APOLOGY — iKON
Era aquilo, era aquela visão que ela gostava de ter, as luzes verdes e lilases iluminando aquele palco, aqueles jovens cheios de vida e álcool gritando, erguendo suas mãos e sentindo cada letra dita ali naquele palco. As rimas, as vozes, os garotos, as garotas, a música, tudo era maravilhoso, e ela sabia que o underground era seu pior inferno e melhor paraíso.
O cheio de maconha e álcool se tornava indiferente quando ele a abraçava intoxicando-a com seu perfume. As vadias que acham que conseguem fazer rap se mordiam de inveja. Sua? Tymee? Todas elas ali rangendo os dentes e abaixando suas cabeças para eles.
Depois de colocar seu sangue, suor e rimas naquele palco, ele a abraçava, ela o envolvia e dizia você é foda. Porque ele era. Ele gostava quando ela dizia aquilo, ela era sua amiga, sua parceira, sua companheira. A razão de suas rimas e de seus raps, mas o problema era: eles falavam de amor.
E no subsolo coreano, onde ela podia ser quem realmente era, ela se apaixonou, outra vez. Não pelo o famoso Park Kyung ou o encrenqueiro do Kim Namjoon, mas pelo melhor amigo de seu namorado, Bobby...
Ele era magnético, sua pele, seus olhos, sua voz... Ah, sua voz, soava às vezes como o tranquilo paraíso, outras como o ardente inferno. Ela não conseguia se controlar quando perto dele, toda sua casca de garota durona e as correntes de ouro se quebravam no instante que ele a tocava.
Bobby, aquele nome soava tão sexy nos lábios dela. O dono do nome sabia disso e tentava evitá-la, mas Cat era inevitável. Por mais que não admitisse era nela em quem pensava quando escrevia aquelas profundas rimas sobre amor, sobre uma garota, não identificada, de cabelos castanhos e corpo escultural que o dirigia à loucura.
HanBin mal desconfiava que o coração de Cat já não mais batia no ritmo das suas rimas, e sim nas rimas de Bobby. Falando desse modo, parece até que HanBin era um pobre coitado, pois, não era, não era inocente, não era fiel.
Cat sentia um sentimento fraterno por HanBin, ela sabia, porém sentia algo muito forte por Bobby. Ela só não sabia distinguir o amor do carinho. Ela perigava acreditar que Bobby era apenas um desejo sexual que ela tinha em sua mente e HanBin seu fiel namorado.
Naquela noite, Bobby se apresentava levando o público, formado por homens e mulheres com uma paixão: o hip hop, à loucura. Bobby sabia como levar alguém à loucura, Cat sabia muito bem disso.
No entanto, às três da manhã, quando os animais estão à solta e a rua é terra de ninguém, as festas que mais parecem uma selvageria acontecem, as bebidas envenenadas de álcool são ingeridas, meninas promíscuas saem de suas tocas e garotos procurando por diversão se revelam, Cat viu a cena que nem mesmo vinte porres de vodka a fariam esquecer.
Ela o viu com aquela filha da puta. Entrelaçados como animais no cio, na parede perto do palco principal, seria cômico seu não fosse seu namorado e a vadia da Sua se agarrando ali na sua frente. Cat forçou o maxilar e seu sangue ferveu, HanBin estava bêbado, mas aquilo não era desculpa. Sua era aproveitadora e todos naquele lugar sabiam o quanto ela cobiçava HanBin.
— Parabéns, vadia, conseguiu o que você tanto queria.
Cat arremessou o copo de vidro que segurava com o conteúdo alcóolico com força contra o chão assustando alguns garotos ali perto, fazendo o objeto se estilhaçar em mil pedaços pisando encima deles, consequentemente fazendo-os estourar ainda mais sobre a sola de sua bota, e indo em direção à porta de saída daquele local.
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UNDERGROUND 》 Bobby
FanfictionEm uma noite quente nos palcos do underground, Cat flagra seu namorado HanBin e Sua trocando carícias na lateral do palco principal, onde Kim Bobby se apresentava. Desolada e furiosa, ela corre para fora do local, Bobby a segue e a encontra em lágri...