Estava começando a chover, naquele mês a chuva estava sendo algo comum. Jack gostava disso, pois sua inspiração aumentava.
Ele estava indo para casa de Mary e escutava os pingos batendo no carro, começaram lentamente e logo foram aumentando.
Ele estava muito preocupado, pois algo ruim poderia acontecer se começasse chover mais forte.
O vidro do carro começou a ficar embassado e Ana com o seu dedo desenhou um coração no local com as letras A, M e J.
Jack queria abraçar Ana, mas ficou com um pouco de receio. Estava ficando frio e ele queria chegar logo na casa de Mary. Se é que ele poderia entrar dentro da casa dela.
Ana também queria abraçar Jack, mas ela não se importou de fazer isso. Ela queria se esquentar um pouco debaixo dos braços dele. Então olhou em seu rosto, sorriu e deu lhe um abraço sem pedir permissão.
Ela estava querendo o amor de um pai, o qual ela nunca tinha recebido.
Jack não sabia o que era ser pai, mas já amava muito aquela pequena garota como se fosse sua filha.
— Será que sua mãe vai me querer um dia?
— Eu não sei, mas ela está muito chateada com você — disse com a cabeça encostada em Jack.
— Me diz o que aconteceu, talvez eu possa consertar algo em que errei.
— A mamãe disse que você estava saindo com outra mulher. Eu acreditei no início, fiquei muito triste, mas depois pensei que não ia fazer isso. Ela está muito mal.
— Nossa Jack, você está pegador — Wilton falou.
— Olha quem fala, eu não estou pegando nada.
— Isso vai passar, assim como passou para mim.
— Vai passar sim.
— Não fica triste — Ana falou.
— Então me diz porque sua mãe acha que estou com outra mulher. Alguém falou algo para ela?
— Eu não sei o que aconteceu, mas eu gostaria muito que você casasse com ela e fosse meu papai. Eu não tenho pai.
Jack também não estava lembrando o que poderia ter acontecido, pois não havia feito nada errado. Então esperou chegar na casa de Mary para que tudo fosse esclarecido.
Quando Ana disse que não tinha pai, ele quis dar todo o amor que ele pudesse àquela menina.
Diferente do que Jack imaginava a chuva começou diminuir um pouco, mas ainda estava chovendo bastante. O vidro continuava embassado por causa do frio, dificultando a visão.
O tempo havia mudado muito rápido naquele dia e as coisas não estavam indo muito bem. Wilton estava dirigindo devagar e Mary poderia estar preocupada com Ana.
Quando eles estavam chegando na casa de Mary, Jack começou limpar o vidro. Mesmo assim estava difícil ver o que estava acontecendo lá fora.
— Espere a chuva passar, daqui a pouco você desse — Wilton falou.
— Eu preciso descer agora, parece que tem duas pessoas lá fora. Será que Mary está com outra pessoa.
— Talvez não, está difícil ver lá fora.
— Eu vou conferir.
Ele abriu a porta do carro, ainda com a rosa murcha em sua mão, empurrou a porta e colocou uma de suas pernas no chão. Todos no carro estavam observando ele. Olhou para frente e viu o que ele menos queria ver. Colocou a outra perna fora do carro, ergueu a cabeça e observou um pouco.
Respirou fundo, e soltou o ar pela boca fazendo com que uma pequena fumaça saisse da mesma.
Se pudesse voltar atrás ele nunca iria na casa de Mary. Jack quis estar com ela mas ela estava com outro homem, havia esquecido que Jack existia. Estava com uma ilusão tão grande que havia esquecido até de buscar Ana na escola. Com certeza agradeceria Jack depois por ter buscado ela.
A raiva dele foi tão grande quando viu Mary com outro homem que ele mesmo jogou a rosa no chão e terminou de destruí-la. Colocou o seu pé sobre ela e amassou-a com toda sua força.
Ambas rosas de Jack haviam importância pra ele, a que Kelly havia amassado, e a que ele amassara.
Mas naquele momento, a rosa que ele mais queria ter de volta era a que a sua mãe havia lhe dado, pois era o seu único presente e a única recordação de sua mãe.
Bruna passou a mão no vidro e viu mais ou menos o que estava acontecendo lá fora. Olhou para cara de Wilton e disse:
— Essa mulher é mesmo Mary?
— Acredito que sim.
— O que está acontecendo, deixa eu sair — Ana chorou.
— Fique aí! — Jack falou nervoso. — Não quero que você fique doente.
Esperou uns minutos, e a cena se repitia, ele já estava totalmente molhado.
Suas lágrimas ajudavam seu rosto ficar ainda mais encharcado.
Na verdade o homem que estava com Mary, não era João, era Rodrigo. Isso mesmo, Rodrigo!
Era o ex-marido de Mary, aquele que tanto tinha feito ela sofrer.
Eles estavam beijando e não paravam mais, Rodrigo já havia pegado ela no colo e o cheiro dele deixava ela ainda mais atraída.
Ela não sabia o que estava fazendo, era como se ela estivesse hipnotizada.
Os beijos eram cada vez mais intensos, ela pensava em distanciar dele mas não conseguia.
Eles estavam beijando a horas, antes mesmo de começar a chover.
Ela ainda achava que estava sonhando e que logo ela acordaria.
Mal ela sabia que apartir daquele momento o sonho se tornaria um pesadelo.
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Lutar para Conquistar
CasualeJack perdeu sua mãe e grande tristeza tomou conta dele. Tempo depois houve o término do seu namoro com Kelly, o que o deixou ainda mais angustiado e o fez jogar as alianças de compromisso. Jack só não imaginava que elas poderiam mudar a vida de um m...