Capítulo 71

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Alex narrando

—Lorenzo, olha que titio comprou. —Digo mostrando o embrulho colorido e enorme.

Ele sorrir animado. Seu sorriso me lembrava de Eloá, seu jeito carismático era dela, sem dúvida. O desgraçado do Guilherme não tinha esse lado brincalhão.

—Papá. —Dizia batendo palminhas.

Já faz mais ou menos três semanas que ele anda me chamando de papai, o que me fez ficar muito surpreso e alegre, assim dizendo.

É claro que toda vez que o olho observo uma mistura de Eloá e Guilherme e, mesmo passando anos e meses, não consigo deixar de lembrar a traição dos dois. Lorenzo poderia ser meu filho, mas não é. Não de sangue, porém o considero ainda mais depois de ouvi-lo me chamar de papai.

—Aqui filhão. —Digo entregando seu presente.

Virou lei toda vez que o pego ou vou na casa da tia de Eloá dá um presente a ele.

—Acho que você está mimando ele demais. —Disse dona Elisa, preocupada.

Dei de ombros.

—Ele já passou por muitas coisas, eu só estou tentando distrai-lo.

—Você está fazendo isso há cinco meses! —Rebateu

Abri o embrulho junto com Lorenzo e ele ficou mais do que feliz ao ver que era um carro de brinquedo com controle remoto. Ele gostava muito de carros, além de adorar sair comigo de carro sempre quando dá.

—Gostou filhão? —Perguntei admirando o seu sorriso de orelha a orelha.

Ele acenou com a cabeça concordando. E em seguida pulou em cima de mim e me abraçou.

—Papá. —Dizia.

Catarina chegou à sala espreitando a conversa e com um olhar censurador, disse:

—Lorenzo, ele não é o seu...

Encarei-a de volta furioso.

—Cala a boca! —Falei trincando os dentes.

—Eva vai adorar saber disso, ouviu? Ele tem pai e no caso não é você.

Respirei fundo tentando o máximo me acalmar para não fazer qualquer besteira com aquela puta desgraçada.

Ela dá sorte de ainda estar viva e agora quer bancar a reguladora pra cima de mim. Desgraçada.

—Melhor você ter cuidado com as suas palavras ou... —Pego Lorenzo no colo, retirando-o do chão.

Ele se alinha em meu colo e entrelaça os pequenos braços ao redor do meu pescoço. Ele estava assustado com todo esse clima.

—Ou o quê? —Esbravejou. Ela cruzou os braços me enfrentando e se posicionando a minha frente.

—Não me provoca Catarina, eu posso ser bom, às vezes, mas posso ser muito mau também.

—Não duvido disso... —Disse parecendo lembrar de algo, talvez dos momentos ruins que esteve ao meu lado. Ela olhou para a Elisa e depois para Lorenzo. —Porém sou amiga da Eva, madrinha do Lorenzo, e por isso sei que Eva não vai gostar nenhum pouco de saber que o filho dela está chamando outro de PAI. —Enfatizou.

—Já chega vocês dois. Lorenzo não é obrigado a ter que ouvir a briga de vocês.

Dona Elisa pegou Lorenzo do meu colo, mesmo com a relutância dele e em seguida o levou para a cozinha. Estava na hora dele se alimentar, mas ao se separar de mim começou a chorar.

OPERAÇÃO NO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora