Capítulo 103

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– Amigos? O quê? Tá louco? – Pergunto, não acreditando nas palavras de Christopher.

– Sim. Podemos ser amigos. – Ele diz.

Fico com tanta raiva dele que mal consigo raciocinar e impulsivamente grito...

– QUER IR EMBORA? ENTÃO VAI! VAI EMBORA DAQUI!

Christopher me olha assustado com a minha fúria...

– VAI! NÃO QUERO TE VER NUNCA MAIS! VAI! – Grito o expulsando do meu quarto.

Ele se levanta sem dizer nada e sai do meu quarto. Eu vou atrás e enquanto ele desce a escada silenciosamente eu grito...

– NÃO ME PREOCURE NUNCA MAIS! FINJA QUE EU NÃO EXISTO! ME ESQUECE, JÁ QUE É ISSO QUE VOCÊ QUER!

Me tranco em meu quarto novamente e caio aos prantos. Não quero ver nada e nem ninguém, somente chorar.


Christopher Uckermann

Dona Blanca me olha assustada pela reação da filha e tenta falar mais hesita, então sou eu quem falo...

– É melhor eu ir né?

– Ah, meu filho o que houve? – Diz Dona Blanca preocupada.

– Nada de mais. Estamos bem.Quando eu chegar em minha cidade eu ligo para saber como Dulce está, ok?

– Mas você vai mesmo assim?

– Se eu ficar, as coisas só vão piorar, senhora. Me perdoe.

–Você não acha que está sendo precipitado não?

– Tenho certeza de que é o melhor que estou fazendo pela Dulce. – Blanca não insiste mais e diz...

– Tudo bem, eu te levo até a porta.

– Obrigado. – Forço um sorriso.

Quando estou saindo da casa de Dulce olho para trás em direção a janela do quarto de Dulce e ela está me olhando. Parece estar com muito ódio de mim, principalmente por me ver ir embora. Quando me viro pra frente sinto uma tristeza no coração, mas como já disse, a Dulce merece alguém muito melhor do que eu.

Me despeço de Dona Blanca e consigo pegar o primeiro táxi que passa. Vou para a rodoviária e chegando lá ligo para Annie...

– Alô, Annie?

– Chriiiiiiiiiiiiiiiiistopher! Estou no trabalho sai escondidinha pra atender quando vi que era você. Nos deixaram sem notícias.

– Eu não tenho boas notícias.

– Como assim? – Annie pergunta.

– Bom, estava tudo resolvido, mas ai no final eu estraguei tudo.

– Ai! Christopher, a May vai matar você – Ela diz – Literalmente.

– Já nem me importo, Annie. Viver sem a Dulce é o mesmo que estar morto.

– Ai, que bonitinho. – Annie diz fazendo voz de bebê

– Por favor, Anahí. Não são horas para brincadeiras. Estou na rodoviária e vou pegar o próximo ônibus. Assim que chegar eu vou para casa da minha mãe.

– Ok, mas você precisa nos contar o que aconteceu. – Diz Annie, mas então ouço uma voz de fundo "Anahí, você está em horário de trabalho" então presumo que Annie tampe o telefone, mas ainda consigo escutar "Mas é o Christopher".

– Christopher e ai? Tudo bem? O que aconteceu? – Reconheço que agora é a voz de May.

– Bom... – Hesito.

– Christopher, espero que você não tenha feito... – Desligo o telefone.

Eu sei que estou terminando de assinar meu atestado de óbito, mas não estou com cabeça para sermões. Só penso em pegar o ônibus agora e seguir em frente. Já estou com problemas demais.

Aquele Olhar - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora