Corpos vazios

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Carne que cobre ossos sem cor,

Natureza sem vida que não muda,

Olhos cansados que não amam,

Almas negras sem amor.


O Universo anda e anda sem parar,

Num círculo de vida e morte,

Vitórias e perdas,

Solidão e amor.


Os corpos vazios nascem com o Sol

Para morrerem com a lua,

Andam pelas ruas, vidas atarefadas,

E nada vêem ao seu redor.


E nunca ganharão cor, nem encontrarão o amor

Porque a luz não entra em alma negra

E a alma não se deixa penetrar

Pela palavra divina


Só resta ao Homem dor,

Solidão, perda, carência de amor,

Um negrume pesado e um cheiro

De enorme vazio.

Sonhos, memórias, conquistas,

Tudo em vão, tudo ilusório, tudo perdido.

A vida é como o mar,

Quando sobe a maré, desaparecem os castelos.

-JM

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