Oi amores.
Capitulo lindo pra vocês. Quem quiser acompanhar minha live hoje, as 20h00, no Facebook Paula toyneti Benalia, vou contar uma novidade maravilhosa sobre esse livro, ok. Também vou apresentar o segundo livro da série doce sabor que será lançado no próximo dia 8 😘😘😘"Alguém que compreenda seus sentimentos, pode não dizer nada. Um abraço já diz tudo, porque ele sabe exatamente a hora de te abraçar e a hora de dizer alguma coisa."
-me desculpe- ele sussurrou se afastando- eu não estou sabendo direito lidar com você. Termine seu banho, sua sacola de roupa está em cima da pia.
Ele se levantou e saiu em disparada do banheiro, deixando um rastro de água pelo chão.
Eu estava envergonhada demais para responder alguma coisa. Como ele saberia lidar com uma garota que caiu de paraquedas no seu mundo e ingênua a ponto de congelar sobre o seu toque?
Decidi que aquilo acabaria assim que o dia amanhecesse. Ninguém era obrigado a cuidar de mim e assumir responsabilidades que não eram suas.
Terminei meu banho, me demorando mais do que o necessário, na tentativa de organizar meus pensamentos. Aquela Nicolle vítima ia terminar hoje. Eu colocaria rédeas na minha vida.
Vesti o meu pijama que o Kauã já conhecia e sai do banheiro sem saber o que me aguardava.
O encontrei sentado na cama, me olhando.
Desviei o olhar, incapaz de lidar com a intensidade dos seus olhos.
- vem aqui- ele pediu batendo a mão na cama.
- eu preferia ir embora- falei com sinceridade. Nada era mais humilhante que toda a situação. Você estar de favor na casa de um homem que desejava coisas que você não estava preparada para fazer, mesmo desejando isso ardentemente.
- Amanhã. Hoje você não sai daqui.
Ele se pôs de pé e ficou em silêncio com o rosto crispado.
- você não é obrigado a cuidar de mim Kauã. Sei que me trouxe para sua casa com outras intenções.
- e qual são as minhas intenções? Você parece me conhecer bem- falou irritado.
- me levar para a cama. Essas são suas intenções.- rebati já me irritando.
Eu não era idiota.
- se eu quisesse só fazer sexo com você, já teria feito lá no banheiro e você teria cedido. Então não tente fazer interpretações minhas se você não me conhece.
Franzi a testa. Eu queria que o senhor músculo fosse mais normal ou será que a anormal era eu?
- o que devo fazer agora?- perguntei.
Eu estava em um quarto, com um estranho, parecendo uma idiota e me comportando como tal.
- agora nós vamos dormir. Deite na cama Nicolle.- ele disse calmamente.
- qual cama?
- eu só estou vendo uma cama nesse quarto. A minha cama.
- e você vai deitar comigo?- perguntei curiosa.
A pior parte é que eu desejava que sim. Qual seria o CID para bipolaridade, porque eu me descreveria nele com toda certeza.
- no chão é que não vou dormir!
Ele ergueu a sobrancelha parecendo tão óbvia sua constatação!
Eu e ele. Na mesma cama. Sem sexo. Revirei essas palavras na minha cabeça várias vezes . Não sei o porque, mas me pareceu que não daria certo.
Só que eu não teimaria com ele que já estava prestes a berrar comigo, me olhando irritado.
Caminhei até a cama e fiquei em dúvida sobre o lado que deitaria. Acabei optando pelo lado esquerdo.
Me encolhi e abracei minhas pernas. Fechei os olhos e como uma boa moça, não ousei nem respirar.
Escutei sua movimentação no quarto e percebi quando a luz se apagou. Senti o colchão se movimentar quando ele deitou e paralisei quando ele se aproximou e me abraçou por traz, depositando um beijo carinhoso nos meus cabelos.
- hoje eu só quero cuidar de você. Me diz que está tudo bem agora- ele pediu como se aquilo tivesse importância vital na sua vida.
- sim....-sussurrei- melhor que nunca.
E aquilo era verdade. Eu me sentia protegida. Eu me sentia amada, mesmo sabendo que isso não era verdade.
Lágrimas de alívio atingiram meus olhos. Eu tinha onde dormir, tinha alguém pra me abraçar e tinha alguém para amar. Mesmo que isso durasse só até o amanhecer, me parecia mais do que o que tive a vida inteira.
Adormeci, apoiada em seus braços.
~~~- Nicolle, você tem que acordar, baby.
Escutei a voz mais linda do mundo me chamando. Fingi continuar dormindo, só para escuta-la de novo.
- Nicolle, você tem que ir trabalhar e eu também.
Abri os olhos e me deparei com aquele rosto perfeito.
