Capítulo 101

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– Não Christopher, meu melhor é você. – Digo já ficando desesperada por Christopher estar com essas coisas na cabeça.

– Dul, eu não posso te dar futuro nenhum. – Christopher insiste.

– Chegamos. – Diz o taxista.

Christopher desce do táxi e eu logo desço em seguida entregando ao taxista o dinheiro da viagem.

– Eu pago, Dul. Volta para o táxi! – Christopher diz.

– Como assim volta para o táxi? – Pergunto indignada.

– Você vai para sua mãe! – Ele diz.

– Não, não vou. Vou com você pro chalé! Ou agora vai me dizer o que devo ou não fazer?

– Se for pro seu bem, sim.

– Claro que não Christopher!

Digo ao taxista que pode ir e assim ele o faz. Christopher começa a andar para entrar no chalé sem ao menos me esperar.

– Christopher! Christopher, me espera! – Digo indo atrás dele.

– Dul, não dificulta as coisas.

– Você está sendo infantil agora.

– Estou sendo infantil por pensar em você? No seu bem estar?

– Está pensando errado. Eu só vou ser feliz se for ao seu lado.

Christopher para em minha frente...

– Dulce, eu te amo muito – Ele toca meu rosto com as duas mãos – eu te amo muito pra deixar você ter uma vida medíocre ao meu lado.

– Que vida medíocre? Amor... – Chris me corta.

– Dulce, sabe o que eu tenho no currículo? Faculdade de administração e arquitetura, mas sabe o que mais eu tenho? "O maior assaltante do México". Você entende a gravidade? Não quero que morra de fome ao meu lado por eu ser um desempregado para o resto da vida.

– Christopher... – Nem sei o que dizer. Por um lado ele tem razão por seu currículo estar totalmente manchado. – E você vai morar aonde se não tem nada lá?

– Com a minha mãe, e com certeza ela vai arranjar um "bico" pra mim, mas quem sustenta uma família com um bico?

– Christopher, eu não me importo...

Já estamos dentro do chalé e Christopher pega suas coisas que são poucas e pega sua pequena mala e sai. Digo para que ele vá almoçar pelo menos antes de voltar para sua cidade natal e ele aceita, pelo menos isso. Ele está totalmente fora de si.

Pegamos novamente outro táxi agora para finalmente ir para casa de minha mãe. Chegando lá minha mãe está na cozinha terminando o almoço que está preparando e Christopher fica na sala. Vou imediatamente até a cozinha conto tudo a minha mãe e peço a minha mãe para convencê-lo a ficar...

– Mãe ele não pode ir embora, eu não sei o que vou fazer... – Digo.

– Filha, o que eu posso fazer? Ele disse coisas que realmente são verdades. Vai ser muito difícil para ele conseguir um emprego por aqui e em qualquer lugar.

– Eu sei mãe, mas ele pode morar aqui com a gente enquanto eu arrumo um trabalho e um lugar pra gente ficar.

– Filha, por mim vocês podem morar aqui por quanto tempo quiserem, mas pra colocar isso na cabeça do seu namorado é que vai ser difícil.

– Mãe, eu sei que estou parecendo um bebê te pedindo isso, mas eu já falei tudo o que podia falar. Só você pode convencê-lo agora. Me ajuda por favor!

– Filha... – Minha mãe hesita, mas no final ela não resiste –  vou fazer o possível para ajudar vocês, mas agora me ajuda a colocar a mesa?

– Sim!! –  Digo entusiasmada – Mas vai pensando em algo!!

– Tá bom Dulce María.

Aquele Olhar - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora