A tarde naquele dia era extremamente agradável e o sol estava em seuponto mais alto; não havia nuvens no céu e a brisa primaveril soprava da forma mais prazerosa possível. Coloco meu fone de ouvido e ponho uma musica pra tocar. Tranco o portão de casa e jogo a chave dentro da minha mochila carteiro azul com "Pedro" escrito com um bordado feito a mão – minha mãe adora me dar esse tipo de coisa como se eu ainda tivesse 7 anos de idade – sigo em direção ao parque, um caminho que já sei de cór, embalado pela minha trilha sonora do momento – "Atalntis" da Bridgit Mendler. Descendo a rua da minha casa, uma tipica rua de subúrbio carioca, eu tenho a impressão que esqueci alguma coisa; verifico na mochila para ver se falta algo –escova de dentes para emergência, canga para por no chão, alguns biscoitos, minha carteira, chaves, minha caixinha do óculos, meu remédio para dor de cabeça... –, mas eu não dou falta de nada,então volto a andar e depois de alguns passos viro a direita para entrar na rua que me levaria ate a rua do parque. Ando uns 4 km ate chegar na rua que me da acesso a rua do parque, viro a direita e depois de uns passos eu consigo avistar a entrada dele, todo tipo de arvores me dando boas-vindas juntamente com um vento calmo e muito agradável. Os galhos se moviam linda mente, algo que só essa época do ano proporciona. Aqui era o melhor que eu conhecia para se passar as tardes de fim de semana no período da primavera. Passo por uma linda estufa com o mais variados tipos de flores, era uma explosão sem igual de cores, um dos meus lugares favoritos –um dos mais lindos, eu diria.
Chego no meu lugar de encontro com a Marissa, minha melhor amiga, e sento em baixo da minha habitualárvore.Aquela árvoreera o lugar perfeito, sentadoali eu tinha a melhor sombra, a melhor visão de onde tudo aconteciae o único lugar onde eu conseguia sentar e ler. Droga!penso. Reviro minha mochilaprocurando o meu livro da semana e descubro que eu tinha esquecido deo colocar dentro da mochila.
– Era isso que eu estava esquecendo – digo para mim mesmosussurrando. Ficar sem o livro não seria grande coisa se Marissa nãofosse a mestre em sempre se atrasar. Não consigo lembrar de nenhummomento no qual Marissa tenha chegado no horário. Na nossa formaturado ensino médio ela teve a coragem de me obrigar a esperar ela, aformatura começava as 18h, chegamos as 19:30h. Quando la chegamospor fim, estavam todos sentados nas cadeiras e com as becas, tivemosque nos vestir correndo e mais tarde, graças a ela, tivemos queouvir um sermão delicioso que nossas mães pareciam ter ensaiadopara dar juntas. Elas se tornaram grandes amigas graças a nossaamizade, eu passava tanto tempo na casa da Marissa e vice e versa que elas não tiveram muita opção, foram praticamente forçadas a setornarem amigas. Nossas família se tornaram amigas e em algum pontoeles ate acharam que íamos nos casar, mas as vezes a vidasurpreende, e essa surpresa foi o que tirou essa ideia de casar comMarissa da cabeça deles. Surpresas como por exemplo: Eu me assumindopara minha mãe
Eu tinha apenas 14 anos quando tudo aconteceu. Eu estava vivendo opior dia da minha vida, fui mal na prova de matemática e pracompletar eu tinha sido pego beijando o menino que eu estava ficando,Natan, pela inspetora do colégio. Fomos mandados para a sala dadiretora que surpreendentemente não fez um discurso homofóbico, aocontrario da inspetora que quando nos pegou disse:
– Eu achava que essa escola estava livre desse tipo de vergonha– eu jamais vou esquecer a cara de nojo que ela tinha quando eu aolhei – Vamos parando porque essa pouca vergonha vai acabar aqui ehoje – Eu tremia feito vara verde por que eu achava que ia serexpulso e pior, minha mãe ia descobrir tudo. Eu sópensava em morrer. Ela nos conduzia ate a sala da diretora como sefossemos dois prisioneiros, ela segurava nossos braços, cada um comuma mão diferente. Os olhares das pessoas no patio me deixavam cadavez mais constrangido. Ela andava como se tivesse pegoos melhores peixes no mar, como se fossemos algum tiporaro de animal no qual ela estava muitoorgulhosa de ter capturado. Chegando na sala diretora ela nos mandousentar nas cadeiras que ficavam do lado de fora da sala
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Amores do tempo
RomanceDepois de um reencontro com sua antiga turma do ensino medio um antigo amor, inesperado , volta a vida de Pedro . Será que um amor antigo realmente consegue sobreviver ao tempo? Será que os fantasmas do passado deixarão a chama desse amor reacende...