Lizzie

Prólogo

22 de junho de 2013 - 23:47

Passo pelo portão da faculdade e subo a rua após me despedir da Luana e da Isabel, amigas minhas de infância. As ruas estão vazias e escuras e, em alguns momentos, ouço barulhos. Isso me deixa assustada. Resolvo deixar pra lá e continuo o caminho.

Péssima decisão.

Sinto mãos grandes e fortes me agarrarem e risadas grossas. Meu coração acelera e começo a me debater, na tentativa de me soltar.

— Fique quietinha, garota. – ouço uma voz grossa murmurar perto do meu ouvido – Se você se mexer, nós seremos obrigados a te machucar muito mais.

Depois de ouvir, me sinto com ainda mais medo e fico parada, fechando os olhos com força enquanto sou levada por cinco homens.

Eles me levam até um lugar escuro e sujo, e me deitam no chão de concreto. Me despem e jogam minha bolsa junto com as roupas pro lado. Me amarram, tampam minha boca. Sinto muita, muita vontade de gritar. Mas não consigo.

Aperto os olhos ao sentir um dos homens me penetrar e ouço as risadas misturadas com os gemidos dele. Ele sai e em menos de dois minutos sinto algo sendo enfiado na minha vagina. Não é um pênis. Abro os olhos. É um galho.

Choro baixo enquanto eles me abusam, me violentam. Quando se cansam, vestem-se, cospem em mim e saem dando risada. Consigo me soltar e sento, sentindo minha entrada arder e meu interior doer. Grito alto ainda chorando e me visto, tendo visão do sangue e das marcas da violência.

Pego tudo o que é meu e saio andando, conseguindo chegar em casa. Quando chego, caio de joelhos e choro alto, soluço e logo ouço um barulho. "Click". Braços me envolvem.

— Filha, o que foi? Por que você está sangrando? E essas marcas? Para de chorar, minha princesa.

Era a minha mãe.

— Eles me machucaram, mãe. Me abusaram, me violentaram, me estupraram. Faz parar de doer, por favor.

— Eles quem!?

— Eu não sei quem foi... mas foram 5 homens. Eles usaram um galho. Está doendo muito, faz passar... – choro no ombro dela

A partir desse dia, eu me fechei pro mundo. Tenho medo de sair de casa sozinha e medo das pessoas.