As estrelas não caem porque estão coladas ao céu,
Mas os Homens caem porque não sabem voar.
Seres sem asas, condenados a arrastar-se pelas trevas,
Rebanho que não questiona, cego que corre para o precipício,
Porque não olhas as estrelas e aprendes com elas?
Na noite fria de Inverno, num campo qualquer,
As estrelas brilham bem alto no céu
Mas o Homem fecha-se em casa e não vê
E não aprende a viver.
Estrela-mãe, guia quem olha de volta a casa,
Ensina quem vê a voar,
Leva para longe quem sonha,
Abraça quem te contempla ao luar.
O Homem faz máquinas e geringonças para poder subir,
Mas falta-lhe as asas para poder chegar às estrelas
E por isso cai no precipício que o separa
Das trevas e do paraíso.
O Homem constrói torres de marfim, aço e pedra,
Mas por terra caem porque são ocas, vazias e fúteis.
Os Homens não sabem voar porque estão amarrados ao chão,
Ao passado, à prata, ao ouro.
Estão formatados como uma máquina velha
E repetem sem fim a oração.
Os céus não caem, nem as estrelas,
Mas o Homem cai e afunda-se nas trevas,
Na escuridão da ignorância.
E nem tão cedo aprenderá a voar.
-JM