Capítulo 102

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Mamãe e eu colocamos a mesa e  Christopher se juntou a nós e todos nos sentamos para o almoço. Minha irmã está no trabalho e meu pai também, então resta só nós três mesmo. Sentados à mesa do jantar, mãe dá início a uma conversa com Christopher...

– Então filho, você vai voltar para sua cidade natal, mesmo? .

– É, tia... – Diz Christopher – Não tenho como ficar.

– Porque não fica aqui em casa? – Pergunta minha mãe.

– Não quero causar nenhum incômodo.

– Mas você não causa nenhum incômodo meu filho. Você trouxe a alegria da minha filha novamente, como vou achar que você vai incomodar em alguma coisa?

– Não, Dona Blanca. Não quero causar incômodo algum. Já tomei minha decisão.

Quando Christopher diz isso, minha mãe me olha erguendo os ombros como se quisesse dizer "O que eu faço?"

– Então eu vou com você. – Digo imediatamente.

– Dulce, eu não tenho onde morar, eu não tenho uma casa pra te dar. – Christopher diz.

– Amor, eu fico na casa de Annie, ou Mai. Sei que elas vão deixar.

– Você não vai morar de favor só por minha causa. – Christopher responde.

– Mas elas são minhas amigas, elas entendem. – Digo.

– Dulce, você não vai. – Ele diz como se decidisse por mim.

– Eu vou sim! E perdi o apetite – Digo me levantando da mesa sem ao menos ter tocado no prato.

– Dulce María, volta aqui! – Minha mãe me chama, mas continuo indo para o meu quarto.

Fecho a porta e começo a chorar. Não posso acreditar que Christopher vai me abandonar e vai acontecer tudo de novo. Depois de tudo que passamos, depois de tudo o que vivemos ele vai me deixar e vamos ficar separados outra vez.

Christopher bate na porta...

– Não quero falar com ninguém! – Digo.

– Dul por favor, não seja infantil... Abra essa porta, vai! – Diz Christopher com a voz mais carinhosa possível.

Não consigo nem ao menos resistir a esse homem, como vou ficar longe dele? Levanto-me e abro a porta para que ele entre e volto a me deitar na cama. Christopher senta-se na beirada e faz carinhos em minha cabeça.

– Dulce, eu te amo demais para permitir que tenha uma vida medíocre ao meu lado.

– Você já disse isso. Não quero ouvir mais nada. – Respondo com o rosto vermelho.

– Olha, você pode ir comigo pra minha cidade. – Ele diz, e logo levanto o rosto para olhar em seus olhos. Surge uma esperança dentro de mim, mas então ele continua... – Mas seremos apenas amigos porque eu quero que você construa sua vida. Uma vida de verdade.

Aquele Olhar - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora