2 de Março de 1825
Valência - Espanha
Point of View Lauren
No escuro do meu quarto o único som que eu conseguia ouvir, era o que vinha do porão de minha casa. Papa devia estar trabalhando em seu projeto como sempre, desde que eu tinha 10 anos, eu escutava papa no porão trabalhando e agora com 18 eu continuava ouvindo. Ele não deixava ninguém entrar lá, nem mesmo Mama. Papa passava o dia todo e muitas vezes até algumas horas da noite trancado no porão, ele saía apenas para comer, ir ao banheiro, e dormir e sempre trancava a porta ao sair.. bom as vezes quando eu era criança ele saía para brincar comigo e Christopher, meu irmão mais novo. Ele dizia que o que ele estava fazendo lá, iria mudar o mundo, mas nunca nos contava o que era. Papai era um cientista muito apaixonado por seu trabalho, ele era bom no que fazia, nem mesmo seu melhor amigo Fred conseguia fazer ele sair de lá.
Eu sempre fui uma pessoa muito curiosa, mas papa sempre deixava aquela porta fechada, assim como as janelas que davam acesso ao local, mas quem sabe hoje eu não teria sorte de encontrar aquela porta aberta, não é?- Querido, venha se deitar, já estás muito tarde. - Ouvi a voz sonolenta de minha mama.
Ela andava até a porta do porão a passos lentos. Ouvi o ranger da porta do porão e então a voz do meu Papa:
- Estou indo mulher, acho que meu trabalho estás pronto. - Ouvi a voz orgulhosa do meu Pai.
Finalmente depois de 8 anos ele havia terminado, e eu estava louca para ver o que era.
- Então, finalmente poderemos ver, o que tanto tomou seu tempo, nesses últimos anos, querido?
- Amanhã, irei anunciar o meu projeto e então você mulher e nossos filhos poderão ver o quão genial o Papa deles é. E posso te garantir, o que está nesse porão irá mudar o mundo.
O tom orgulhoso de meu pai só me fez ter mais curiosidade. Ouvi os passos de ambos se direcionarem para o quarto e então a porta ser fechada.
- É hoje que eu descubro.
Falei para mim mesma. Após alguns minutos me levantei da cama ainda em minha camisola de dormir, calcei os sapatos de algodão que estavam na ponta de minha cama, peguei um lampião e o acendi, abri a porta de meu quarto com cuidado. A casa estava em um breu puro, a única luz vinha do lampião que eu carregava, cuidei de deixar ele à minha frente para a luz não chegar até a porta do quarto de meus pais. Andei devagar para não causar nenhum barulho, cheguei a porta do porão com o coração acelerado, a adrenalina percorria meu corpo junto com o medo de ser pega. E então para a minha surpresa, assim que coloquei minha mão na maçaneta, a porta se abriu com um barulho baixo, olhei para trás para me certificar de que ninguém havia acordado, então abri a porta bem devagar, entrei e a fechei atrás de mim. O porão estava completamente escuro, a luz fraca do lampião era a única coisa que me impedia de ficar as cegas. Minha respiração era a única coisa que se podia ouvir ali até então. Coloquei meu pé sobre o degrau e comecei a descer calmamente, o ranger da madeira sob meus pés se fez presente naquele silêncio absoluto, conforme eu ia avançando, podia ver caixas empilhadas nas laterais do quarto, atingi o último degrau e respirei fundo. Aumentei a chama do lampião na válvula de ajuste, agora a luz iluminava uma área maior do comodo e então eu vi.
Era uma máquina enorme, coloquei o lampião em cima da mesa cheia de papéis que não olhei o que eram, aquela coisa continha uma porta grande e larga com um botão onde estava escrito a palavra "Open", na porta tinha uma janela de vidro pequena na parte de cima, resolvi dar a volta na máquina, ela era muito grande, era visível o trabalho que meu pai levou para construir aquilo, pois cada parte foi parafusada perfeitamente a mão, para evitar qualquer brecha na lataria pintada de branco. No topo da lataria havia algo como uma chaminé, na parte de trás tinha algo escrito, meus olhos tentavam se ajustar a pouca luz do local, parecia estar escrito "Future" franzi o cenho sem entender, aquilo parecia inglês. Então resolvi pegar o lampião para tentar ver melhor, dei a volta na máquina e acabei tropeçando em algo no chão e quase cai, me apoiei na mesa e então vi que o lampião havia caído causando um pequeno incêndio nos papéis em cima da mesa. Me desesperei e tentei achar algo para apagar aquilo, mas não achei nada, o fogo estava por toda a mesa agora, papéis incendiados caíram no chão que só agora notei ter um tapete enorme, o fogo se espalhou rapidamente pelo chão, chegando as paredes e as clareando, elas estavam cheias de papéis falando sobre viagem no tempo, eram artigos escritos à mão com a letra grande e corrida de meu pai, o fogo se alastrou rapidamente e a fumaça estava tirando todo o meu ar. Tentei gritar por ajuda porém o porão era bem fundo e ninguém iria me ouvir gritar, o quarto dos meus pais era o último de um corredor enorme e largo, peguei um pano que não tinha queimado e o coloquei sobre o rosto para não inalar a fumaça, senti meus olhos lacrimejarem, minha garganta já ardia:
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Timeline
RomanceLauren Jauregui, uma garota de 18 anos que vivia em Valência na Espanha no ano de 1825. Camila Cabello, uma garota de 20 anos que vive em Nova York nos Estados Unidos no ano de 2015. Dizem que quando uma alma é destinada a outra, ela vai fazer de tu...