Compreensão entre as cerejeiras

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 ─ Ainda não entendi o motivo para tanta fúria.

─ Oras, Ino, como posso trabalhar com alguém tão... tão...Argh! Entende? Ele ao menos veio trabalhar e parece que isso é bem normal, já que ninguém estranhou – acomodada a cadeira giratória e o telefone entre o ombro e o ouvido, Sakura massageava a nuca enquanto contava suas frustrações a amiga.

─ Não é você mesmo que vive repetindo que nunca se deve julgar um livro pela capa? Tenho certeza que sim. Você mal o conhece e já está construindo uma imagem ruim do gato.

─ Eu não estou julgando ninguém, as atitudes dele mostram a própria incompetência - retrucou impaciente.

─ Calma fofa, você não é a chefe dele, nada disso é problema seu, se o boy quer levar a Indústria ao buraco, o único que pode repreendê-lo é o presidente. Estou errada?

─ Não - suspirou com pesar – Eu tenho o dinheiro que preciso e o contrato de venda, mas agora também tenho um emprego garantido, não posso deixar quem me ajudou tanto ir a ruina por conta de um patife.

─ Patife rico, jovem e que possa cair em seus encantos. Deixa de ser boba e aproveita, ao invés de criar caso testuda! - sugeriu entre risos.

─ Porca, vai se danar – bufou - Vou voltar ao trabalho que ganho mais.

─ Vê se relaxa, beijinhos – encerrou a ligação.

Por mais que tentasse ficar tranquila, a menção de um problema não resolvido a incomodava a ponto de se sentir inquieta, ansiosa e irritada. Mesmo com a ligação, Ino não amenizou seu humor, pelo contrário, intensificou sua crise de nervos.

─ Com licença, senhorita Haruno, os supervisores da engenharia mecânica estão aqui fora completamente desesperados para falar com a senhorita - alertou, hesitante.

─ Deixo-os entrar, Matsumi – concordou, aturdida. Em seguida um homem de cabelos azulados, alto, magro e um outro ruivo, mediano, pouco mais musculoso entraram cabisbaixos – Sentem-se, por favor – ofereceu as cadeiras a frente da mesa - Há algum problema?

─ Bem... - iniciou o ruivo – Se a senhora é a nova sócia, acho que já sabe sobre o ocorrido...

─ Se estão referindo as demissões, sim. Mas não se preocupem, ainda hoje terei uma reunião com o Vice-presidente, para tentarmos reverter esta injustiça - pronunciou convicta, precisava transparecer confiança e não mais motivos para julgarem sua capacidade como mulher em um cargo tão grande.

─ Injustiça? Senhora, desculpe a ignorância, mas a sabotagem foi tão obvia que até cego vê!

─ Sabotagem? - inclinou pouco sobre a mesa, atenta aos homens que, trocaram olhares significativos - Não fui informada sobre nada. Como isso ocorreu? Quero saber de todos os detalhes.

─ Se o senhor Uchiha não contou, por que deveríamos? - indagou o azulado pela primeira vez – Vamos embora, ela é como eles – levantou, seguindo até a porta. No entanto foi impedido pela voz autoritária da Haruno.

─ Eu não sou como ninguém, trabalho pelo correto, sigo meu próprio ideal e tenho a certeza de que a partir do momento que confiarem em mim, eu farei o possível para ajudá-los – firme, permaneceu com os olhos em cada movimento do homem moreno.

─ O Presidente disse que ia resolver e tudo que fez foi deixar nas mãos do irmão. Acho que a senhora viu o que aconteceu, e agora, vai fazer o quê com a gente?

─ Primeiramente, sente-se eu nã-

─ NÃO VOU SENTAR, QUERO MEU SALÁRIO! QU-

─ CHEGA! - o ruivo exaltou – Chega Suigetsu. A verdade é que fomos comprados pela concorrência - virou-se para a Haruno.

Forever My Love (Hiato)Onde histórias criam vida. Descubra agora