Apenas um Choque

1. Ação

                Capítulo 1 - Ação

Estava encharcada da cabeça aos pés.

Meu destino era a minha casa, mas parei no meio do caminho quando a tempestade começou. Olho para meu celular pedindo mentalmente que passe logo, apesar de gostar das tempestades.

Tinha parado em uma lanchonete 24 horas, com apenas três clientes e pessoas que pararam na lanchonete para se secar e esperar a tempestade passar. Ao julgar pela cor do céu, a tempestade não pararia tão cedo.

Fico mexendo no meu celular até a garçonete me perguntar o que queria e eu respondi que somente uma água, mas ao voltar meus olhos para meu celular vejo um homem me observando.

Á duas mesas depois da minha, um homem me observava. Parecia tenso. Era moreno com olhos castanhos claros, uma boa estrutura muscular declarando que corre bastante apesar de mostrar em suas feições uma idade bem mais velha que a minha, usava uma camisa social branca, uma casaco preto e uma gravata desarrumada preta combinado com uma calça e sapatos ambos pretos.

Talvez por ele perceber que descobri que ele me espionava ou então por ver a hora e descobrir estar atrasado para alguma coisa, mas ele se levanta bruscamente e caminha até a porta com um guarda-chuva não antes de colocar o seu dinheiro debaixo do copo de café.

Algo em meu cérebro apitou, dizendo que tinha algo de estanho nele. Não porque estava me olhando ou por levantar bruscamente dando uma leve suspeita, mas algo estava estranho. E isso chamou minha atenção.

Depois de cinco minutos me perguntando o que me chamou tanta atenção naquele homem ao mesmo tempo que pedia para a tempestade ir embora, eu saí daquela lanchonete com uma pequena chuva me perseguindo.

Passei por duas ruas e avistei a minha casa no final da última rua ao mesmo tempo que vi aquele mesmo homem andando na direção contrária à minha e falando no telefone com um semblante raivoso. A minha curiosidade falou mais alto e caminhei atrás dele fingindo caminhar até uma loja de roupas, mas ouvindo a sua conversa.

- Estupido, é tão difícil estar em um lugar pra pegar um simples pendrive? Acho que sim, porque a sua estupidez não tem limite! Agora eu vou ter que ir para o plano B e nós dois podemos morrer! O chefe vai ficar uma fera e quem vai assumir a culpa? Pois é, mas você vai pagar, querido "amigo".

Ele se virou e olhou ao redor parecendo se certificar de que ninguém estava o seguindo e como reflexo eu me virei para uma loja de guarda-chuvas, ele deu mais uma olhada e dessa vez eu senti seus olhos sobre mim.

Quando ele olhou pra mim um arrepio me percorreu até a espinha e senti medo, por um segundo fiquei apavorada ao ponto de ter um ataque de pânico, mas me controlei.

Fiz uma expressão decepcionada e caminhei até minha casa, fingindo ver alguma de que eu não gostei e retomar ao meu caminho.
Porém a questão que eu não parava de pensar era: por que eu fiquei tão apavorada.

E eu ainda não tinha ideia do porquê.