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Eu me arrumo com o ajuda de Ruth e coloco uma calça jeans, uma blusinha preta e tênis.

Eu não vou a festas mas tenho quase certeza de que as pessoas normais vão assim.

Já são nove horas e espero por Pietro com o meu nível de entusiasmo firme no lugar de sempre: o zero.

Pois eu penso: para que serve todo o entusiasmo? É só para ser trouxa mais rápido.

Ruth abre a porta e Pietro entra. Meu queixo caí. Literalmente.

Ele está simplesmente maravilhoso. E eu não estou exagerando. Ele está usando uma calça jeans preta e uma camiseta polo azul que combina com o tênis também azul.

—Nossa!— ele fala me olhando de cima abaixo— eu disse lindona, não espetacular.

Fico vermelha como um tomate maduro. Eu não sei o que ele quer mas tenho quase certeza de que ele está conseguindo.

Ele me ajuda a entrar no carro e sinto o cheiro do perfume caro amadeirado dele. Agora sei como ele consegue pegar todas as garotas da faculdade.

Diz a lenda que ele já pegou até a professora de bio química, o que me faz ficar puta da vida. Não por ele pegar uma professora, mas sim por ela ter pegado alguém com todo aquele tamanho e eu não só porque não posso andar.

—Onde é a festa?— pergunto assim que ele liga o carro.

—Na casa do Augusto.

Augusto é o garoto por quem Alika é obcecada desde quando esbarrou nele na porta da sala de ciências avançada.

Ele é do quinto ano e diz a lenda que pega geral, mas, infelizmente para Alika, ele não se envolve com meninas do segundo ou primeiro ano ou dorme com elas, que é o que minha amiga quer, na verdade. Alika nunca ficou com ninguém por mais de uma semana.

Chegamos rápido e ele me ajuda de novo na hora de sair do carro.

Assim que olho em volta me arrependo instantaneamente. Praticamente todos pararam para ver a gente e são muitas pessoas mesmo.

A casa é grande e depois de entrar, mais vermelha que os copos nas mãos das pessoas, eu fico em um lugar perto do sofá, ou melhor, eu me escondo perto do sofá.

Pietro some de vista e me sinto um pouco sozinha. Nem sei o que deu em mim pra sair de casa com ele. Se arrependimento matasse com certeza meu pai estaria me velando agora.

—Zara?— ouço uma voz feminina perguntar e me viro tentando saber de quem é a tal voz.

—Alika?

—O que você esta fazendo aqui?— ela me pergunta arrumando a saia que eu só posso descrever como indecente.

—Vim com o Pietro— digo.

—O que vocês estão falando de mim?— Pietro aparece com dois copos.

Ele se senta no sofá do meu lado e me passa um dos copos. Eu não bebo e quando abro minha boca para negar percebo que tem refrigerante dentro do copo.

—Eu vou ao banheiro— Alika grita por causa da música e some, provavelmente eu não sou sua única amiga, ja que ela não deve ter vindo sozinha.

Então eu e Pietro começamos a conversar. No início foi sobre a faculdade e descobri que ele queria fazer direito mas a mãe dele fez ele desistir.

Nesse momento me lembro que também faço coisas que não quero só para agradar meu pai.

Ele me contou que não gosta da Raquel mas que já ficou com ela. Ele disse que ela é aquele tipo de garota que enche o saco depois que você fica e agora ele odeia ela. Foi tão engraçado que eu não parava de rir.

Do nada Augusto aparece e nos cumprimenta. Ele chama Pietro para conversar num canto e me sinto sozinha de novo.

Observo tudo ao redor quando vejo Paulo entrar e vir na minha direção. Talvez ele queira ser meu amigo novamente. Quem acabou com tudo foi ele mesmo.

Ele vem andando e sorri. Embora eu sejae totalmente apaixonada por ele devo confessar que Pietro está mais bonito hoje.

Acho que essa é a primeira vez em que penso nisso, eu gosto tanto dele que só tenho olhos para ele e isso é o que faz a maioria das garotas nunca pararem de gostar de alguém. Olharem tanto para uma pessoa e esquecer que existem outras.

Antes que ele chegue em mim duas garotas entram no meio. São Estefânia e Raquel. Eles conversam um pouco e todos saem. Com certeza ele vai ficar com alguma delas e uma onda inesperada de ciúmes me invade.

Tento disfarçar e olho na direção de Pietro e Augusto. Pego Pietro me olhando e sorrio, ele ergue um pouco o copo que segura na minha direção e eu faço o mesmo.

Pietro volta se senta ao meu lado e voltamos a conversar. Conversamos sobre tudo. Sobre a crise política e sobre a educação escolar, conversamos sobre nossas famílias e amizades, conversamos sobre zumbis, bruxas e duendes.

Conversamos durante toda a festa tomando refrigerante como se fôssemos velhos amigos anquanto todas as pessoas a nossa volta se divertiam e nos observavam.

Olho para a porta quando Paulo entra sozinho, ele sorri mas não faço nada, apenas me volto para Pietro e rio do que ele disse. Não vou ficar me enganando quando o assunto é o Paulo, e posso apostar metade da minha bunda que ele acabou de beijar alguma daquelas garotas.

Pietro para de falar e olha para a porta, acabo olhando também só por curiosidade quando vejo Alika beijando Paulo.

Enquanto eles se beijam meu queixo vai no chão enquanto meu coração se quebra.

Eu nunca pensei que Alika pudesse fazer isso comigo. O que está acontecendo?

Várias coisas se passam pela minha cabeça mas a única coisa que faço é me virar para Pietro e dizer:

—Pietro, a gente pode ir embora?— pergunto segurando o choro.

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Essa é uma história de amor (#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora