Presa naquele avião, tudo em que Arabella conseguia pensar era em como preferia ter qualquer outra pessoa ao seu lado. Nicholas Cooper, renomado agente da MI6, incomodava Arabella em todos os aspectos possíveis. Ele era arrogante, prepotente, tinha o maior ego que a garota já viu e, só por ter uns anos a mais de experiência, se achava o dono da verdade universal e incontestável.
A morena, por sua vez, não despertava sentimentos muito diferentes em Nick. Apesar de achá-la deslumbrante, o ruivo também a achava mimada, teimosa e irritante. Mesmo assim, os dois foram obrigados a embarcar nessa missão juntos.
— Eu não acredito que esses americanos incompetentes não conseguiram fazer o trabalho deles sozinhos! — Bella reclama, provavelmente pela bilionésima vez desde que tinha entrado ali.
— Mal começou e você já está reclamando? — Ele revira os olhos. Tinha acordado cedo demais. E não estava com paciência para crianças.
— Não é a missão que me desagrada, e sim a companhia.
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Horas depois, a dupla já está instalada na NYU, a universidade palco da missão. Nick e Bella foram recebidos por Dylan, o reforço mandado pelo FBI. A missão era, basicamente, encontrar e destruir uma arma biológica que fora rastreada até aquela localização. Arabella, como uma boa assassina, esperava poder matar também o seu criador.
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— Eu acho que tenho algo — Nick disse, puxando Arabella para um canto. Finalmente, depois de uma semana procurando, os dois tinham uma pista.
Depois de terem passado a última semana seguindo o que mais pareciam pistas falsas, a dupla começou a suspeitar que Dylan não estava jogando no time deles. Mesmo sem querer admitir, Nick e Bella haviam se aproximado perigosamente naquela semana.
— O que? — A garota perguntou ansiosa.
— Eu segui o Dylan — Nick anuncia e Arabella faz uma expressão irritada. Ela odiava ser deixada de fora. — O flagrei jogando frascos suspeitos no lixo, Bella.
Por mais duas semanas, os dois tentaram encontrar algo que incriminasse Dylan aos olhos de suas agências, mas não tiveram sucesso. Era hora de partir para o confronto.
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O plano estava feito e era simples: Seguiriam Dylan até que ele estivesse sozinho, e então o afrontariam. A noite estava fria e Arabella sentia o peso da sua arma. Era a primeira vez que a morena estava nervosa para matar alguém, e tinha um mau pressentimento sobre isso.
O encontraram num galpão abandonado, não muito longe da universidade. Concentrado, Dylan guardava centenas de tubos de ensaio verdes em várias caixas.
— Finalmente me encontraram — Ele diz, surpreendendo Bella e Nick, que acreditavam ter sido discretos.
— Eu sempre soube que você estava por trás disso! — Nicholas esbraveja.
— A questão é... Como conseguiu fazer isso tudo sozinho? — Bella indaga.
— Eu costumava ter um parceiro, mas a arma tinha que ser testada em alguém, não é? — Dylan sorri diabolicamente. — Sempre quis desenvolver uma arma como esta... Apenas fiz o FBI pensar que tinha desistido da ideia.
— Você vai se dar mal! — Arabella fala, raivosamente.
— Oh, doce Arabella... Não aguentou a pressão de ser abandonada por papai e mamãe-
— CHEGA! — A menina grita, atirando em Dylan. Só não contava com o fato de que ele teria tempo de atirar de volta.
O projétil e vem em sua direção. O tempo parece estar mais devagar, mas ainda assim não seria possível escapar. Arabella ia morrer. Ou pelo menos era o que ela pensava até Nick se jogar em sua frente.
No momento em que o corpo de Nicholas atinge o chão, Arabella sai do estado de choque pós-tiro.
— Nick, seu idiota! O que diabos você fez? — Ela fala, com lágrimas nos olhos, agachando-se ao lado do ruivo.
— Salvei você — Ele sorri, mesmo em meio a todo aquele sangue.
Bella estava temerosa pela vida de Nicholas. Ela não sabia nada sobre salvar pessoas! Só matá-las!
Apesar do homem afirmar, pelo menos umas cinquenta milhões de vezes, que ia ficar bem, Arabella não conseguia parar de chorar. Aquele tiro tinha sido para ela, a menina não ia suportar perder mais alguém.
Minutos depois, carros de polícia e ambulâncias chegaram ao local. Pelo que parece, Dylan estava vivo, e passaria o resto dos seus dias emprisionado.
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Nick permaneceu consciente durante todo o percurso até o hospital e a cirurgia de remoção da bala foi simples e rápida. Arabela passou todo o tempo na sala de espera, acompanhada de um agente do FBI. Nicolas ia ficar bem. O pessoal da MI6 estava a caminho, tudo ia ficar bem.
— Arabella Wilde? — Uma enfermeira entra na sala, atraindo a atenção da garota. — Nicholas Cooper está lhe chamando.
O hospital estava em completo silêncio, e cada um dos passos de Arabella ecoavam pelo lugar, deixando-a cada vez mais nervosa. Ali estava, quarto 265.
Bella abre a porta delicadamente e os dois se encaram em silêncio. Nick parecia bem, como se estivesse acostumado a pular na frente de balas.
— Oi — Ela sorri, parada ao lado de sua cama.
— Eu tomei um tiro por você, e tudo que ganho é um "oi"? — Ele brinca.
— E o que você tinha em mente? — Bella fala de maneira provocativa.
— Talvez um beijo, ou dois. Você escolhe.
— Achei que nunca fosse pedir — A morena sorri satisfeita.
FIM.
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Olá!
Bem... Eu tinha prometido postar um novo conto há cerca de 94 mil anos. Aí está.
Pra ser BEM sincera, esse nem mesmo era o conto que íamos postar, mas as coisas não foram bem como planejadas e o conto certo não ficou pronto.
Mas, quero saber, GOSTARAM? Bellick é um pouco mais sério do que A Aventura de Jubiscreide, mas espero que tenham aproveitado!
A título de curiosidade: Esse conto é, na verdade, uma atividade de redação de BASTANTE tempo atrás. Eu e Bia planejávamos postar ele, mas um outro vinha primeiro. A professora acabou nunca recolhendo o trabalho, então resolvemos dar uso para o texto ♥
Juramos solenemente que o próximo conto não demorará tanto quanto este!
Beijinhos,
Yas & Bia ♥
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Contos Do Tédio
Short StoryUm seleção de contos escritos durante as aulas mais chatas da semana. Co-autora: @beatrizbbolzani.