Parte 42

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Emily

Estava farta de tudo, minhas decisões poderiam ser egoístas em relação ao Johnny, ele tinha uma família maravilhosa que o amava muito. Sei que colocar minhas dores e mágoas em cima dos sentimentos dele era injusto.

Mas não queria da moral a ninguém a nenhum parente, seria maravilhoso entrar na igreja de vestido branco, toda glamorosa. Mas...

Pensa aqui comigo.... eu entraria com o Damon, representando meu pai, qual exemplo ele tinha para mim dar? Nenhum.

Toda minha infância foi uma tortura ao lado dele, foram poucas as vezes que fomos felizes juntos como família, todos os dias tinha brigas, discussões. Ele como marido foi pior, nos últimos tempos de vida da minha mãe, ele só a infernizou. Fora que houve boatos de ele está com outra mulher.

Não queria ter que relembrar tudo isso enquanto caminhava com ele rumo ao altar.

Depois se minha família fossem, um bando de falsos, hipócritas. Quando minha mãe morreu ficaram discutindo, porque ninguém queria ficar comigo. O jeito foi meus avós que acharam que eu só daria trabalho a eles.

Poderia fazer a festa por canta da família do John e por meus amigos. Mas tenham certeza de que seria o pior dia de minha vida.

Eu carregava um fardo de tristezas e lamúrias sobre as costas e não ter minha mãe presente no dia que seria o mais importante de minha vida, tornaria aquele dia fúnebre, ela era meu tudo e sem ela eu não tinha nada. Só era eu e o mundo, oco e vazio.

Coloquei todas minhas angústias diante do John, tudo que sentia, disse que se ele não concordasse, tudo bem, faria por ele. A única coisa que ele disse é que toda mulher gostaria de casar vestida de noiva, só que eu não era todas as mulheres, mesmo em meio as minhas indecisões, tinha opinião própria, entrar em uma igreja toda pomposa não era um sonho, o meu maior sonho era ser amada de verdade, era ser feliz e uma felicidade contínua e ele me compreendeu, disse que por ele tudo bem, que também não ligava para esse tipo coisa.

Por fim decidimos que só iríamos assinar os papéis e viajar. Sem festas.

****

Bastardaaaa cadê você? Não estou te vendo....
Mas vou te encontrar.... há há há há.

Aquela voz de novo veio me atormentar.

Nem por um dia tive sossego, desse sonho maldito.

Acordei cansada mais parecia que tinha levado uma surra, sempre era assim quando acordava daquele pesadelo.

Passei aquele dia todo limpando a casa de meus avós e arrumando minhas coisas a noite o John iria me buscar. Aquele era meu último dia com eles.

Algo estava diferente,  meu avô ficava andado para lá e para cá, agoniado. Minha vó ficou a manhã toda mexendo com suas plantas.

Eles não me olharam com cara feia ou me disseram alguma coisa ruim, na verdade não me olharam. Foi um dia silencioso.

Quando já estava escurecendo e John apertou a campainha, minha vó apareceu com um ramo de rosas vermelhas e mim entregou, ela estava triste.

TRISTE, isso mesmo triste com os olhos vermelhos, será que estava chorando?

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TRISTE, isso mesmo triste com os olhos vermelhos, será que estava chorando?

John já tinha carregado todas minhas coisas e só restava me despedir deles.

Meu avô sentou no canto do sofá chorando e minha vó me abraçou e pediu desculpa por tudo e chorou muito abraçada a mim. Só que eu estava muito ferida e meu coração endurecido, não sentir nada.

- Não vó me perdoe a senhora por ter te dado tanto trabalho todos esses anos.

Ela chorou mais ainda e ficou quieta, abracei meu avô que não olhou para mim só disse olhando para o chão.

- Deus te abençoe minha filha.

Sair sem remorsos, essa era a primeira porta que abrir para minha liberdade, liberdade emocional.

Chegando na casa do John estava um alvoroço.

Não seguimos nenhum desses rituais de casamento. Me arrumei praticamente na frente de todos inclusive do John, não usei branco, meu vestido foi simples e cor de salmão com o ramo de rosas vermelhas. Ele não usou paletó ou blasé só camisa e calça social.

Chegamos os dois de mãos dadas na igreja junto com alguns amigos, a família do John, Damon sua esposa e meu irmão. Já estava tudo combinado. Damon orou por nós assinamos os papéis e por fim nos abraçamos.

Sei que foi meio radical meu casamento, não me arrependo em nada.
Não teve vestido branco.
Nem daminhas ou Page.
Não teve igreja ornamentada ou um noivo de paletó me esperando no altar.
Muito menos pessoas ou várias delas assistindo tudo.
Não teve festa com bem-casado de guloseima.
Não teve música.
Não teve nada dessas coisas.
Não teve nada.

Mas tinha amor, respeito e muita felicidade.
E o principal estava lá comigo.

DEUS me concedendo sua grande bênção e selando nossa união para todo sempre.

Naquele dia eu ganhei o maior presente de todos.

Felicidade contínua.

E de brinde,  uma família e uma mãe maravilhosa.

Um eu antes de mim.[Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora