Arthur fitava Anna curiosamente, uma moça com trajes estranhos, descabelada por conta do forte vento que beijava seus cabelos, fazendo-o dançar como as chamas de uma fogueira. Arthur aproximou-se da jovem coberta de lama, irreconhecível. Observou atentamente o sangue que escorria das feridas úmidas que tinha no rosto e retirou as madeixas do espesso cabelo vermelho.
- O que você está fazendo? Ergueu as mãos em um gesto de defesa.
- O que uma feiticeira faz, adentrando uma das florestas de meu Reino? Indagou ignorando a pergunta, abrindo um sorriso de soslaio
Anna fitou a figura que estava a sua frente, trajava um elegante gibão por baixo de uma resplandecente armadura, típica do século V. "O que estou fazendo aqui?" indagou-se mentalmente.
- Não temos muito tempo para apresentações, você está em um campo de batalha. Camelot foi invadida por saxões, teremos que ser breves. Me chamo Arthur Pendragon, Rei da Grã-Bretanha.
- Eu me chamo Anna, apenas Anna. Eu não sou uma feiticeira. Interrompeu, pondo-se de pé.
Arthur pegou-lhes nas mãos, e fitou sério seus profundos olhos escarlates.
Trote de ferraduras, o fulminante barulho dos cascos se chocando contra as pedras e os escaldantes raios de sol banhando as armaduras dos cavaleiros, indicava o que estava por vir.
Então ele observa os lábios de Anna e só pensa em como seria eles colados nos seus. Ele não pode mais conter a atração e lhe rouba o beijo, sentindo por instantes únicos e mágicos o calor de sua boca e a respiração quente.- Tive muita sorte em te reencontrar Guinevere, pensei que nunca mais a veria após o incidente. Agora vá, corra. Ordenou, empurrando-a.
Instantaneamente Anna abre seus olhos, ainda um pouco desnorteada com o acontecimento, apoia suas mãos sobre a sua escrivaninha e olha ao seu redor. "Foi apenas um sonho" pensou. A garota então coça seus olhos, em uma tentativa de despertar e retoma a escrita do seu trabalho de língua portuguesa.