- eu já vou. Acenda a luz, por favor.
Eu sempre precisei de luz nos olhos para despertar. Eu definitivamente era uma aberração.
Ele prontamente me atendeu.
- o que é isso?- perguntou assustado olhando meu nariz.
Passei os dedos, que saíram encharcados de sangue. Me assustei também, porém não demonstrei.
Olhei pra o travesseiro e constatei que ele estava com manchas vermelhas.
- por Deus, você está sangrando.
Ele parecia apavorado e se levantou correndo, pegando uma toalha no guarda roupa e voltando para me socorrer.
A pressão exercida pela toalha no meu nariz foi tanta, que ele estava me sufocando.
- Kauã, se acalme. Eu preciso respirar. É normal com esse calor acontecer isso- falei.
Me desvencilhei dos seus braços e fui até o banheiro.
Lavei o rosto e me olhei no espelho. Quantos dias mais eu viveria? Faltavam alguns dias ainda para ser atendida pelo médico. Eu suspeitava que a demora não ajudaria.
Me virei e deparei com ele parado na porta.
- quero te levar no médico, vou ligar na delegacia e avisar que vou me atrasar.
- eu não preciso de um médico e estou atrasada para o trabalho.
- você está doente, não consegue perceber isso?- ele gritou.
Ops! Ele estava gritando comigo. Opção errada. Eu odiava meu pai por isso.
Juntei minhas coisas que estavam no banheiro e passei na porta atropelado ele.
Sem me importar, entrei no quarto, tirei o pijama e vesti uma calça e uma blusa. Eu não raciocinava direito quando estava irritada.
- onde você pensa que vai?- ele perguntou.
- eu vou para o trabalho e você pra a puta que pariu- berrei.
Sai apressada e fui impedida por uma mão que segurou meu braço. E tudo que pude pensar é que ele não tinha pegado no meu braço machucado. Ele se lembrava. Achei fofo. Só achei e achar não era problema.
O problema era a vontade que estava de beija-lo.
- você é a pessoa mais inconsequente que conheço.
- e você é o mais chato e mal humorado da face da terra- Rebati.
Ele sacudiu a cabeça, estendendo a mão e afastando uma mecha de cabelo do meu rosto.
- eu sinto coisas por você e elas me fazem quero te ver bem, pode compreender isso?
Avaliei ele por um tempo, pensado na resposta que daria para aquela pergunta confusa.
- essas coisas que você sente aí, são processadas em qual cabeça?
Eu precisava saber, afinal.
Ele precisou de um momento para entender e fez a coisa mais inesperada da vida. Gargalhou.
- você é incrível. A garota mais surpreendente que já conheci. E você me faz sorrir Nicolle. Eu tinha esquecido como isso era bom.
- então não grite mais comigo. Essa é a pior opção para se manter perto de mim. Eu sei me cuidar sozinha. E só foi um pouco de sangue do nariz.
Olhei para um relógio que brilhava em neons azuis em cima da mesa do quarto e levei um susto. Eu me atrasaria se não voasse.
- aí meu Deus, estou atrasada. Você pode me levar para o trabalho? Não vai dar tempo de pagar ônibus.
Ele fingiu não me escutar e me encostando na parede, beijou minha boca, com paixão e intensidade.
- vou me trocar. Me espere um minuto- e falou enquanto eu ainda tentava recuperar o fôlego.
Descobri um pequeno lavabo perto na sala e corri para dar uma ajeitada nos cabelos. Eu parecia uma.....uma..... sei lá. Estava estranha, descabelada, pálida.
Quando ele voltou, perfeito em sua camisa branca, suspirei sem querer.
- quer me beijar novamente?- ele perguntou maliciosamente.
Neguei com a cabeça. Se eu beijasse ele novamente, estaria perdida.
- eu não posso me atrasar, Kauã.
- não vou te deixar atrasar.
Ele cumpriu sua promessa quando dez pras oito da manhã ele estacionou em frente à fábrica.
- tchau- falei e abri a porta.
- espere- ele segurou meu braço- sobre a aquela pergunta, a reposta é as duas.
Olhei confusa, sem entender. Quando a ficha caiu, fiquei tão constrangida, que perdi a fala.
- as coisas que sinto são processadas nas minhas duas cabeças.- ele completou.
Desci do carro sem dizer nada e quando o carro se afastou, ri tanto que lágrimas escorreram dos meus olhos.
Eu estava por fim me tornando uma deliquentes com aquele homem e pude compreender, que eu poderia ter a felicidade que sempre foi me privada. Nem que fosse para concentrar uma vida em alguns dias. Eu agarraria aquela oportunidade com todo o meu coração e com as minhas mãos, claro. Eu necessitava colocá-las no senhor músculos.