberta de roupa, porque se fossemos falar da qualidade da roupa...Querida, você necessitava de uma polícia da moda!
-Acontece, mas me dê licença, preciso de apanhar um táxi. - Fui pegando nas minhas coisas, meia que desajeitada e nem no primeiro passo que avançava, as coisas já me iam caindo. Aquilo era praga da morena ao meu lado.
-Você realmente não precisa de ajuda? - A morena me via de costas acartando as coisas, de sobrancelha arqueada e desejando para que tudo me caísse, só pode!
-Realmente, precisava de que fosse embora e me deixasse de incomodar, é possível? - Não me contive.
-Ei, ei! "Loirinha", vamos ter alguma calma? Nunca lhe deram algo chamado 'educação'? - Ela se aproximou de mim de braços cruzados.
-Sabe, educação nunca foi o meu forte e aqui quem deveria manter a calma, é somente você! - Cruzei meus braços e elevei minha cabeça, ela era bem mais alta do que eu, parecia uma autêntica anã ao seu lado e ter uns simples 1,57, não ajuda nada!
-Woow! Abaixe a bolinha, você não sabe com quem se meteu... -Ela gargalhou e me deu um leve empurrão, odeio quando me tocam e quando pensam ter algum "comando" sobre a minha pessoa, estava ficando mais que enervada.
-Ah é? - Eu tenho duas hipóteses: Entrar em colapso e fazê-la sangrar de forma agoniante ou acabar com ela no momento.
Aquela morena deveria pensar que eu era uma de suas 'vítimas' no tráfico ou simplesmente pensar que era uma garota fútil, sem forma de agir e simplesmente acabar no chão de forma inconveniente. Avancei um passo até ela, e discretamente, estando ela ainda se rindo de mim, retirei uma pequena navalha de prevenção no meu bolso e ergui-a, passando levemente em seu rosto, mas o suficiente para deixar umas pequenas gotas de sangue escorrerem em seu rosto.
-O que você vai fazer, vadia? - Sussurrei-lhe num tom de voz imundo e simplesmente medíocre, não gostaria de tomar outras acções, aquela morena era cão que ladrava mas nem morde!
-Você não sabe com quem se está metendo... - Ela soltou um suspiro e passou seus dedos agressivamente em seu rosto e virou-se de costas, alargando seus passos para bem longe de mim.
Eu saberia que minhas acções teriam consequências, aquela bela garota que eu acabei de ferir, deveria ter uns amigos e noutra madrugada acabaria morta e ainda me questiono o porquê de sofrer tanta indelicadeza. É, eu me deveria pôr na saída da cidade e simplesmente deixar Richard apodrecer na busca por alguém melhor que eu, impossível fazê-lo. Peguei ainda desajeitada nas bagagens e comecei caminhando pelas ruas obscuras e fedorentas pelo cheiro das ratazanas mortas e acabadas por atropelamentos, era o ambiente tão diferente do de dia.
Ao fim de uns vinte minutos, não aguentava carregar tanta carga, estava ficando sem força alguma e só desejava descansar, para por um minuto que seja. Sem afrontamentos, pousei brutalmente as malas no asfalto. Sacudi minhas mãos que já suavam e esperei vir um táxi, aliás eu estava stressada por toda esta cena de ter ficado na rua, acabar com meu pseudo-namorado e testemunhar minha futura morte. Tudo estaria indo errado, talvez porque meu jeito terrível não ajudasse e também porque eu me sentia altamente nervosa.
Ao perder já quase minha paciência, eu já me aprontava para dormir na rua mesmo e fingir que estava apenas descansando, mas felizmente algo surgiu e só tinha para dar certo. Um veículo escuro, com as luzes quase fundidas e a música nas alturas parou mesmo na minha frente e um bando de garotas ia-se divertindo, estariam elas bêbadas, pelo menos tiveram a dignidade de saberem o que se passava, penso eu.
-Oi moça, precisa de boleia? A mala está livre e tem um lugar certo aqui atrás! - A condutora; uma mulher robusta e ruiva, com uma beleza incrível e consumida pela cocaína que estariam todas induzindo em suas narinas, me falava animadamente, talvez tivesse toda a razão.
Por momentos, pensei em negar o convite de forma mais simpática para evitar uma morte escrita nos cadernos delas mas por outro lado, necessitava urgentemente de uma boleia não tinha sítio para ficar e para onde elas iam não seria a podridão que estava passando no momento, não tinha absolutamente nada a perder.
-Siga nessa. - Falei num tom de voz maldoso, guardando por completo a navalha no bolso dos calções de ganga e dirigi-me até à mala delas, pousando as minhas bagagens e entrando no banco de trás, a festa ia se mantendo e minha presença era apenas mais uma forma animalesca de festejarem algo, pelo o que me apercebi, uma delas havia-se divorciado e olha quem mais cortou um relacionamento? Oh, eu!
Juro-vos, não me lembro totalmente de nada no momento em que pousei meus pés fora do carro, apenas depois disso foi diversas coisas se passando. Só me lembra de parar em frente a uma mansão enorme e branca, parecia de luxo, parecia realmente o que eu estava necessitando. Eu não faço a mínima do seguinte, só sei que elas eram loucas como tudo e eu estava ali rindo-me de forma maluca, de sentir o álcool e diversas coisas a consumir a minha mente. Afinal, como é possível acontecerem mil e uma coisas numa só madrugada? Nem eu sei!
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Fama de Psicopata
RandomQuem nunca desejou ter fama? Esbanjar sua fortuna nas coisas mais inoportunas e de extremo balúrdio? Afinal, conquistar fama pode não ser da forma generosa e simpática em batalhar por algo. Na cabeça da loira, Jenny Adams, tudo isso é algo verídico...