Pov. Zayn.
Logo que voltamos para casa, Perrie me pediu para tomar conta do nosso filho já que ela iria sair para almoçar com a sua mãe - certamente para Debbie fofocar sobre mim -, e eu tentei me concentrar em Hayes, realmente tentei, mas por um segundo que me distraí, eu o encontrei caído no chão do quarto principal, com os olhos cheios de lágrimas. Me desesperei na hora, mas ao perceber que ele estava pulando na cama antes, o que o levou ao tombo, lhe dei o maior sermão.
Isso não ajudou em nada, ele continuava a chorar porque tinha batido a cabeça muito forte. Segurei ele no colo e balancei ele lentamente.
- Sh, sh, não foi nada - Perrie certamente me mataria quando chegasse - Desculpa carinha, eu só fui buscar o seu refrigerante
- Suco, pai! - corrigiu, e assenti com a cabeça. Sua alimentação era muito rígida. Era um saco.
- Sim sim, suco. Desculpa mesmo, ta doendo muito?
Ele fez careta e meu coração se apertou.
Eu fui preparado para tudo; para limpar chãos, segurar uma arma e enfrentar batalhas, mas o mais simples que era tentar entender meu filho e cuidar do meu filho eu não conseguia.
Comecei a me sentir mal quando ao passar do tempo, Hayes ficou quietinho, ele não era assim, era sempre agitado, então estava realmente machucado. Me sentia um lixo.
Ele estava no meu colo e deitado no meu ombro, eu embalava ele tão lentamente enquanto me desculpava que nem percebi que um tempinho depois ele estava dormindo no meu ombro.
- Merda, - tentei balançar ele para fazê-lo acordar, já que eu não precisava ser um pai presente para saber que não se deve dormir quando bate a cabeça, isso é típico de frases de mães, e novamente eu estava errando como pai.
- Acorda carinha - tentei balançá-lo mais uma vez, o que não deu em nada. Suspirei derrotado e decidi deitá-lo na cama. Bem, a merda já estava feita, a Perrie ficaria uma fera comigo.
Enquanto ela não voltava e Hayes dormia, aproveitei para dar uns arranjos finais na árvore de natal, e acabei guardando de volta na minha mochila as cartas que escrevi. De repente era tolo entregar para ela.
Escrever cartas foi só uma maneira de eu me sentir próximo, e funcionou.
Quando Perrie voltou, parecia irritada, e eu sabia que o almoço com sua mãe não tinha ido bem. Sabia que ia sobrar pra mim.
Mas fiquei surpreso quando ela me recebeu com um beijo na boca tão profundo e intenso.
- O que foi isso? - perguntei, com nossos lábios ainda colados. Pude sentir ela sorrir.
- Foi o alívio de logo depois de ter uma discussão com a minha mãe, ter chegado e visto você aqui. Eu preciso de uma âncora para me manter forte, e ela é tão... ah baby, ela não aprova o nosso relacionamento - Perrie esconde o rosto no meu pescoço, e então beija meu maxilar.
- Um dia ela vai ter que aceitar, vai ver que é a única opção
- Sim, mas enquanto isso iremos discutir até quando? Ela é tão frágil e sempre quer estar certa... não sei mais se posso lidar com isso. Cadê o Hayes?
Fiquei ligeiramente sem ar.
- Dormindo... - respondi bem baixinho e ela arqueou uma sobrancelha. - Ele caiu
Sua boca se abriu como protesto
- Espera, me escuta, e depois você pode me odiar a vontade. Um segundo Pezz, um segundo que eu dei as costas e ele caiu. Eu sei que ele não podia dormir depois de bater a cabeça, mas não consegui acordá-lo. Me desculpa...
Ela me olhou bem séria.
- Onde você estava quando ele caiu?
Cocei minha nuca, prevendo uma briga.
- Na cozinha, ia pegar algo pra ele comer
- Mas... - ela sempre sabia que tinha um mas.
- ...eu recebi um chamado da base e achei que fosse importante
Perrie cruzou os braços.
- Ele te idolatra Zayn, você só tinha que cuidar dele, só isso - ela larga as mãos e as mesmas batem do lado do seu corpo.
- Perrie... - tento, indo atrás dela quando ela vai até o quarto - desculpe. Você não está só brava por causa disso, né?
Ela ri irônica. - Não. Também recebi uma mensagem da sua preciosa base, onde eles agradeciam por você ter abrido mão do seu natal para ir à Palestina. Parabéns Zayn, estragou o natal da sua família.
Abafo um ruído com a mão, querendo gritar ou bater no primeiro lugar que encontrasse. No entanto eu não podia fazer nada. Hayes estava dormindo, e nesse instante Perrie estava sentada na cama e afagando o cabelo dele.
- Pezz... desculpa. Caramba, eu não sou um robô programado pra pedir desculpas, eu vacilei sim, mas não tinha como recusar, e você sabe disso. Faço o que posso para voltar para casa, e quando volto sou recebido com todas essas armas contra mim. Porra, eu também erro, só quero ficar em paz com você e o nosso filho, já presenciei muito caos na minha vida, e tudo o que eu preciso agora é a paz que vocês me trazem
- Deveria ter pensado nisso antes de aceitar a oferta. Sabe que o natal é uma época importante para ele. Não, na verdade você não sabe. Não sabe que ele tirou A em matemática, e não sabe que ele não acredita mais em papai noel, obviamente ele finge acreditar cada vez que você se veste como, para te deixar feliz. E eu não posso acreditar que trocou sua tão estimada paz que procura por mais conflitos. É assim que pretende retribuir seu amor por ele? Por nós? Sabe que se alistar em época como o natal é opcional, e mesmo assim o fez. Você é um idiota Zayn
- O que você quer que eu faça pra me redimir?! Me diga, eu não sei como voltar atrás, e sei que pisei na bola, mas o que você quer que eu faça agora?!
- Que seja presente na vida do Hayes, é só isso que eu te peço. Mas nem isso você pode fazer fazer
- Não seja tão dura, eu não tenho opção Pezz,
- Você escolheu essa vida Zayn, lide com as consequências
- Merda, tchau. Eu preciso esfriar a minha cabeça. - me afasto, mas não saio do quarto.
Respiro fundo e fecho os olhos.
Acabo desistindo de sair. Não era a melhor opção e eu sabia disso, fugir não ia adiantar em nada, só ia adiar um sofrimento inevitável.
- Pezz... eu vou embora amanhã... só me diga o que eu tenho que fazer para consertar tudo. Me diga o que você quer
Abro os olhos, e encaro seus olhos azuis molhados em lágrimas.
- Você, Zayn - responde rouca e então começa a chorar baixinho, suspiro e encosto a testa na porta que estava encostado. Fecho os olhos.
- Você já me tem... tem o meu coração, o meu amor...
Ela ri em meio às lágrimas e aquilo me faz fechar os olhos de novo.
- Desculpa não poder dar isso à você. Só me diga que vamos continuar tentando, e tentando... só me diga que vai estar aqui comigo no próximo natal mesmo com todas as burradas que já fiz, só diga que nunca vai me abandonar... - peço, e sua boca se curva para responder, mas então ela se censura e morde o lábio inferior quando Hayes acorda, senta na cama e coça os olhos.
- Mamãe, ta doendo... - ele coça a cabeça e eu suspiro, sabendo que não iria ter a minha resposta.
Há alguns anos atrás, eu saberia desvendar por trás dos seus olhos o que ela estava pensando, mas hoje em dia, nem isso eu conseguiria mais fazer.
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send my love » zerrie
FanficA guerra têm as suas consequências; como quando você acordar um dia para servir à sua pátria, e no outro perceber que se passaram sete anos desde que não voltou para casa. Zayn Malik é um jovem soldado do exército, e é para a sua noiva e seu filho q...