Nathan

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Logan quis ir até ao hospital psiquiátrico a pé, apesar de ser longe. Ele quis apanhar ar e eu ia ficando sem pernas.

Depois de 40 minutos a andar já estávamos na entrada do Bethlem Royal Hospital. Tal como eu acho aquele sítio deprimente.

"Também vais ver o Shawn?" – perguntou Logan.

"Não. Desculpa, mas eu não consigo. Eu vou falar com outra pessoa." – respondi.

Entrámos e dirigimo-nos ao balcão da rececionista, onde estava a mesma senhora da outra vez. Logan estava a pedir para ir ver o Shawn quando um rapaz veio ter comigo.

"Olá. Eu sou o Nathan. O filho da Mary." – anunciou o rapazinho.

"Eu não sabia que a Mary tinha um filho." – admiti. O rapaz tinha mais ou menos 9 anos, o cabelo castanho claro, os olhos verdes e um sorriso adorável.

"Bella, eu vou andado. Quem é o miúdo?" – perguntou Logan.

"Sou o Nathan. Estava ansioso por te conhecer Logan." – disse o rapaz. Vendo o olhar espantado de Logan sussurrei: "Depois explico." Ele acenou com a cabeça e seguiu o seu caminho.

"Sabes, se me tivesses perguntado eu tinha dito quem era. A minha mãe adora enigmas." – revelou Nathan.

"Eu percebi. Mas eu não sabia que tu existias." – admiti.

"A minha mãe nunca fala sobre mim. Ela foi violada e engravidou." – disse o rapaz como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Quando dei por mim estava a andar pelo hospital e chegámos a um sítio cheio de pessoas em volta de algo. Olhei para o lado e Nathan tinha desaparecido.

Furei por entre o grupo de pessoas e estava um rapazinho deitado no chão morto. Olhei mais de perto e vi que era Nathan.

"Desculpe, o que é que aconteceu a este rapaz?" – perguntei a um homem com cara de poucos amigos.

"Caiu ali de cima." – informou o homem. – "Há aproximadamente 2 horas." – completou. Eu devo ter feito um ar chocado por que o homem acrescentou: "Isto aqui é normal, não fiquei com essa cara!"

Fui até à receção e pedi para falar com a Mary. Porém a senhora disse que não podia visitar a Mary. Havia vários homens lá para a acalmar. Ela estava descontrolada, já sabia que o filho tinha morrido.

Fui para a sala de espera e fiquei à espera do Logan. Algum tempo depois o Logan veio ter comigo com um ar abatido.

"Nem acreditas no que me aconteceu!" – exclamámos ao mesmo tempo. – "Tu primeiro." – voltámos a dizer em uníssono.

"O Nathan está morto, ou seja, tu vês fantasmas como eu." – disse muito rápido.

"O quê? Se calhar devias ficar aqui uns tempos." – afirmou um rapaz.

"Olha, não brinques. O miúdo estava morto quando falou connosco. É verdade!" – insisti.

"Depois falamos disso." – disse o rapaz pouco convencido. – "O Shawn está descontrolado. Eu disse que estava aqui contigo e ele apertou-me o pescoço. Se os guardas não tivessem interferido ele ia matar-me."

Não sabia o que havia de dizer para o consolar. A culpa disto tudo é minha, mas com sorte o Shawn cura-se e volta ao normal.

"Bella, eu preciso de contar isto a alguém e acho que tu és a única que vai perceber." – disse o rapaz.

"Chuta!" – encorajei-o.

"Eu tenho um namorado!" – disse muito rápido. Tive de processar durante um momento.

"Tu tens de contar à Rachel. Ela tem o direito de saber." – aconselhei. – "Quando sairmos daqui vamos ter com ela."

"Lamento, mas nenhum de vocês vai sair daqui."


E pronto, acabou. Espero que tenham gostado. Ainda tenho a próxima história para publicar. Brevemente publico.

Ghosts of the PastOnde histórias criam vida. Descubra agora