Capítulo 104

190 15 2
                                    

Assim que chego a minha cidade após 6 horas de viagem, já é noite e vou direto para a casa de minha mãe. Explico como tudo foi com a Dulce e ela lamenta e diz que eu poderia ter a chamado para morar em nossa casa, mas digo que sou orgulhoso demais para dar a ela uma vida que ela não merece.
Annie e Maite já me ligaram milhares de vezes e eu não atendi. Só então quando já são 23hrs da noite eu retorno a ligação. Ligo para Annie que é o mais seguro.

– Christopher porque não nos atendeu. – Pergunta Annie.

– Pra que? Eu ainda não tinha chegado. – Respondo.

– Mas a gente queria que você adiantasse alguma coisa.

– Por celular? Não. – Digo.

– Você pode vir pra cá agora? Maite vai dormir aqui. – Annie diz.

– Maite está aí? Quer que eu cometa suicídio? – Pergunto.

– É... – Annie hesita.

– Mas não está tarde? –Pergunto.

Maite toma o telefone da mão de Annie porque logo muda a voz...

– Seu infeliz! Acho bom você vir pra cá agora, porque eu não quero ir te buscar e tenho certeza que você também não quer isso. – Diz Maite agressivamente.

– Calma Maite!

– Calma, nada! Vem logo! – Ela desliga.Balanço a cabeça, e penso "É melhor eu ir. Duvidei que o priminho dela poderia me tirar da cadeia em 1 mês e ele tirou. Quem me garante que ser ameaçado por essa mulher é seguro?" Digo a minha mãe que vou a casa de minha amiga e que provavelmente voltarei mais tarde do que já está.

Chegando a casa de Annie, Maite já me fuzila com o olhar. Sento-me e começa o interrogatório...

– O que você fez? – Pergunta Maite fora de si.

– Nossa! Você vai acabar tendo um treco se continuar estressada desse jeito. – Digo.

– Annie, pergunta pra ele você! Porque eu realmente não tenho paciência. – Ela diz e eu sorrio.

– Christopher, o que houve? – Pergunta Annie calmamente.

– Quando eu cheguei lá... – Conto tudo o que houve desde o início ao fim. Conto da confusão que a Dulce causou, conto que nos resolvemos, conto da briga que com Ramon, conto da delegacia, e depois termino com a nossa discussão.

– Mas qual o seu problema? – Pergunta May.

– Nenhum. Você acha que eu estou errado? – Pergunto.

– Não, mas o que te deu na cabeça? – Ela pergunta irritada.

– Maite, presta atenção. Eu não tenho nada para oferecer a Dulce. Agora eu vou ser dependente da minha mãe. Se eu não tivesse ela eu moraria na rua. Eu não teria para onde ir. Se mal tenho como me sustentar como vou ficar com a Dulce? – Agora Maite somente me escuta – Você acha que eu não quero ficar com ela? Acha que não a amo? Não fui lá à toa May, mas eu não tinha me tocado disso antes. Não tenho como dar uma vida digna para Dulce com o currículo que tenho.

– Ai, Christopher lamento. – Diz Annie sentindo pena de mim.

– Não sinta pena de mim Annie. Eu mereço tudo isso. – Digo.

– Você já pagou o que tinha que pagar. – Annie diz.

– Não, Annie. Eu vou pagar pelo resto da minha vida. – Digo.

– Deixa de ser melodramático Christopher – Diz Maite – Como a Dulce reagiu a isso?

– Como vocês já sabem, ela ficou com ódio de mim quando ela disse que viria comigo e moraria por um tempo na casa de uma de vocês duas e eu disse que não. Depois ela disse que não eu não mandava nela e que ela viria comigo. Eu disse que ela poderia vir, mas nós dois seriamos somente amigos e nada mais.

– Ai, não! – Diz Maite e Anahí em uníssono me fazendo arregalar os olhos.

– Já até imagino a reação da Dulce. – Diz Maite

– Christopher, você pegou mal – Diz Anahí – Quando que você deve dizer pra pessoa que você ama que vocês devem ser só amigos? Nunca!

– Bom... Eu... – Hesito.

– Idiota! – Maite diz para mim e logo em seguida se vira para Annie – Liga para a Dulce.

Aquele Olhar - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora