Os meus meus romances sempre tiveram prazo de validade, mas como li em algum lugar, "daqui nada se leva". Eu disse a ela que nada era pra sempre e um dia a gente acabaria tão mal, quanto o nunca típico romance de Paris, até porque esses romances são de filmes, e a minha vida sempre foi o pesadelo real.
Flashback ON
5 anos atrás...
Margot
Olá, pessoa que está lendo isso. Eu sou Margot Robins, tenho 20 anos e não sei que porra tô fazendo com minha vida. Tá bem difícil encontrar aquela 'pessoa' te motiva a continuar. Bom, tem minha mãe mas... Argh, não quero falar sobre isso.
Eu faço um curso de História faz uns 2 anos, tenho um grupinho de 5 amigos e moro em uma república de nome: Manicômio das Águas Turbulentas. É um nome bosta, é. E também tem as coisas odiantes que eu odeio com todas as minhas forças, que são: 1°: O entediante dia que eu nomeio "Dia das Chatices". O porquê desse nome? É um dia em que todos da faculdade tem que assistir uma palestra dos professores, e tem uns discursos que são piores do que aqueles textões do Facebook.
Ah, a 2° coisa é: O grupo de elite da escola, mais conhecido como os burgueses ou os mauricinhos, dá na mesma. Ele é composto pelos capitães dos times de futebol, suas namoradas, as puxas-sacos das suas namoradas, os alunos 'duas-caras' ricões e por aí vai.
Pff, eu não vejo a menor graça neles. Mas pra eles, somos reles mortais e a elite são os 'Deuses do Olimpo americano' yaay, só que não. Já me apresentei? Ok, vamos parar com essa enrolação porquê o sinal já bateu e eu devo estar que nem uma retardada olhando pro além, pensando na morte da bezerra.
Vou pro meu corredor e lembro qual era a primeira aula... A aula do professor John, meu Deus, aquele cara é um mané! Fica dando em cima de alunas, principalmente em cima de mim, mas, ele já sabe que eu gosto da mesma fruta que ele. Sim, eu sou lésbica, se você ficou indignado, eu te dou o meu foda-se, mas se você ficou indiferente, obrigada, existem pessoas boas na América.
Bato na porta da sala, vou abrindo devagarinho pra não chamar tanta atenção – principalmente a do professor –, mas falando no diabo... Ele grita enfuriado:
— Margot! Eu sabia, vai levar advertência! Um atraso é um absurdo na minha aula! – Porra, que cara babaca. Pra quê fazer esse auê todo? Eu respiro fundo, tento não soltar a bomba que está prestes a explodir dentro do meu corpo e falo:
— Me desculpa professor, é que... Ok, vou abrir o jogo. Eu me atrasei de propósito porque não aguento mais a porcaria da sua aula! – Falei tudo de uma vez só, encaro o professor, eu olhei de relance pro lado e vi todos os alunos me olhando com os olhos arregalados, uma mistura de surpresa, espanto e ousadia da minha parte. Completo em um fôlego só: — Você acha que eu não percebo os olhares maliciosos que você manda pra mim e pras meninas? Hahaha, quer saber? Eu cansei. Foda-se. Me manda para aquela merda da diretoria, me expulsa, me dá um castigo, faz um bolo de chocolate pra mim. Eu tô meio perdida nisso, mas quem é que se importa né?Percebo que alguns alunos murmuram algo, outros apenas olham a discussão e uns rabiscam em seus cadernos enquanto o professor fica com uma cara de palerma no meio da sala. Feito isso, eu sento no meu lugar e fico olhando para o professor arqueando as sombrancelhas com um olhar zombeteiro.
Será que ele me daria algum castigo? Pelo visto não, porque ele só passou uns exercícios do livro pra nós. Eu terminei tudo e, como estava tudo um tédio, fiz um poema nas últimas páginas do meu caderno, deixando claro meu ódio por esse professor:
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As coisas que elas dizem
Romance"Tudo o quê se usa demais tem um fim", Margot já ouviu essa frase em algum lugar, mas nunca deu tanta importância. Pra ela, tudo era igual ao seu isqueiro, mas isso mudaria. Pois uma garota dona de um olhar firme e lábios finos, Debra, entraria em s...