8 Capítulo

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P.O.V Lindy

Começo a me arrumar, vou tomar um banho e fico pensando como será que meus pais e Nathan passaram o natal e ano novo, com certeza esse foi o mais triste de todos! Minha família sempre ficava empolgada com essas datas, e justamente nela eu estava enfurnada na cama de um hospital! Sofrendo por causa de uma pessoa sem coração.

Decido parar de pensar no que passou! Até porque isso não vai fazer as coisas voltarem no tempo. Sempre falo que mesmo se tivéssemos a  oportunidade de mudar o nosso passado, não seria bom. Por que se mudássemos o nosso  passado automaticamente iríamos alterar o nosso presente e nesse caso, não seríamos o que somos hoje! E o que eu sou hoje? Uma pessoa com a visão do mundo diferente, onde todos se importam com si e nada mais.

Estou em frente ao espelho me observando enquanto espero por Santiago, estou usando um vestido não muito curto e nem muito longo acinturado, na cor azul! E um tênis cano alto médio preto e meus cabelos estão soltos! A minha pele ainda está um pouquinho pálida, mas decido deixá-la assim mesmo. Escuto o som de uma buzina, e ao olhar pela janela vejo que é o Levy . Desco as escadas e fecho a casa e quando chego no carro ele está encostado no mesmo!

--- Olá senhorita.--- Fala em um tom divertido!

--- Olá Dr.--- Falo divertida também!

--- Quer dizer que é só a senhorita sair do hospital que já quer ir no shopping?--- Fala abrindo a porta do carro e eu entro no mesmo.

--- Pois é!--- Falo pensando um pouco em como mesmo antes de eu o conhecer eu já não queria nem se quer saber da existência dele. Só assim percebo o quanto errei! Em penar que ele está fazendo de tudo pra me ver bem e eu que não queria nem sonhar em estar na sua presença, estou do lado dele!--- É tem certeza que não estou te atrapalhando?--- Pergunto olhando pros seus olhos.

--- Claro que não, você não atrapalha. Fiquei feliz ao receber a sua ligação, pensei que no momento que te deixei em casa você iria queimar aquele papel com o meu número, pra se livrar de uma vez por todas de mim! O que eu posso te afirmar que não iria ser nada fácil...--- Fala sorrindo.

--- Mas eu já disse que não quero me livrar de você, você é o meu psicológico e se estou me recuperando é graças a você e a minha família!---

--- Não não, você está se recuperando é por você mesma, claro que a sua família te deu forças pra isso, mas isso está sendo por sua conta. E eu estou fazendo o meu trabalho apenas isso.--- Fala olhando pra frente antes de dar partida no carro.

--- Posso ?--- Falo apontando pro som.

--- Claro, mas eu acho que você não vai gostar muito dessas músicas, pega o pendrive que tá dentro do porta luvas.--- Pego o pendrive e coloco o mesmo no som e dou play. A música começa a tocar e eu olho imediatamente para o Levy.

--- Sério?--- Pergunto sorrindo.--- Você gosta de sertanejo?--

--- Sim sim, amo. Você também gosta né ! Só que eu não sei dançar como você!--- ele fala e eu olho um tanto confusa pra ele. --- Eu sei algumas coisas sobre você!---

--- Ah sim! E eu não sei nada sobre você!--- Falo com um olhar meio cabisbaixo.

--- Não tem nada de interessante?--- Falo olhando pra janela.

--- E em mim tem ? Além de ter sido violentada o que mais tem de interessante?--- Falo olhando pra janela.

--- Não fale assim, você foi vítima, não foi por que você quis! Você está se recuperando de uma barbaridade que fizeram com você!--- Fala segurando o meu queixo pra mim olhar pra ele.--- Você o conhecia ?--- Fala soltando o meu queixo.

--- Não, e mesmo que o conhecesse não iria fazer diferença, ou ia ?--- Falo arqueando uma sobrancelha!

--- Você não quis denunciar, talvez você conhecesse a pessoa!--- Fala olhando pro horizonte.

--- Eu não o conhecia, e mesmo que o conhecesse não faria diferença. Conhecendo ou não ele foi um monstro!--- Falo um tanto alterada.

Até chegarmos ao shopping, o que não demorou muito. Não trocamos uma palavra, sinto que fui injusta com ele! Mas eu não quero denunciar e nem vou, a única que sabe é minha mãe. Como já havia dito anteriormente " Ele vai ser prisioneiro de seus próprios pensamentos"

Ao entrarmos no shopping sinto uma sensação estranha e dou um passo pra trás. Santiago percebe e passa o braço em volta do meu ombro, e eu respiro fundo! Olho pra ele que me olha atentamente e eu dou um sorriso, e começamos a caminhar pelo shopping. Vamos pro 2 piso, e ele continua com os braços em volta do meu ombro, de uma certa maneira me sinto segura com ele, me sinto um pouco desconfortável. Mas acho que é normal. Mas ele me passa confiança, e me lembro de que eu havia dito que não iria confiar mais em ninguém! Mas isso não é nós que escolhemos, é o nosso coração que sente! E eu não posso negar que estou começando a confiar no Levy, mas isso está um pouco  distante de se concretizar, ainda mais com a nova Lindy.

Ele tira o seu braço que estava no meu ombro e eu paro na frente de uma loja e fico olhando pra vitrine da loja.

--- Lindy, você está bem?--- Pergunta segurando  uma de minhas mãos.

--- Era esse o vestido que eu ia usar no baile. No último baile da minha escola!--- Falo apontando pro vestido preto, e quando termino uma lágrima desce pelos meus olhos. Ele me abraça e eu o aperto.

Caminhamos pelo shopping, comprei meu celular, e estávamos sentados enquanto Levy terminava de configurá-lo já que eu não era nada boa pra mexer nessas coisas.

--- Prontinho.--- Fala me entregando o celular.

--- Obrigada!--- Falo pegando o mesmo, e guardo na bolsa.

--- Pra onde vamos agora?--- Pergunta se levantando.--- Bob's ou MacDonalds?---

--- O milk sheik do Bob's é o melhor mas o hambúrguer do Mac é perfeito!--- Falo me levantando também.

--- Isso não é uma resposta senhorita!--

--- É que  nós vamos em outra praça!---

--- Posso saber qual?---

--- Surpresa Dr.--- Falo pegando em sua mão

Saímos andando de mãos dadas, e chegamos em frente a praça e eu o puxo e nos sentamos em uma das poucas carteiras que estão desocupadas.

--- Comida japonesa?--- Falou com uma olhar penetrante.

--- Sim, sim. Aquele dia você escolheu o seu prato predileto no hospital e agora eu vou pedir o meu!--- Falo sorrindo.

Logo o garçom chega. E eu faço o pedido. Sem que Levy escute. E demora um pouco até nossos pratos chegarem por conta da quantidade de pessoas, mas finalmente chegou!

--- Mas esse é o prato que  eu pedi pra você no hospital. E é o meu prato predileto!--- Ele fala olhando pro prato e em seguida pra mim.

--- Olha que coincidência! Temos algumas coisas em comum Dr.!--- Falo pegando o hashi.

--- Verdade senhorita!---

Nós rimos, e ambos começamos a comer!

Um Anjo Em Minha Vida ( 2º Livro De Mundos Opostos)Onde histórias criam vida. Descubra agora