A primeira noite

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Tudo o que Joanna Sparrow queria naquele momento era uma cama quente e os braços fortes de seu amado, Thiago Turner. Mas o que tinha era o oposto, já era a sexta caneca de cerveja que ela bebia até avistar o fundo mal lavado da madeira. O cheiro forte de tabaco fazia sua barriga dar diversas voltas. Sempre foi contra beber, mas depois de uma longa viagem em um mar que decidiu não deixar ninguém pregar o olho, algumas canecas eram mais do que merecidas. Já não aguentava mais ouvir as garrafas sendo espatifadas contra as cabeças de alguns marujos encrenqueiros e os xingamentos quando algum imbecil perdia no jogo de cartas.

A porta do bar se abriu com um forte estrondo e um vento violento invadiu o recinto fazendo o chapéu da capitão se desprender de sua cabeça, o silêncio predominou quando, um a um, os tripulantes do Pérola olharam em direção a porta e encararam o pirata parado enquanto a chuva castigava as ruas de Tortuga.

- Demorou - falou Joanna tentando focar no rosto do pirata enquanto o álcool forçavam seus olhos a se fecharem, - meu amor.

- Sinto muito - respondeu Thiago passando pela porta e deixando que todos vissem seu rosto molhado e sua respiração ofegante. - O capitão do Holândes aprecia conversar durante uma boa e velha tempestade.

O falatório dos piratas voltou tão subitamente como tinha desaparecido assim que Thiago se jogou ao lado de sua mulher. Os dois se encararam por um tempo e enfim Joanna permitiu que sua cabeça pendesse no peito ensopado do marido. - Acho que preciso me recolher.

- Tenho certeza de que sim, meu amor - respondeu ele docemente, aconchegando-a em seus braços e pedindo ao dono do bar que os cedesse um quarto.

- Vocês tem como pagar? - Perguntou o homem, que mais parecia um pequeno barril de rum com pernas e braços. - Ouvi dizer que o Pérola está falido.

- Pare de dar atenção a boatos de invejosos - rebate Thiago insinuando impaciência quando gotas de água escorrem em seus olhos. - O Pérola está em seus melhores dias. Agora, o quarto, por gentileza. E mais uma rodada para todos.

Com resmungos constantes, o pequeno barril os guia por um corredor escuro e com cheiro de mofo até uma estreita escada. As tábuas rangiam a cada passo. - Ultima porta a esquerda. - Orienta o homem entregando uma chave enferrujada nas mãos de Thiago e desaparecendo pelas escadas, deixando apenas seu rastro de cerveja velha pelos ares.

A porta solta um baixo gemido quando é aberta, quase como um cão que chora ao longe. Uma cama mal arrumada e uma cômoda torta é o que resume o quarto, pela janela mal fechada entram diversas gotas de chuva que escorrem alegremente para debaixo de uma cadeira no centro do quarto.

Thiago empurra a porta com um dos pés e essa se fecha com um estrondo depois que um vento forte sopra, fazendo-a se fechar mais depressa. Joanna desperta com o barulho e encara os olhos de seu amado, que gentilmente a deita na cama e anda até a janela enquanto tira as roupas molhadas e as joga sobre a cadeira.

- O que seu pai queria, meu amor? - Joanna pergunta enquanto se enfia debaixo das grossas camadas de coberta. - Aconteceu alguma coisa?

- Ele teme algo, não sabe o que exatamente, mas o mar está diferente - diz ele com um olhar distante. Tentando ver além das ondas furiosas e quem sabe, descobrir qual seria o verdadeiro problema. - Fazem cinco meses deste a defesa da Baía Naufrágio. Desde então, nada de anormal aconteceu.

- Já não era sem tempo - reflete Joanna batendo na cama, pedindo para que seu amado se junte a ela. - Precisamos partir em busca de alguma coisa, já não aguento mais atacar navios pequenos e sem grande importância. Fiquei sabendo que meus pais foram atrás de algum tesouro, precisamos fazer algo também.

- Do jeito que os Sparrow's e os Turner's tem para serem perseguidos por alguma encrenca, pode ter certeza que logo isso chegará até nós. Sinto que viveremos uma aventura grande e perigosa - reflete fechando a janela e pulando na cama em seguida. - Somos muito novos para receber uma missão tão grande, algo que faz o mar inteiro ficar dessa forma, deve ser muito apavorante.

- Eu estou ansiosa, não aguento mais essa monotonia, precisamos arriscar nossas vidas para nos sentirmos vivo.

- Parece seu pai falando - diz Thiago brincando com uma mecha do cabelo de Joanna. - Sinto que, não sei o que é, mas está atrás de nós. Nossas famílias tem esse dom, de atrair perigos cada vez maiores. Parece que a cada nova geração, os monstros e inimigos só pioram.

- Devemos ficar preocupados? - Pergunta Joanna, que apesar da pouca idade anseia por ficar cara a cara com um grande perigo.

- O que significa isso? - Brinca Thiago a envolvendo em seus braços depois de apagar o pequeno lampião que tremeluzia ao lado da cama.

- Quem sabe um dia não descobriremos - responde Joanna beijando sua testa e se aconchegando em seu peito nu.

O bar permaneceu barulhento até altas horas da madrugada, era a primeira vez, desde que saíram da Baía Naufrágio, que os marujos estava em terra. Alguns afundavam sua alegria em copo após copo de cerveja, outros mergulhavam suas caras nos seios de mulheres desconhecidas que só estavam esquentando suas camas pelo dinheiro que receberiam ao fim da noite. Mas havia uma tripulante que não estava satisfazendo nenhum desejo carnal, em seu quarto úmido e mofado, Sila alimentava seu cérebro com um grosso livro, a cada nova página seus pelos se arrepiavam ainda mais, ela sentia que estava vivendo a história contada nas páginas amareladas, quando um raio cortou os céus as letras douradas da capa foram iluminadas e os camundongos que corriam pelos cantos se esconderam, como se entendessem o que aquele título significava. Um vento entrou pela fresta da porta e bagunçou as mechas loiras de Sila, enquanto ela, inocentemente, lia a história do monstro Leviatã.





Olááááááááá amoreeeeees

Eu não ia postar por agora, na verdade ainda não terminei a revisão do primeiro livro (pq fazer revisão é tããããããão chatoo), mas eu estava tão ansiosa que não aguentei e postei.

Me digam o que acharam do primeiro capítulooooooooooooooooo.

Thiago e Joanna finalmente juntos de vdd.........

Eles são tão fofinhuuuuuuuuuuuuuuus........................................................

Sila só nos monstros, o que acham disso?

Aíííí senti saudades de vocês meus piratas preferidos <3 <3

Estão prontos para embarcarem em mais uma aventura nos mares furiosos do Caribe?

Beijos de Rum

NatáliaB.

Joanna Sparrow - livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora