Poin't Of View – Draco MalfoyFico ali sentado em uma cadeira ao lado de Hermione e minha filha. Amo minha filha e não sinto como se fosse menos do que o pai dela, não é como se ela não fosse minha, é minha mais do que de qualquer outro. Ela é minha assim como é de Hermione, não menos que isso.
Fico admirando seu rostinho delicado de bebê, a boquinha pequena meio virada pra baixo, a pele clara com as maçãs do rosto vermelhinha, o cabelinho ralo coberto com uma grande faixa roxo claro da mesma cor que o macacão e o sapatinho delicado. Toda perfeita, pequenininha e fofa, da até medo de machucar.
- Com licença, tenho que leva-la para o berçário.
- Ahh não! - Hermione reclama. - Não faz nem meia hora.
- Precisa descansar mamãe, aproveite agora porque daqui a alguns dias isso não vai mais acontecer por um bom tempo.
- Mas eu quero um tempo a mais com ele. - ela diz, gosto de ver ela toda manhosa assim, como quando estava grávida e tudo a fazia parecer delicada e frágil.
- Precisa descansar, em algumas horas eu a trago de volta.
- Deixa a enfermeira fazer o trabalho dela, Hermione. - digo. Hermione sorri cínica pra mim enquanto eu solto uma risadinha baixa. Minha noiva é linda até brava fazendo pirraça na frente dos outros. - Fica linda assim, sabia?
A castanha revira os olhos e sorri para mim, dessa vez gentil. Quando a enfermeira leva Lou para o berçário, me levanto da cadeira ao seu lado e me inclino sobre Hermione para selar nossos lábios em um selinho casto, mas ela mergulha seus dedos em meus cabelos e inicia um beijo daqueles de fazer qualquer homem pirar.
- Obrigado por estar aqui.
- Não precisa agradecer, não tem nenhum outro lugar que eu queira estar.
Dessa vez sou eu quem inicio um longo beijo, sinto os dedos de Hermione descerem pelas minhas costas e subirem vagarosos, o beijo lento começa a ficar furioso, Hermione vai para o canto da cama me dando um espaço onde eu deito e volto a beija-la com o mesmo ardor e furia de segundos atrás. Quando o ar se faz necessário desço meus lábios pelo canto da boca dela até o pescoço, onde vou deixando mordidinhas e beijos suaves, somente quando ouço os suspiros incoerentes de Hermione é que paro para pensar onde estamos e o que estamos fazendo.
- O que é isso, tá querendo me seduzir? - eu brinco com ela, que da uma risadinha sem graça, o rosto vermelho e a respiração ofegante que não é diferente da minha. - Dar a luz não é emoção suficiente pra você, senhorita Granger? Tem que agarrar esse pobre coitado homem ainda?
- Draco! - ela murmura, o rosto vermelho de vergonha, só então me dou conta que temos companhia.
- Podemos voltar outra hora. - Potter diz, encabulado. Gina revira os olhos e diz impaciente:
- Outra hora coisa nenhuma, eles dois que tratem de se comportar.
Olho para Hermione que me sorri sem graça, desço da cama e me sinto ainda mais constrangido ao ver que minha roupa está toda amassada.
- Olha isso, parecem dois adolescentes dando uns amassos escondidos, nem parecem que são pais. - Ginevra diz.
- Gina! - Harry e Hermione dizem em unissono.
- O que foi gente? Não é verdade? - a ruiva diz, rindo. - O que vocês dois acham de ir dar uma volta e deixar as mulheres conversando?
- Sinto muito pelo furacão que é a minha mulher. - Harry diz, quando saimos do quarto e sentamos em um banco no corredor, olho para ele e não sinto nenhum sentimento arrependimento que venha da parte dele, ao contrário, percebo o orgulho explícito em sua voz e gosto disso.
- Não peça desculpas por algo que não se arrepende. - eu digo, Harry sorri pra mim e balança a cabeça concordando.
- Tem razão, gosto disso nela. - ficamos em silencio alguns minutos, cada um com seu pensamento, fico pensando se Harry pode me ajudar com uma coisa, superamos nossas desavenças a tempos, mas será que já chegamos ao patamar de um pedir favor ao outro?
