Haviam se passado duas semanas. E hoje seria o dia em que eu organizaria a minha equipe em nossa primeira operação. Afinal, eu estava ansioso para por tudo que o Lúcio havia me ensinado em prática.
Eu estava em meu dormitório localizado no sexto andar, pois eu havia exigido ao Francisco um lugar somente meu, o que não deu muito certo por ele não confiar totalmente em mim, mas no final das contas ele acabou concordando, contanto que eu entregasse o meu celular e os outros pertences a ele antes de dormir. Ele diz que prevenir é tudo.
Escuto três batidas em minha porta, e logo deduzo que deve ser o Francisco me trazendo instruções da missão.
-Entre. -Digo, sentando na beirada de minha cama.
-Com licença Alex. -Francisco diz entrando em meu quarto. -Gostaria que você me acompanha-se para conhecer o seu membro mais valioso!
-Scott Woldermourt? -Pergunto franzindo o cenho.
-O próprio! -Ele disse.
Assim que ele diz isso, eu me levanto e, logo o sigo em rumo aos corredores extensos do sexto andar. Ele me guia até a sala número quatorze, aonde eu entro e me deparo com um homem sentado em uma cadeira de metal, com as suas mãos e os seus pés algemados a uma corrente, como se ele fosse um animal selvagem. Havia um capuz preto cobrindo sua cabeça, sem contar um dispositivo em seu pescoço, que pelo que eu pude observar era movido a pressão, ou seja, se ele se mexesse mais do que o necessário, morreria sufocado.
Eu caminhei até a cadeira a sua frente e me sentei, restando apenas entre nós uma mesa metálica. Olho para o Francisco e para os dois Hunters que estavam segurando as correntes do prisioneiro. Aceno com a cabeça para o Francisco, que logo consente e retira o capuz dele.
Ele aparentava ter uns vinte e poucos anos. Seus cabelos estavam totalmente ao tom vermelho como sangue. Seus olhos azuis caminhavam pela sala até se estreitarem em mim. E antes de mais nada eu me pronunciei.
-Francisco ordene para os seus guardas retirarem as correntes e as algemas dele, afinal não há nenhum animal por aqui! -Eu disse, soltando um sorriso de divertimento em meus lábios.
-Eu não acho que isso seja uma boa idéia. -Ele diz.
-Que bom que eu não ligo para o que você acha! -Digo encarando o Francisco.
-Quer saber vou dar um conselho de graça para você Senhor Dolevan. -Ele diz com um tom autoritário.
-Eu passo. Agora se você puder.. -Eu falo apontando com as mãos para o prisioneiro que analisava atentamente tudo o que acontecia.
-Você sabe que se ele te matar, eu vou ser punido pelo Chefe, não é? -Ele me pergunta.
-É eu sei. Afinal é essa coisa toda que torna tudo mais divertido. -Eu disse, o provocando.
-Essa aposta que você está fazendo lhe custará caro Senhor Dolevan. -Ele diz, consentindo com a cabeça para os Hunters, que logo começam a retirar as correntes do prisioneiro.
-Deixe que eu cuide das minhas próprias apostas garoto dos recados!
-Ok então! -Ele diz.
-A propósito retirem o colar de pressão do pescoço dele. -Eu ordeno.
Assim que os Hunters retiraram tudo e colocaram em um canto da sala, eu vejo um sorriso se formar no rosto do prisioneiro, o que acabou me deixando mais intrigado ainda.
-Ei! garoto dos recados? Você e seus guardas não tem mais o que fazer? -Eu pergunto.
-Você tem certeza? Olha... -E antes que ele pudesse terminar eu o interrompo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paradoxo
General FictionO tempo é uma coisa perigosa, uma coisa pela qual não sabemos lidar, mas ele terá que aceitar que é o único que pode mudar isso. Aquele que caça pela necessidade, mata pelo desespero e luta para voltar, é o único que sobrevive ao Paradoxo Temporal e...