Minha [Em Atualização]

Mate o rei

Então ele selou nossos lábios, no que foi um beijo cheio de mais do que pode ser descrito, e então, sentindo sua boca, suas mãos em meus cabelos e ouvindo sua voz em minha mente, eu diria àquela pergunta: eternamente sim.

Talvez eu estivesse errada, e no fim das contas a eternidade seja tudo aquilo que eu vou desejar para o resto da minha vida, assim como será a única coisa que nunca poderei alcançar. Mas, se você acreditar que as lembranças podem ser eternas assim como a sua alma, então eu acho que todos podemos ter a eternidade. E agora, por mais que eu possa estar entorpecida - mais pela alegria que pelo medo -, eu considero que é uma boa ideia acreditar que há esperança e que de alguma forma a plenitude da felicidade só pode ser encontrada se acreditarmos em nossos sentimentos assim como acreditamos em nossos sonhos, e nesse momento não há nada em que eu acredite mais ou que esteja tão ciente do que do meu amor por James. Embora, no fundo, eu saiba que logo duvidarei disso novamente.

Aqui, no meio desse campo em seus braços, não consigo imaginar algo que me deixaria mais feliz do que a confirmação de seus sentimentos por mim. Por certo tempo, eu acreditei que na verdade a história de casamento era apenas por causa da guerra ou porque é melhor para recuperar a estabilidade do reino se o Supremo tiver uma rainha para firmar o estereótipo de força da nossa sociedade e garantir os herdeiros da Nação, mas agora que ele afirmou de fato que a cerimônia significa algo para ele, sei que é muito mais.

-No que está pensando? -perguntou ele enquanto se inclinava levemente para observar meu rosto.

-Nada, as vezes eu acho que fico tão perdida divagando meus dilemas comigo mesma que esqueço do que está ao meu redor. -sorri. Se esqueceu do que está literalmente ao seu redor? -Há quanto tempo estamos aqui?

-Não faço a menor ideia. -ele riu e de repente pareceu lembrar de algo que o fez rir novamente. - Provavelmente estamos atrasados para algo.

-Pelos deuses! Katarina deve estar preocupada. -franzi o cenho acomodando minha cabeça no ombro de James. -Acho que devemos ir.

Então ele segurou minha mão e me ajudou a levantar enquanto eu retirava algumas folhas que estavam grudadas em meu vestido.

-Me pergunto o que minha mãe diria agora. -sorri. -Casamento... Temos que pensar em tanta coisa. Convites, preciso de muitos para toda a alcateia.

-Todos serão convidados. -ele riu concordando e enfatizando a última parte. -Somos o topo dessa monarquia, todos terão que ser convidados.

-Ah, claro. -revirei os olhos sorrindo.

Me imaginei entrando pelo Arco da Lua, em frente a Praça que estaria totalmente preenchida por pessoas cheias de expectativas. Tudo bem, eu poderia fazer aquilo. Eu realmente não me importo, em ter de me expor a isso por ser minha obrigação, não vou fugir disso, minha preocupação é não poder ser feliz depois e de repente descobrir que na verdade eu não sinto nada e tudo faz parte de um plano do destino que me faz de marionete. Eu odeio a incerteza, embora há alguns minutos eu não a tivesse.

-Você não se importa de tudo ter sido pré determinado e estarmos apenas executando? -perguntei sem pretensão alguma, calma e normalmente.

-Você não sabe o quanto. -respondeu fitando o carro. -Se fosse de outra forma, ou se eu fosse outra pessoa, provavelmente eu não conseguiria.

-Não sei lidar com suas explicações vagas. -cruzei os braços e comecei a andar em direção ao carro sendo acompanhada por James.

Finalmente entramos e partimos. Não nos falamos durante o trajeto, embora eu quisesse perguntar onde estávamos indo, pois não lembro, não sei e acho que não me foi dito. De qualquer forma, percebi que estávamos no centro da capital, paramos em frente ao prédio do Parlamento. Era um prédio que ocupava um espaço considerável, delimitado por um círculo de grades brancas não muito altas (em caso de ataque, são inúteis), era bem extenso e imponente, não tanto quanto o Palácio além do Arco da Lua, mas tinha sua graça.