- Potter, e-eu... - Quase perco a coragem ao ver a atenção dele dirigida para mim, mas aí lembro o porque e para quem é minha surpresa, e elas merecem isso. - Poderia me fazer um favor?
Poin't Of View – Hermione Granger
Pego a bolsa em cima da cama e sigo até a porta, onde Draco está com Louraine. Fico admirando os dois ali, a devoção com que Draco olha para ela, os dedos acariciando o rostinho delicado da nossa filha. Três dias e nada mudou, ele ainda me trata com todo o amor do mundo, ainda faz questão de dizer que me ama, ainda faz questão de cuidar de mim e da minha filha como quando éramos apenas amigos e ele havia acabado de saber da minha gravidez.
- Eu te amo. - digo para ele, que desvia os olhos da pequena e me olha sorrindo.
- Também te amo. - ele responde, simples, mas com os olhos brilhando e transbordando de ternura. - Vamos?
Aceno com a cabeça e Draco passa um dos braços pelo meu ombro, nesses três dias em que eu e Lou ficamos aqui, percebi que Draco está sempre me puxando para perto, sempre entrelaçando nossos dedos, me dando um meio abraço, faz questão de a todo momento tocar em mim de alguma forma, e se já não soubesse que ele me ama, se já não tivesse certeza, então eu teria.
Draco ama por completo, e só posso retribuir da mesma forma.
Não demora muito e estamos dentro de um carro que ele alugou, Louraine presa no banco da trás em uma cadeira trouxa, e Draco ao volante zapeando pelas ruas do mundo trouxa.
Me encosto no banco e fecho os olhos, gosto de estar ali, de sair pela primeira vez com minha filha e meu noivo, um mundo de coisas novas que ganhei nesses últimos três dias e que só agora vou começar a realmente aproveitar.
Quando finalmente o carro para, abro os olhos e um Draco sorridente me encara, ele tem um sorriso nos lábios e um ar romântico nos olhos, retribuo o sorriso sem saber o que e o porquê de Draco estar me olhando dessa forma, não que realmente precise de um motivo, é dele que estamos falando, e Draco esbanja amor, só precisa receber um pouquinho de amor de volta.
- Tem uma coisa que preciso te mostrar.
Olho em volta e me surpreendo quando vejo que estamos na praça onde passei a minha infância, o mesmo lugar onde trouxe Draco à uma vida atrás para ele conhecer um pouco da minha história. Minha verdadeira história.
- O que estamos fazendo aqui? - pergunto.
- Já vai saber. - Draco sai do carro, abre a porta de trás e tira Lou da cadeira, e depois de arrumar a pequena no braço, Draco da a volta no carro e abre a porta para mim, entrelaçando nossos dedos com a mão livre.
Caminhamos um pouquinho pelas ruas do lugar onde cresci e vivi até meus dezessete anos, não demora muito e Draco para em frente a antiga casa dos meus pais.
- Draco, e-eu... - sinto meus olhos marejarem e minha voz embarga, fico parada ali, nunca mais tive coragem de voltar aquele lugar, não sem meus pais.
- Seja bem vinda a nossa nova casa. - ele murmura em meu ouvido, a voz grave. - Você cresceu aqui Hermione, teve uma infância perfeita e feliz por entre esses cômodos e nesse bairro, eu quero o mesmo para a nossa filha, quero que ela cresça sem nenhum dos nossos problemas, que seja apenas feliz. Quero ir trabalhar e ter uma casa para voltar todas as noites. Quero minha família, e tudo o que tenho direito com ela.
Limpo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, fico na ponta dos pés e deposito um beijo casto nos lábios dele, em seguida pego nossa filha que está quietinha no colo do pai e olhando para ele, digo:
- Quero você, quero tudo o que vem de você e só posso te amar incondicionalmente. Muito obrigado por tudo, te amo.
Draco sorri e me dá um beijo nos lábios, sorrio entre o beijo e Draco se afasta, os olhos claros como sempre ficam mais quando Draco está calmo e feliz.
- Vamos princesinha, conhecer sua nova casa!
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Consequências de um Amor
FanfictionSete anos após o fim da Guerra Bruxa, todos em Hogwarts tomaram seu rumo, e não foi diferente com Hermione Granger, que na intenção de livrar-se dos traumas passados, resolve devolver ao mundo um pouco de todo o seu conhecimento e forma-se como Pro...