Definitivamente nunca tive a vida que sempre quis mas também nunca tive muito para me queixar. Nunca fui o tipo de miúda popular, com um monte de rapazes atrás, admiradores secretos e essas coisas que as miúdas da minha idade estão habituadas, mas sinceramente não quero saber que sensação é essa e talvez porque já me habituei a ser o óbvio ignorado por toda a gente.
Chamo-me Letícia Jhonson, tenho 17 anos e moro em Boston com o meu padrasto Robert, a minha mãe Leona e a minha irmã deste novo casamento Daniella de 8 anos. Os meus pais divorciaram-se quando tinha apenas 6 mas guardo muitas memórias desses tempos, a maioria não muito boas. O meu pai, John é toxicodependente e bem, a nossa vida familiar não era propriamente confortável e feliz. Nunca tive uma relação de proximidade com o meu pai e ainda hoje após tantos anos raramente nos falamos. Às vezes acho que o divórcio para ele não foi só a desvinculação da minha mãe mas sim de mim também, como se eu fosse uma espécie de pedra no caminho dele; no entanto aprendi a lidar com a situação sozinha como é de esperar vindo da minha família.
Estudo na Lexington High School, em Boston. A adaptação à escola não foi fácil, repleta de gente fina que nos olha de forma repreensiva e desprezível. Durante as primeiras 3 semanas foi tudo muito estranho e dada a minha anti sociabilidade acho que se tornou quase uma missão impossível, não fosse uma das minhas grandes amigas Lindsey meter conversa comigo e me ajudar naquilo a que por ali se chamava "integração".
Como em todas as escolas e esta não é excepção, há um grupo de gajas populares que se acha superior e melhor que toda a gente. Como devem imaginar, não tinha calibre para entrar em tal grupo. Nunca gostei delas e mal sabia quanta razão tinha realmente para não gostar delas.
A minha primeira aula naquele dia tinha sido física e química e para variar não sabia onde era a sala de aula por isso andei alguns 20 minutos à nora à procura. Ao chegar, já toda a turma estava sentada e não pude escolher o meu lugar (no canto do fundo da sala preferencialmente) por isso tive de me sentar no único lugar disponível em frente ao professor lado a lado com o rapaz mais giro da turma, o Stephan. O Stephan é um rapaz moreno, de olhos azuis e cabelo cor de avelã, como devem imaginar era o rapaz de sonho de toda e qualquer rapariga da Lexington e apesar de eu ser uma idiota que não interessa a ninguém, era o meu sonho também.
Sentei-me apreensiva com medo de proferir seja o que for. Tentei ainda fazer de conta que já pertencia à escola à décadas para dispensar apresentações mas o professor Steves notou imediatamente a minha presença e pediu que me apresenta-se. Disse o meu nome, a minha idade e de onde vinha e curiosamente ouvi uma voz de fundo a dizer "pirosa". Adivinhem de quem era: da Monica, a líder do grupo das Populares. Sim infelizmente elas eram da minha turma. Sentei-me de imediato com vergonha do que se estava a passar e logo o Stephan me dirigiu a palavra.
Stephan: Não lhes ligues, são assim com novatos e não novatos.
Eu: Não fiquei incomodada ... Achas ?
Stephan: Não precisas de me esconder o teu embaraço, notei nitidamente na tua expressão facial que te sentiste mal com o comentário da Monica, da Paloma e da Jessica.
Eu: Não a sério ... Estou bem.
Stephan: Espero que sim ! Quase me esquecia, sou o Stephan Mayer. E tu ?
Eu: Letícia Jhonson.
Stephan: Muito prazer cara colega. Sê bem-vinda à Lexington.
Eu: [bem vinda já vi que não sou] Obrigada "caro colega".
O Stephan sorriu-me ao proferir aquelas palavras e acho que durante aqueles breves segundos a humilhação que as Populares me fizeram passar tinha como que se passado. Mas mal eu sabia que a minha aproximação com o tipo mais giro da escola iria me provocar os piores dias da minha vida.
O próximo capitulo sai no próximo domingo (27/11/2016)
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Cool kids never die
Teen FictionOlá meninas. Esta história foi criada inicialmente sobre forma de desabafo em 2013 na altura em que fui vítima de bullying. Decidi agora dar continuidade como forma de incentivo a todas as pessoas que passam atualmente por este crime. Espero que gos...