Capítulo 33

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JORGE

            - Ai, meu Deus! - Anna corre até mim e me abraça forte e começa a dar vários beijos em todas as partes do meu rosto. - Eu tava com TANTA saudade de você! - Ela me beija. Dessa vez na boca. Eu ia ter a mesma reação que ela, mas ela não deixou. Foi muito rápida.

           - Anna, calma. Vamos conversar.

           - Nem pensar. Só depois que a gente sair daqui. Não aguento mais ficar presa. Hospital e cativeiro dá quase no mesmo já que estou longe de todo mundo. - Sorrio para ela. Fico muito feliz em ver que ela consegue ficar animada mesmo sabendo de tudo que aconteceu.

        Abraço ela bem apertado de novo e pego a mala com corações rosa e roxo que a mãe dela trouxe.

        Anna passou dezenove dias internada. A situação dela foi delicada, mas, graças a Deus ela se recuperou. 

         Fomos até o estacionamento do hospital e encontramos a mãe dela e Celina lá.

          - Minha mãe não vai contar o que aconteceu. Promete que vai me contar tudinho?

          - Não sei se posso.

          - Isso não foi um pedido. Você vai me contar querendo ou não.

          - Pelo visto você está realmente bem. - Aperto mais a mão dela. Um gesto de afeto.

         - Minha querida! - Celina anda rapidamente e a abraça. Anna retribui o abraço com a mesma intensidade. Celina passou noites em claro rezando para que Anna sobrevivesse. Ela realmente a ama. 

        Depois que as três mataram as saudades e viram que não precisavam se preucupar com a saúde de Anna, entramos no carro e eu dirigi até a casa dela.

             Chegando lá, almoçamos e depois subi com Anna até seu quarto. Ela tranca a porta.

           - Começa a me contar. - Ela me puxa e faz eu me sentar na cama de frente para ela.

             - Não acha melhor esperar um pouco mais. Você acabou de sair do hospital. Vamos fazer algo mais interessante. - Me aproximo dela e a beijo. Não dura muito,  pois ela me afasta.

            - Eu preciso saber logo. Por que não lembro de nada?

          - Já que não tem jeito... - falo. - Seu pai marcou de encontrar com sua mãe para pegar o dinheiro que pediu e as cópias do vídeo que fizemos. Quando chegamos ao local de encontro ele pegou a maleta com o combinado, mas não entregou você. Você estava no carro que ele estacionou em um lugar escondido.

           - Por que não lembro?

          - Ele te drogou. Você estava completamente fora de si quando acordou. Qualquer coisa que mandassem você fazer, você faria sem hesitar. - Parei um pouco. Mas continuei. - O trato era não envolver a polícia,  mas comunicamos a mesma e agimos em segredo. A polícia seguiu seu pai até o local onde ele havia estacionado o carro e viram você lá. Quando ele percebeu o movimento das viaturas, acelerou e tentou fugir. Foi bastante tempo na estrada tentando capturá-lo, foi quase impossível. A única coisa que o parou, foi um caminhão.

          - O quê?!  Sofremos um acidente?

         - Vocês não deram de contra com o caminhão. Seu pai tentou desviar e conseguiu, mas o carro estava em uma velocidade muito elevada e capotou várias vezes. Ainda não sabemos como você conseguiu sobreviver. - Uma lágrima escapa de meus olhos. Só de pensar que poderia ter perdido Anna de maneira tão bruta, meu coração se aperta. Ela percebe e pega em minha mão.

           - Se você quiser parar de contar, não precisa continuar. - Ela fala com o rosto vermelho. Acho que não conseguia acreditar em tudo o que aconteceu.

         - Eu estava em uma das viaturas. Quando vi a situação do carro, entrei em pânico. Sua mãe estava desesperada. Ela queria se aproximar do carro e tirar você de lá. Mas o carro ia explodir a qualquer momento e os policiais a afastaram. Disseram que as chances de você estar viva era quase zero.

            - Minha mãe disse que você me salvou. Disse que ela ia ser grata a você pro resto da vida. O que você fez?

             - Eu corri o mais rápido que pude até o carro que vocês estavam. Quando cheguei na zona de perigo, os policiais pararam de me seguir e ficaram gritando pra eu voltar imediatamente. Mas eu não podia. Se você fosse morrer, eu iria junto. - Ela começa a chorar. E eu também,  ao me lembrar de tudo.- Você estava muito ferida. A porta do carro estava destruída. Eu puxei você de lá,  sem saber se você ainda estava viva, mas o sinto de segurança estava te prendendo e eu não sabia mais o que fazer. Foi então que seu pai, disse que você estava viva e me ajudou a te tirar de lá. Disse que era pra eu cuidar de você. E que esperava conseguir seu perdão.

           - Então,  ele...

           - Ele morreu com a explosão. Não deu tempo de eu tirar ele de lá. Por mais que eu estivesse com ódio dele, ele me pareceu muito sincero com as palavras. Ele estava coberto de sangue. Muito ferido. Você também. Mas consegui tirar você de lá e escapar da explosão que se deu pouquíssimos segundos após eu te tirar de lá.

             - Meu pai está... morto. - Ela começa a chorar mais.

            - Anna, eu sinto muito. Por isso não queríamos te contar ainda. - Ela deita na cama e abraça uma de suas almofadas, enterrando seu rosto. - Se você quiser... e...eu posso voltar mais tarde. - Me levanto.

            - Não! Fica aqui comigo. Não me deixa sozinha. Não suporto mais ficar sozinha. - Ela fala soluçando.

             - Não se preucupe. Eu nunca vou te deixar. Nunca. - Falo, deitando ao lado dela. 

             - Eu não tenho nem palavras pra te agradecer. Eu te amo muito, muito,  muito,  muito.

              - Eu também te amo. - Beijo a testa dela e adormecemos um nos braços do outro.

       

             

             



          

  

         

  

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