Chapeuzinho

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_Karen, anda logo. O taxi já está chegando!
_Vick, você sabe que eu não queria ir nessa festa. Estou me sentindo ridícula nessa fantasia de Chapeuzinho Vermelho. Nem quando era criança gostava dessas coisas.
_Já se olhou no espelho? Está sexy. E o objetivo dessa festa é beijar muuuito.
_É a primeira festa da faculdade que eu vou. Você sabe que nunca curti essas festas, nem quando era caloura, imagina agora, com quase vinte e um anos.
_Cara, com esse corpo, e com essa fantasia você vai arrasar. – Victória riu enquanto dava um tapa na minha bunda, quase desnuda, pois a fantasia era muito curta. – Vai ficar com quem quiser.
_Chega de conversa. O taxi chegou, ainda bem porque tava quase desistindo.
Assim que chegamos dei uma olhada geral. A festa tava bastante animada. Pessoas fantasiadas de tudo que era imaginável. A maioria não quis arriscar com roupas assustadoras, principalmente as mulheres. Estavam muito sensuais.
Fomos direto ao bar e pedimos doses de vodka, já estava me sentindo mais a vontade a essa altura. Mas a noite só estava começando.
Na terceira dose já estava completamente animada, resolvi ir ao banheiro.
Passei entre as pessoas, mas alguém em especial chamou minha atenção. Um moreno lindo fantasiado de Caçador. Reconheci pelo machado na cintura, de brinquedo claro. E um certo volume que chamou ainda mais minha atenção. 
Passei por ele e dei um esbarrão proposital, derramei um pouco da minha bebida nele, parece que fingiu estar irritado.
_Ei moça, olha o que fez. – Ele apontou para a camisa aberta.
_Me desculpe, posso te ajudar a limpar.
Sua camisa xadrez aberta mostrava seu tórax definido, agora molhado pela bebida. Não sei se foi o álcool ou ele que era irresistível, mas passei minha língua em seu peito. O gosto salgado de suor misturado ao seu perfume me deixou ainda mais excitada.
_Tô perdoada? – Sussurrei em seu ouvido, pois a música estava muito alta.
_Ainda não, escorreu um pouco mais pra baixo. – Ele passou a mão em sua calça, e dava pra ver que estava ficando excitado. – Preciso de uma ajuda com isso aqui.
Fiquei com água na boca só de imaginar ele na minha boca, mas decidi recuar. Acabamos de chegar e não queria me prender logo a alguém.
_Quem sabe mais tarde. Tenho que ir.
Saí apressada e nem dei tempo para ele dizer nada, nem seu nome. Mas seu cheiro ficou em mim.
Victória estava preocupada, pois eu demorei um pouco mais do que devia.
_Karen, achei que você tinha ido embora. Por que demorou tanto?
_Agora que a festa está ficando boa não vou embora. Já até encontrei um par para a Chapeuzinho. E não é o Lobo Mau, é o Caçador.
Mostrei para ela onde ele estava.
_Meu Deus, como ele é lindo. E olha aquele machado. Deu sorte amiga. Sua vaca, se deu bem, e nem queria vir. E eu aqui, esperando meu príncipe.
_Príncipe? Prefiro os vilões.
Pedimos mais bebidas e fomos dançar um pouco.
Estava muito quente e agradeci pela minha roupa ser tão pequena.
Um cara vestido de Adão se aproximou de Vitória, que estava fantasiada de capetinha, e os dois começaram a dançar. Logo já estavam se beijando.
Fiquei meio de lado e resolvi sair um pouco pra respirar.
Num canto mais afastado estava um homem segurando a cabeça de um Lobo. Ele parecia um pouco mais velho do que os outros caras da festa. Tirou essa parte da fantasia pra poder fumar.
_Não está gostando da festa. _ Resolvi me aproximar e puxar assunto.
_Não sou muito sociável, principalmente em festas assim.
