Ele amava o azul. Disso eu me lembro bem: amava quando eu trazia algo azul para as visitas. Poderia ser uma coisa grande ou apenas um pedaço de tecido. Sempre dizia que a importância das coisas estava em seu significado, e não no preço que tinham, ou o que poderia ser comprado com aquilo.
O dia em que o conheci eu nunca irei esquecer. Estava andando pelo novo bairro de Elizabeth, uma velha amiga, quando o vi sentado no meio-fio, ao lado de um skate velho e desgastado. A princípio, estranhei o fato de estar parado, olhando para o nada, enquanto poderia estar fazendo arruaça pela vizinhança, o que é denominado "normal" entre adolescentes da nossa idade.
O dia estava agradadavelmente propício para uma caminhada: nem tão sol, nem tão frio; mas o menino continuava sozinho, olhando para o nada, ao lado do skate. Me aproximei, e notei sua aparência. Pele incrivelmente clara, olhos incrivelmente azuis. E era magro; não aparentava ser musculoso.
— Oi — falei, timidamente. Ele voltou seu olhar para mim, e sorriu. Um lindo e pequeno sorriso. O garoto era simpático. — Você sabe, mais ou menos, onde fica a casa 39?
— Ah, eu não sei; desculpe. Não moro aqui — apesar de não saber a resposta para minha pergunta, permaneceu sorrindo enquanto falava. Ah, sua voz! Tão doce, tão cheia de sentimentos bons. Lembro de sua voz até hoje; ela ecoa em minha mente e, por vezes, não me deixa dormir, mas não reclamo. É bom ter essa lembrança constante, uma prova de que não o esqueci.
— Bom, eu também não moro aqui — confessei, com um sorriso. O que dizer daquele momento? Eu havia me interessado por ele desde o momento em que o vi, de longe, sentado no meio-fio do bairro pequeno e confuso de Elizabeth.
O garoto de olhos azuis sorriu e estendeu a mão.
— Sou Charles.
Apertei-a.
— Julie.
OLÁ!
Sejam muito bem-vindos à mais uma história minha.
TÃ-DÃ
Espero que vocês estejam gostando ^^ pq eu tô amando escrever Timeless; acho que vai sair um conto muito fofo e muito bad ;-;
(não sei se vocês sabem, mas se tem uma coisa de que eu não sinto remorso é de matar personagem ahuehauehauhs).
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TIMELESS
Short Story3° lugar na premiação do Young Books Award 2017 na categoria "Melhor Shortfic" {shortstory} para ele a vida estava em contagem regressiva, enquanto ela tinha muito tempo pela frente.