O aeroporto estava lotado, e eu estava a mais de 1 hora, esperando sentada encima do carrinho onde carregam as malas. Quando vi a ultima pessoa além de mim, pegar sua mala, e sair. Fui até uma cabine e comecei a falar, tentando juntar as palavras na cabeça.
- Onde está minha mala?
- Desculpe senhorita - uma mulher, com os cabelos escuros e olheiras escuras debaixo dos olhos. - pode me dar seu papel de check in?
me senti mal por ter gritado, a mulher parecia cansada, e um pouco enjoada. entreguei o papel, e comecei a procurar o celular na bolsa, a bolsa estava uma desordem, cheia de cartelas de remédios para enjoo e dor de cabeça, grampos, e moedas, a mulher então começou a ligar para alguém, e comecei a prestar atenção nela.
- Sinto muito, mas sua mala está perdida em alguma esteira por ai, entraremos em contato com a senhorita quando encontrarmos.'
Ótimo, minha mala estava em algum outro lugar no mundo, eu estava sem nenhuma roupa além da que usava. Meu dia estava começando a dar errado.
Entrei em um táxi correndo, e entreguei o papel com o nome da casa, não sabia pronunciar, então não ia pagar um mico logo de cara.
Chegamos então, a casa era branca e grande, vi duas bicicletas jogadas no gramado do quintal, subi umas escadas, e finalmente cheguei, toquei a campainha e Dona Lucy atendeu.
- Olha só quem chegou!
Fiquei meio sem graça, simplesmente disse oi. Ela então chamou Josh, seu marido, e começou a falar sobre milhões de coisas.
- Onde esta sua mala Kriss?
- O aeroporto perdeu. Mas tudo bem, compro algumas pra usar até encontrarem minha mala.
Eles fizeram uma cara estranha e continuaram.
- Laurie pode emprestar uma roupa hoje, já esta muito tarde.
- Ah, sim, claro.
Ficamos conversando, por um tempo, aquilo me deixava exausta, não sabia quando aquela conversa acabaria, se acabaria, por que sempre ela encontrava algo pra falar, e tornava tudo infinito.
ouvi alguém abrir a porta. Seguida de outras 3 pessoas, uma garota, de olhos verdes e cabelos escuros entrou, era uma menina pequena, de uns 11 anos, e de um outro menino, ele era alto, seus olhos azuis estavam cravados em mim, e outro menino que também era do tamanho da garota.
- Essa aqui, é Kriss.
Acenei com um sorriso torto.
- Oi Kriss, mãe, preciso ir pro teste de futebol agora, se eu me atrasar me tiram do time. - o garoto pequeno disse correndo pela casa.
a outra menina se aproximou de mim, passando a mão pelo meu cabelo.
- Seu cabelo é perfeito
fiquei sem graça, por que eu vivia reclamando dele, e simplesmente, para ela, ele era perfeito.
- Obrigada, o seu também. - passei a mão pelos cabelos cacheados.
Ela sorriu, e saiu saltitando, como se o que eu tivesse dito, fosse a melhor coisa do dia dela.
o garoto mais velho acenou. Com um sorriso.
- Oi. - ele passou a mão pelo cabelo e continuou - onde ela vai ficar? - apontando para mim.
- no seu quarto filho.
Ele ficou meio sem graça.
- Não tem nenhuma mala?
- Está em algum lugar por ai, se perdeu no aeroporto.
ele soltou uma leve risada.
- melhor ir pro meu quarto, ver aonde dorme.
Me levantei e segui ele, até o fim do imenso corredor, ele abriu uma porta preta, e o lugar era demais, corri os olhos pelo quarto, e fiquei admirada. As paredes eram pretas, e tinham umas estrelas e planetas pintadas nas paredes.
- Esse quarto é lindo.
- Ah, claro obrigada, não perguntei, mas, o que vai vestir?
- Sua mãe disse que Laurie poderia me emprestar uma roupa para dormir hoje.
ele gargalhou.
- Laurie tem só 10 anos.
Fiquei preocupada, a pior coisa que me poderia acontecer era dormir de calça jeans e um casaco de couro.
- Acho que não precisa sair de casa só pra isso.
Ele seguiu até o canto do quarto, e abriu o guarda-roupa, pegou uma blusa e uma calça cinza, eram exatamente do meu tamanho.
- Ja foi desse tamanho? - falei rindo.
- Já, mas o engraçado, é que você é desse tamanho.
tentei me sentir ofendida, mas ele tinha razão.
- Bom...
- Bom..?
- Você venceu, vou usar, mas olha, só hoje.
- Claro.
Comemos pizza, e conversamos, ele era muito interessante, não gostava muito de futebol, só tirava boas notas, adorava astronomia, adorava ler, e assistir séries. Simplesmente, é diferente da maioria dos garotos que eu conheço.
Acordei meio assustada no meio da madrugada, e vi a cama de Tyler vazia, bagunçada, ainda sim, vazia, fiquei com medo dele guardar algum segredo e eu ter que fingir que nada aconteceu, eu odiava mentir, ainda mais, com quem eu teria que conviver sempre, ter que dividir o banheiro. Seria tortura, levantei e comecei a andar pela casa, na ponta dos pés. Quando vi uma luz vindo da sala de televisão, era Tyler vendo um filme e comendo um pote inteiro de sorvete, sua reação ao me ver foi épica, e tive que cobrir a boca com a mão para não rir.
- Xiiii! Ele falou com o dedo na boca.
rendi as mãos, e fui me sentar junto com ele.
- Sorvete? - ele ofereceu com um pote enorme de sorvete pra cima de mim.
- Ah, não, obrigado.
O filme, na verdade, era um programa de tv, onde as pessoas só faziam besteira, tipo, comiam cebolas inteiras, ou bebiam ovo. Acabei apagando e acordando meio confusa.
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Separados por um oceano.
Teen FictionKriss, foi para um intercâmbio nos Estados Unidos, foi para uma família grande, e acabou conhecendo Tyler, um garoto engraçado, fanático por livros e filmes, e principalmente, astronomia, que era o filho mais velho dos "Duncan" a família pela qual...