Natal Macabro

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O jovem Bobby estava escondido atrás do sofá, vez ou outra observando a chaminé, aguardando a chegado do Papai Noel.

Era 00h12 do dia 25 de Dezembro, o esperado natal chegara.

Durante três anos Bobby tentava ver o bom velhinho trazer os presentes, mas sempre acabava adormecendo lá para as 01h30 da matina. Agora ele já tinha 7 anos, mas a esperança de encontrá-lo continuava.

Os pais dormiam no quarto e a irmã mais velha estava na casa do namorado, entretanto voltaria de manhã para passar o Natal com a família.

Subitamente, ouviu-se um ruído vindo da chaminé, um grande sorriso automaticamente se abriu no rosto de Bobby, que espreitou por detrás do sofá. Houve o barulho de algo pesado descendo lentamente e enfim, o Papai Noel surgiu.

Usava um macacão vermelho com mangas compridas e brancas, a calça de flanela também era da mesma cor e o gorro cobria os cabelos brancos do velhinho. A barba branca era longa e grisalha, como Bobby imaginava, mas ele não era tão gordo assim. Nas mãos, ele trazia um saco beje, que tinha manchas vermelhas.

— Bobby — chamou. — Eu sei que está aí...

O garotinho sentiu medo, será que ele não lhe daria presentes? Será que  comportara-se mal vindo até aqui esperando-o chegar?

— Venha, apareça — disse o Papai Noel. — Te darei os presentes antes, mas você não pode contar aos seus pais.

Animado, Bobby saiu de trás do sofá e foi até o bom velhinho.

— O que vou ganhar de Natal, Papai Noel?

— É surpresa — disse, pegando algo dentro do saco. — Mas o embrulho é vermelho escuro...

Foi então que o homem brandiu uma faca.

***

Richard Batterman foi acordado às 01h00 pelo som do celular. Se fosse um simples morador da cidade de Backville, teria ignorado e voltado a dormir. Mas ele era o chefe de polícia, então certamente era algo importante. Sempre era.

— Alô — disse sonolento.

— Oi, Richie. É o Jax — disse a voz do outro lado da linha. — Tenho más notícias.

— Imaginei.

— Venha à delegacia o mais rápido possível, ok? — falou. — E... hã, feliz Natal.

            — Feliz Natal — murmurou o chefe de polícia.

            E desligou.

Richard ficara preocupado, vestiu uma roupa decente e foi até a garagem. Ligou o seu Astra e foi encontrar Jax Millet. Quando chegou na delegacia, o parceiro o aguardava na porta.

Saiu do carro e foi até ele.

— O que houve? — perguntou.

— Duas crianças estão desaparecidas desde meia-noite — disse Jax. — Os pais encontraram marcas de sangue perto da chaminé...

— Um Papai Noel assassino? — indagou Richard, sorrindo.

— Na verdade, sim Richie, um Papai Noel asssassino — falou. — Os vizinhos disseram ter visto um vulto vermelho, de barba grisalha, usando um gorro de natal e segurando um saco pesado em cima dos telhados das duas crianças.

Richard riu, mas parou ao perceber que Jax estava sério.

— Não é brincadeira, Richie — disse.

— Desculpe — o chefe de polícia envergonhou-se. — Enfim, há algo comum entre as vítimas?

— Ambos são crianças, a primeira vítima foi o jovem Bobby Silbard de 7 anos e a outra a pequena Missy Delbert, com 6 anos — respondeu Jáx. — Os dois moram na Berry Avenue.

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