Único

43 5 22
                                    

No primeiro dia do ano. Na primeira aula que dei ele apareceu, parecia simples, um garoto normal como todos daquela sala.
Mas eu estava errado. Me senti ainda mais errado quando ele sorriu para mim quando me disse seu nome.

Baekhyun

Quando eu sorri de volta e ele saiu da sala de forma desajeitada e esbarrou na porta me senti pior ainda. Depois disso nos vimos novamente no almoço, ele me disse que era da Coréia do Sul e começamos a falar em coreano.
Eu tentei o tratar como um aluno, mas naquele dia ele se tornou um amigo.
Baek prestava atenção nas minhas aulas, principalmente quando envolviam algo que ele gostava, como teatro ou cinema. Ele me inspirou a mudar minha forma de ensinar.
Uma semana depois de nos falarmos pela primeira vez Baek ficou de detenção, ele era o único na sala.
Eu estava sozinho com ele. Tentei perguntar a razão dele estar ali, mas ele não respondeu, então falamos sobre a minha vida e sobre a vida dele.
Talvez eu tenha até falado de você, mas isso não é importante agora.
Ele disse que ia para casa de bicicleta mas o levei. Não vou esquecer da imagem dele correndo, sorrindo e gritando "Tchau Chan!"
No dia seguinte ele me disse que sua mãe pensava que eu era seu namorado e que ela provavelmente ia levar um susto na reunião de pais e mestres.
Não perguntei a razão da mãe dele pensar assim.
Semanas se passaram, todas as quintas ele ficava comigo na detenção, sempre arrumava alguma coisa não muito grave para poder ficar.

"Quando eu tinha oito anos escrevi uma música sobre chocolate. Eu era uma criança estranha"

"Gosto de te chamar de Chan"

"Matemática me parece uma coisa completamente sem sentido, mas eu amo contar"

"Qual seu sabor de sorvete favorito?"

Eu estava caindo aos poucos, estava me apaixonando mais por ele em cada uma daquelas tardes. Depois de três meses ele parou de ficar de detenção, começou a me procurar o tempo todo, com a desculpa de que não tinha entendido a matéria.
Baekhyun nunca tirava menos que dez.

Depois da aula, quando todos os alunos sairam da sala ele continuou sentado. Me encarou sério e eu sentei na carteira que estava a sua frente.
"Gosto de você. Estou apaixonado por você. O que fazemos agora?"

Lembro de ter mordido o lábio inferior, ele virou o rosto. Não estavamos num conto erótico, era tudo tão inocente...mas eu estava com medo, com medo de ser a paixonite de um garoto gay de dezeseis anos que queria bater uma punheta e transar antes de ter dezoito anos.
Mas Baekhyun não era assim, eu não sabia oque ele via em mim, mas ele via alguma coisa, ainda vê na verdade.
Ele se inclinou para mim e me deu um beijo no canto da boca antes de se levantar da carteira e se levantar.

"Também estou apaixonado por você"

Eu não poderia mentir, não poderia negar, não para ele. Minha vida não poderia ser uma completa mentira.
Eu fui para casa e transei com você, olhava nos seus olhos e procurava a sensação que os dele me passavam. Não havia nada ali. Não havia sentimento, nem vindo de mim, nem de você.
Eramos dois corpos vazios com as almas andando por ai, procurando por outra pessoa.
Uma semana depois fui na casa dele no meio da noite, sua mãe disse que ele estava no quarto. Não tenho a aparência da minha idade, sempre pareci mais novo. Nessa situação foi algo bom.
Bati na porta do quarto dele, quando a abriu me puxou para dentro e se sentou no chão.
Dormi com ele naquela noite, não no sentido sexual, apenas dormimos abraçados, nunca soube a razão pela qual ele chorava.
Na manhã seguinte o acordei beijando sua testa e o disse algo que não me lembro. Baek beijou o canto da minha boca.
Eu o roubei um beijo. Foi nosso segredo. Me lembro de me perguntar a razão de ser tão errado aos olhos dos outros.
Pedi para você ir embora dois dias depois. Seu amor era artificial, tão falso quanto o ser livre.
Na escola ele tentava não me olhar tanto, mas não dava muito certo. Eu o encarava demais. Mas era quase impossível não olhar para ele.
Em uma sexta uma garota começou a dar encima dele na minha aula, ele sorria para mim enquanto falava com ela. Eu queria poder matá-la.
Naquele dia eu o levei na minha casa, ele me perguntou onde você estava eu disse que tinhamos terminado. Ele deu o sorriso mais lindo de todos e eu o beijei.
Me senti mal naquela noite quando nos beijamos na minha cama e ele tentou tirar minha camisa.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Nov 13, 2016 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Artificial Love 《Chanbaek》Onde histórias criam vida. Descubra agora