_Sempre tem algo bom que pode acontecer. Por exemplo isso. – Peguei o cigarro das mãos dele e dei uma tragada, depois o beijei. Me esfreguei e senti seu pau ficando duro.
Ele puxou meu cabelo, fazendo com que olhasse em seus olhos.
_Menina, você sabe o que ta fazendo? Não sou um desses carinhas da faculdade.
_E isso é muito bom, gosto de homens maduros também.
Suas mãos fortes me apertaram tanto que minha pele deve ter ficado vermelha. Meu vestido curto facilitou o acesso de sua mão na minha bunda.
_Que delícia, menina. Que mais você tem pra mim? – Ele passou os dedos na lateral da minha calcinha, e esfregou seu dedo, me deixando cada vez mais excitada. – Parece que já estava me esperando, ta quentinha e molhada. – Disse isso enquanto enterrava seu dedo mais ainda.
_Ah! – Gemi alto, erguendo um pouco a perna pra sentir melhor aquela mão grande entre minhas pernas. – Para, eu tenho que ir. – Interrompi, estava quase gozando só com aqueles toques vigorosos. Saí rapidamente e fui direto ao banheiro.
Procurei Vitória, mas não a encontrei. Deve ter ido embora com o seu Adão, aquela fantasia não dava pra disfarçar nada. Ri imaginando aquela folha se levantando no meio da pista.
O jeito era ir embora também, não queria ficar ali sozinha, ou encontrar um dos caras que eu beijei. Ia ser estranho explicar.
Já na saída encontrei o Caçador.
_Tava te procurando, achei que já tinha ido embora.
_Estou indo agora. Minha amiga saiu sem me avisar, mas já chamei um taxi.
Ele se aproximou e me segurou pela cintura. Beijou meu pescoço, descendo suas mãos até minha bunda e a apertou.
_Sabia que você é linda?
Quando ele foi beijar minha boca senti alguém me puxando.
_Tá tudo bem por aqui? Esse rapaz está ter incomodando? – O cara que tava vestido de Lobo Mau largou a cabeça da fantasia e foi pra cima do Caçador.
_Pare, não tem nada errado acontecendo aqui. Eu fiquei com ele um pouco antes de ficar com você.
Os dois se olharam sem entender direito.
_Me sigam!
Eu sabia que próximo dali tinha um beco escuro, onde dificilmente alguém passava. Os dois atenderam meu chamado.
_Quero vocês dois, agora!
Os dois foram se aproximando. O Caçador ficou na minha frente, me beijando enquanto segurava meus cabelos. Já o Lobo se esfregava em mim, enquanto beijava e mordia meu pescoço, me deixando toda arrepiada, cheia de tesão.
Tirei minha calcinha.  O Caçador sugava meus seios, o Lobo metia seus longos dedos em mim.  Ficamos os três ali, por pelo menos uma hora. Os dois me consumindo, me deixando louca de prazer.
Fui pra casa num taxi, lembrando de tudo o que aconteceu. Foi uma loucura, eu sei. Mas não resisti.
Procurei meu celular pra ligar para Vitória e ver se estava tudo bem, mas não o encontrei. Devo ter deixado cair,  e no meio daquela loucura acabei deixando cair em algum lugar. Não tinha esperança de encontrá-lo.
Na segunda-feira, ao chegar no trabalho, recebi uma caixa pequena em meu nome. Tinha um pequeno cartão. Estava escrito: “Almoça comigo hoje, Chapeuzinho? Hoje você será só minha!”.
Meu celular estava dentro dessa caixa, provavelmente um dos dois caras que eu fiquei naquela noite achou meu celular.
Fiquei com receio em aceitar, mas a vontade de ver um deles foi maior e resolvi aceitar o convite.
Bom, só vou descobrir quem encontrou meu celular se me arriscar. Seja quem for, sei que ficarei satisfeita, por um dia, uma noite, ou sabe-se lá quanto tempo.

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