Ao fim das 3 horas sinto uma ligeira turbulência e decido guardar o Tablet, assim como o MP4. Ao fundo do corredor, uma hospedeira de bordo anuncia a vinda do comandante do nosso voo, pois, era habitual desta companhia aérea, que os comandantes , no fim da viagem, fizessem um pequeno discurso.
‘’ Que seca. ‘’ Pensei, revirando os olhos e olhei em frente à espera da chegada do comandante.
Logo quando o avião parou, apareceu por entre dumas cortinas azuis, um homem de estatura alta e bem estruturado. Os seus músculos eram evidenciados através da finura da sua camisa branca. Este homem possuía um sorriso encantador, sedutor e transmitia uma certa segurança.
- Senhores passageiros, sou o Comandante McCall e fui eu que me encarreguei de vos trazer em segurança desde Lisboa até Bristol. Agradeço desde já a vossa preferência pela nossa companhia aérea e, em nome de toda a equipa, desejamos que se divirtam ao máximo enquanto cá estiverem. - Disse num sotaque inglês, o que o tornou mais sedutor. - Obrigado pela vossa atenção. - Sorrio amavelmente e todos aplaudiram.
O olhar dele parou na minha direção. Ao notar que não estava a aplaudir, nem muito menos feliz por estar ali, mexeu os lábios, dizendo: '' sorri ''. Não consegui evitar e esbocei um sorriso, algo que de certeza deixou-o satisfeito.
Já estávamos à cerca de meia hora à espera das nossas bagagens e aquela espera deixava-me cada vez mais impaciente. Sem ser novidade alguma, o meu pé criou um ritmo nos azulejos do aeroporto. De maneira alguma que estava feliz por estar ali, por isso esta minha reação e comportamento é mais que normal. Não estou a dizer que faço birra quando não tenho o que quero, mas isto é o mínimo que consigo fazer para não explodir na cara de alguém- na cara da minha mãe, mais precisamente.
- Nunca mais chegam, possa! - Murmuro para mim, enquanto batia impacientemente com o pé no chão.
A minha mãe limitou-se apenas a revirar os olhos até que as nossas bagagens chegam. Pegamos nelas e fomos diretamente para a saída. Ao sair para a parte onde esperavam os familiares, olho á minha volta admirada com a grandeza do aeroporto.
Observo surpreendida as centenas de pessoas que esperavam os seus familiares e amigos, mas, por entre todos eles, houve uma pessoa que me chamou a atenção de forma imediata. Um rapaz nos seus 20 e tal anos, com um estilo único e envergava um sorriso encantador e brilhante. Os seus olhos azuis destacavam-se por entre aquela multidão. Por toda aquela multidão também de olhos azuis. Aqui são todos assim, pelo que estou a ver. Deixei de ser especial, uma vez que em Portugal era um tanto raro ver alguém de olhos claros.
Tenho a sensação que ele está a olhar para mim ou pelo menos na minha direção, mas apenas ignoro-o ao tentar encontrar o tal namorado da minha mãe.
- ‘’Sarah.’’ – Chama o tal rapaz e levanta a mão, tentando chamar a atenção de alguém.
- Mãe, pod...- Não consegui terminar o que ia dizer, pois a minha mãe interrompe-me com um pequeno salto que dá.
- William! - Diz ela com um sorriso e corre para os braços do tal rapaz, beijando-o ao deixar que as malas caíssem no chão. Por pouco que não deixo as minhas caírem também.
Ao ver o beijo, a minha boca forma um perfeito ' o ' ainda um pouco atordoada com o que acabo de assistir.
Abano um pouco a cabeça ainda meia confusa.
Okay, estou um pouco fora do contesto... A minha mãe acabou de beijar um rapaz que tem idade de ser seu filho? Oh, não. Isto não pode estar a acontecer, não a mim. Aquele William ou lá como se chama, não pode ser o meu padrasto! Não, não e não!
- Mas o que se passa aqui? - Disse para mim entre dentes, ainda segurando as malas e agarro-as com mais força, pois nunca tinha visto a minha mãe beijar outro homem senão o meu pai.
- Querida, vem cá amor. - Chama a minha mãe visivelmente contente e, pela primeira vez na vida, um pouco energética.
Vou até eles e encaro-os.
- Alguém pode-me explicar o que se passa aqui? - Pergunto tentando parecer o mais calma possível.
- Victória, este é o William. - Um grande sorriso apareceu nos seus lábios, enquanto esta fintava-o. - E William, esta é a Victória, a minha filha. - Olhou-me, de novo com o mesmo sorriso parvo na cara.
Sem me deixar tempo para qualquer outra palavra, William cumprimenta-me com dois beijos rápidos.
- Olá, Victória. - Sorrio-me e bagunçou-me de leve o cabelo, rindo logo a seguir junto com a minha mãe.
- Hey, larga o meu cabelo! - Ponho os meus fios direitos, enquanto refilho.
Enquanto endireito o meu cabelo, noto que ele coloca a mão na cintura da minha mãe e puxa-a para si. Bufo ao ver aquele inglês dum raio a toca-la.
Uma coisa é certa. Vou ter que aprender a aceitar que a minha mãe tem uma outra vida e que só está a tentar seguir em frente com a sua vida e, para isso, vou ter que ver beijos deles milhares de vezes.
- Vamos embora? - A minha mãe sorri e beija a bochecha do William, acariciando a mesma logo a seguir.
- Deixa-me ajudar-te. - William aproxima-se de mim para ajudar-me com as bagagens, reviro os olhos em desprezo ao seu gesto e passo por eles num passo apressado.
William fica a olhar para mim confuso e depois fita a minha mãe.
Sim, William, boa sorte para aturares a tua adorada enteada. Vais precisar.
- Deixa-a estar, ela é assim no início. Não fizeste nada de mal, ela… bem ela apena está mal-humorada. - Suspira e dão as mãos, seguindo-me.
Saiu do aeroporto e sinto pela primeira vez a brisa fresca de Inglaterra. Estávamos em Bristol, o estacionamento era mesmo á frente, por isso fui diretamente para lá sem esperar por eles. Olho para a esquerda e fico pronta para passar, uma vez que não vinha carro. Mal ponho um pé na passadeira, ouço uma buzinadela e do lado direito aparece um carro a vir na minha direção. As suas luzes encegueiravam-me e paralisavam-me. Esta paralisia acaba finalmente, quando sinto uma mão a puxar-me repentinamente para trás. Com a força do impulso, embato no peito do William, ainda sem saber muito bem o que aconteceu e respiro um pouco ofegante devido ao susto.
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Espero que estejam a gostar até agora.♡
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-TommoGirl x
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o nosso erro || l.t
Fanfiction''O Nosso Erro'' é uma fanfic diferente de todas aquelas que já foram escritas. Victória é uma adolescente de 16 anos que perde o seu pai quando tinha apenas 6 anos. Um dia, a sua mãe traz a notícia de que está numa relação e que ambos pretend...