Chapter Four

53 9 2
                                    

Enquanto estávamos voltando, passamos em frente a um bistrô brasileiro que tinha ao lado da rua da BigHit, Laura virou-se pra mim e disse:

- Bia vamo entra?? - me perguntou animada

- Pra que Laura? A gente veio pro outro lado do mundo pra comer o que a gente comeu a vida inteira?

- Ah, mas aqui ele devem fazer diferente, né?

- Como assim?

- Igual no Brasil, lá a comida japonesa é toda "embrasileirada", vamo ver se eles mudam a nossa também - depois disso eu não tive como recusar, até eu tava curiosa pra saber como eles faziam nossa comida

Entramos no lugar e era uma gracinha, haviam bandeirinhas penduradas nas paredes, quadros com celebridades brasileiras, desde a música até o futebol, no canto tinha uma pequeno bar com detalhes em palha, assim como as mesas e cadeiras, ao fundo tocava baixa uma música do Caetano.

Sentamos em uma das mesinhas, rapidamente recebemos os cardápios do garçom, que logo nos perguntou, com um sotaque um pouco falho, se éramos brasileiras e assentimos.

No cardápio havia uma grande variedade de pratos, de rapadura à feijoada, cachaça, achocolatado, cafezinho com leite, cada prato levava um nome de uma personalidade brasileira, como estava à tarde, pedimos dois pães de queijo "à Luciano Hulk", é um cafezinho à "Silvio Santos", rimos muito quando fomos pedir mas ignorem essa parte.

Diferente de nossas expectativas o pão de queijo assim como o cafezinho, estavam ótimos, pareciam que foram feitos pela minha avó. Comemos, pagamos e agradecemos pela comida.

Assim que saímos já estava à noite, tínhamos que apertar o passo caso quiséssemos chegar a tempo do portão que dava acesso aos dormitórios fechasse, corremos, corremos, corremos pra caralho e quando chegamos ele estava completamente aberto, sendo que já tinha passado 10 minutos do horário de fechar, avistamos SanHi, nossa colega da aula de química, que estava sentada num banco perto do jardim e fomos perguntar pra ela o que estava acontecendo:

- Oi SanHi - Laura disse

- Oi Laura, oi Bianca - ela disse dando um leve sorriso

- Então, você sabe que horas o portão fecha? - eu perguntei e a garota riu como se fosse um absurdo a minha pergunta

- Fechar? A gente não está num presídio! O portão não fecha Bia, só nos feriados que ele tem hora pra fechar, mesmo assim é por pouco tempo, muitos alunos moram aqui e às vezes chegam tarde, imagina se a gente tivesse que voltar 11 horas só por causa do portão - ela disse e riu novamente da nossa cara de otária, a gente correu à toa

Subimos pro nosso dormitório e enquanto Laura tomava banho, eu terminava uma redação, que era para o dia seguinte. Assim que Laura saiu ela me perguntou:

- Bia você tá lembrando da audição amanhã, né? - ela disse sentando em sua cama, eu torci pra que ela não lembrasse disso e que eu não precisasse ir, mas parece que ela vai ficar me enchendo até a hora que a gente for

- Hm, tô sim - foi a única que eu respondi antes de ir para o banho

Eu sempre reservo um tempo do meu dia pra pensar e esse momento quase sempre é o banho, lá eu reflito sobre tudo que aconteceu na minha no meu dia, e penso sobre o que vai acontecer próximos

Depois que eu sai do meu "banho filosófico", Laura já tinha dormido, o que eu já previa, pelo menos ela não vai ficar falando de amanhã.

lie • park jimin Onde histórias criam vida. Descubra agora